Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

30 dezembro 2010

[1315] Eleição presidencial de 2011 (balanço dos debates)

1 - Lopes 5,0 / Nobre 4,5 ........... (9,5)
2 - Alegre 4,0 / Defensor 3,0 ....... (7,0)
3 - Nobre 5,5 / Cavaco 6,5 ........ (12,0)
4 - Alegre 4,5 / Lopes 4,5 ........... (9,0)
5 - Cavaco 5,5 / Lopes 4,0 ......... (9,5)
6 - Nobre 4,5 / Alegre 4,5 ........... (9,0)
7 - Defensor 2,0 / Cavaco 6,5 ...... (8,5)
8 - Defensor 3,5 / Nobre 4,5 ....... (8,0)
9 - Lopes 4,0 / Defensor 4,0 ........ (8,0)
10 - Cavaco 7,5 / Alegre 5,5 ...... (13,0)
*
Atendendo aos critérios da clareza da expressão, da qualidade da argumentação e da preparação para o cargo de PR, temos os seguintes resultados médios (de 1 a 10):
1. Cavaco Silva: 6,5
2. Fernando Nobre: 4,8
3. Manuel Alegre: 4,6
4. Francisco Lopes: 4,4
5. Defensor de Moura: 3,1

[1314] Eleição presidencial de 2011 (debate 10/10)

Enfim, o último dos debates a dois. O melhor, mais denso, mais abrangente. O mais (in)tenso. E o mais paradoxal: o Presidente-candidato assertivo, rápido, combativo. O desafiador mais manso, mais hesitante, quase surpreendido com as sucessivas transições (defesa/ataque) do opositor, como se diria em "futebolês".
Cavaco Silva, ainda que discutível, tem um programa. Tem um rumo e tem convicção. Tem uma carreira sólida, coerente, auditável.
A Manuel Alegre, mais simpático e acessível, falta-lhe profundidade e institucionalidade. É a diferença, não ideológica ou partidária, entre um homem de acção, do povo e para o povo, e um "BCBG".
Cavaco Silva: 7,5 - Manuel Alegre, 5,5.

29 dezembro 2010

[1313] Das campanhas e de detergentes

«A propósito do BPN, Cavaco diz-se vítima de uma campanha suja. Quem se lembra do caso das falsas escutas sabe que, nestas matérias, o Presidente sabe do que fala.»
(Daniel Oliveira, "A campanha suja", Antes Pelo Contrário, Expresso on line, 29-12-2010)
*
Estamos em pré-campanha presidencial e, dentro de dias, estaremos em plena campanha.
Daniel Oliveira, no exercício de direitos cívicos e democráticos inatacáveis, apoia expressamente um dos candidatos.
Usar diariamente uma coluna de opinião generalista para, reiterada e descaradamente, fazer campanha contra um dos opositores do seu candidato não me parece nada deontológico, para dizer o mínimo. Pelo contrário, recomendariam as boas práticas jornalísticas e cívicas que, neste período, não usasse o seu palco para assuntos eleitorais, dado que não conseguirá ser isento (é da natureza humana).
E se todos os titulares de colunas de opinião, a começar aqui no Expresso, se lembrassem de a usar diariamente para denegrir os candidatos que não recolhem o seu apoio?
A campanha deve ser feita nos lugares próprios, pelos próprios ou seus apoiantes. Em blogues dos candidatos, em sessões de esclarecimento, nos tempos de antena, etc. Tornar todos os "media" num grande forum de campanha eleitoral parece-me democraticamente desproporcionado, deontologicamente duvidoso e civicamente tortuoso.
(Núncio, comentário ali)

[1312] Eleição presidencial de 2011 (debate 9/10)

Na noite desta terça-feira, despediram-se do ciclo de debates Francisco Lopes e Defensor de Moura.
Foi um momento sem brilho nem glória, com algumas picardias pelo meio, mas sem sentido teleológico. Por outro lado, tratou-se, mais uma vez, de um debate a três, em que o terceiro candidato, sempre o mesmo, estava ausente e, por isso, sem poder contra-alegar.
Mais uma confirmação da desnecessidade deste ciclo ou, talvez, da incapacidade dos opositores do "incumbent" em mostrar-se à altura do desafio.
Francisco Lopes, 4 - Defensor de Moura, 4.

28 dezembro 2010

[1311] As palavras dos outros (106): o escrutínio segue dentro de momentos...

«As ideias de um escudo forte são de Cavaco Silva, desde 1980, quando foi Ministro das Finanças. Claro que depois Guterres foi na conversa dos seus economistas e manteve essa ideia bacoca e aderimos ao Euro com um escudo sobrevalorizado.»
(PMP, idem)
*
(...) não quis discutir a força ou a fraqueza do escudo. Quis apenas lembrar que, em Portugal, estamos sempre a voltar atrás, a reavaliar governos, sistemas e regimes que já lá vão, quando na altura pouco ou nada fizemos para alterar as políticas e as situações.
O presente é agora. Tivemos um governo para avaliar há pouco mais de um ano, o quinto (!) desde Cavaco Silva. Mas em vez de o avaliarmos correcta e democraticamente, preferimos falar de Salazar, Sá Carneiro e Cavaco.
Talvez daqui a 20 anos falemos de Sócrates...
(Núncio, idem)

[1310] As palavras dos outros (105): neo-qualquer coisa

«O aumento do desemprego está directamente ligado à politica neo-tonta de Braga de Macedo e Cavaco Silva de um escudo forte a partir de 1993 e posterior adesão ao euro forte.
Está também ligado ao aumento exagerado dos ordenados máximos e não dos minimos na administração pública, iniciada por Cavaco Silva.»
(PMP, comentário a "Um bocadinho de história", O Cachimbo de Magritte", 27-12-2010)
*
Em resumo, Cavaco Silva foi o impulsionador de todos os males que ninguém, depois dele (e já lá vão quatro primeiros-ministros, seis governos e 15 anos!), se atreveu, certamente por deferência, a exterminar.
(Núncio, comentário ali)

27 dezembro 2010

[1309] Eleição presidencial de 2011 (debate 8/10)

Chegar ao fim de 2010, menos de 40 anos após a instauração de um regime democrático, e assistir a um debate tão pobre, tão banal e tão inconsequente só pode deixar-nos perplexos ou deprimidos.
Reduzida capacidade de expressão gestual, oral e telegénica (aqui com alguma desvantagem para Nobre, que fala muito baixo e por vezes é pouco fluente). Argumentos repetidos de outros debates, resumidos a uma mão de clichés (as utopias, a salvação nacional fora do sistema, a regionalização, o BPN e pouco mais), fraquíssima consciência do papel do Chefe de Estado (Defensor não consegue sequer explicar por que se candidata) e, pior, umas pitadas de demagogia e pouca honestidade intelectual (na base da defesa de Defensor).
Pela sua autenticidade e simpatia e por ter-se demarcardo de ataques insultuosos, ainda assim Nobre marcou mais pontos.
Defensor de Moura: 3,5 - Fernando Nobre: 4,5.

26 dezembro 2010

[1308] As palavras dos outros (104): a mansidão do poder instalado

«Cavaco Silva também se habituou a que os católicos reagem de mansinho.»
(D. José Policarpo, cardeal patriarca, DN, 26-12-2010)
*
E os católicos não se habituaram a que V. Ex.ª, Senhor Cardeal Patriarca, reaja muito mansamente aos ataques anti-religiosos do Governo? E à ocupação de lugares-chave por maçons, até mesmo dentro da hierarquia da Igreja?

[1307] As palavras dos outros (103): é aqui que passam os certificados de anti-fascista?

«É por isso que este eterno deputado [Manuel Alegre] é o cartoon perfeito de um movimento que está a ganhar força na sociedade portuguesa: o neossalazarismo de esquerda, o 'orgulhosamente sós' em versão socialista.»
(Henrique Raposo, "Salazar em Alegre", Clube das Repúblicas Mortas, 24-12-2010)

[1306] As palavras dos outros (102): A torre de Pisa em Lisboa

«Ao mesmo tempo que o Eurostat revela que Portugal é o país da Europa com mais crianças pobres, que cantinas escolares matam fome em férias e aos fins-de-semana, a amostra portuguesa é composta por alunos que dizem ter 2 ou mais computadores em casa (mais de 70 por cento) e 2 automóveis (60 po rcento), indicadores que superam as médias da OCDE e nos permitem questionar a validade da amostra.
Pisados, mas não estúpidos!»

25 dezembro 2010

[1305] Na tal época do ano...

Um Natal feliz; uma vida abençoada.
É o desejo do blogger a todos os leitores, a todos os amigos, a todas as pessoas de boa vontade.

[1304] Eleição presidencial de 2011 (debate 7/10)

Os lobos começaram a aparecer, mas o caçador está atento e parece bem armado. Não se formou ainda nenhuma alcateia porque os lobos não têm todos o mesmo pedigree. Isso vê-se pelo olhar e pelo uivo.
Defensor de Moura: 2 - Cavaco Silva: 6,5.

23 dezembro 2010

[1303] Eleição presidencial de 2011 (debate 6/10)

Terceiro debate para Alegre e Nobre. Muita retórica, pouca substância. Alguma aridez, muita divagação. Sentiu-se que cada um dos candidatos tinha contas a ajustar com o seu passado e com o de pessoas que se (entre)cruzaram nas suas vidas políticas. Pouco ou nada acrescentou este debate ao histórico de cada um.
Fernando Nobre: 4,5 - Manuel Alegre: 4,5.

22 dezembro 2010

[1302] Eleição presidencial de 2011 (debate 5/10)

Esta noite, debateram, literalmente, Cavaco Silva e Francisco Lopes. Um debate por vezes áspero, em parte pela agressividade de Chico Lopes, por duas vezes no limite da honestidade intelectual: primeiro, ao esquecer que, bons ou maus, aos governos do primeiro-ministro Cavaco Silva já se sucederam outros seis (!), quatro do PS e dois do PSD/CDS; depois, ao confundir Cavaco com Oliveira e Costa - se mesmo um arguido se presume inocente até prova em contrário, o que se dirá do Presidente da República sobre quem não impende nenhuma acusação de qualquer natureza!
Aliás, esta obsessão de Francisco Lopes e de Manuel Alegre pelo passado (às vezes longíquo) torna, paradoxalmente, Cavaco Silva cada vez mais presente e futuro.
Embora nem sempre totalmente eficaz nem inequívoco, Cavaco mostrou-se combativo e mais veemente do que é habitual. E mais compenetrado do papel presidencial, cujas vestes ficou claro que não servem a Francisco Lopes, ao não conseguir responder como é que, enquanto Presidente, mudaria as políticas do governo ou imporia externamente a soberania nacional.
Atendendo aos três critérios definidos (expressão, argumentação e preparação), Cavaco Silva: 5,5 - Francisco Lopes, 4.

19 dezembro 2010

[1301] Eleição presidencial de 2011 (debate 4/10)

Leve e cordial o debate de ontem entre M. Alegre e F. Lopes. Tão cordial que, com a cumplicidade e por vezes o desafio da moderadora, em vez de debaterem entre si e tentarem demonstrar porque é que um é melhor candidato do que o outro, debateram com um candidato ausente, que não poderia defender-se.
Por outro lado, Alegre fala de CS como se ele fosse primeiro-ministro e não PR. Todos os erros que aponta à governação imputa-os ao Presidente, como se JS não existisse ou não fosse responsável pela condução do governo. E como se ele próprio não fosse tivesse sido deputado, vice-presidente da AR e conselheiro de Estado.
Quanto ao Chico Lopes, mantém a linha  que traçou: nenhuma novidade substantiva, mas um "upgrade" na forma e, portanto, na telegenia.
Em resumo, empataram. Nada de novo. Nenhuma ideia, nenhuma assunção de responsabilidades, nenhuma consciência da realidade.
Manuel Alegre: 4,5 - Francisco Lopes: 4,5.

18 dezembro 2010

[1300] Eleição presidencial de 2011 (debate 3/10)

O melhor dos três debates até agora realizados, já com o Presidente-candidato.
Fernando Nobre mais bem articulado do que no primeiro, embora igualmente vago e um pouco voluntarista. Confunde amiúde o papel de cooperante ou voluntário com o de Chefe de Estado. Mais parece, o que seria bastante prestigiante, candidato a Alto Comissário das Nações Unidas para as Minorias Étnicas ou para os Refugiados. Ou candidato à sua própria sucessão na AMI.
Cavaco Silva manteve-se no seu registo formal e institucionalista. Embora um pouco defensivo e auto-justificativo, incorporou coerentemente o papel presidencial, dissertando sobre a sua interpretação dos poderes e deveres de um PR.
Fernando Nobre: 5,5 - Cavaco Silva: 6,5.

17 dezembro 2010

[1299] Eleição presidencial de 2011 (debate 2/10)

Morno, cheio de amenidades e banalidades. Sem interesse nenhum, foi uma perda de tempo. Manuel Alegre e Defensor de Moura nem sequer disfarçaram a cumplicidade. O primeiro, ainda assim, menos superficial.
Manuel Alegre - 4; Defensor de Moura - 3.

15 dezembro 2010

[1298] Um verdadeiro diplomata

“É uma senhora muito excitada que é pior que um rottweiler solto.”
(Jorge Roza de Oliveira, ex-assessor diplomático do primeiro-ministro José Sócrates, sobre Ana Gomes, deputada socialista do Parlamento Europeu, cit. por Alfred Hoffman, ex-chefe da representação diplomática dos EUA em Lisboa, em "Sócrates aprovou em segredo uso do espaço aéreo e da base das Lajes", Público on line, 15-12-2010)

[1297] Eleição presidencial de 2011 (debate 1/10)

Abertos os debates.
Chico Lopes foi coerente e combativo, embora com momentos pouco urbanos (como a sua última intervenção, ao retirar ao opositor o direito de fechar o debate). Fernando Nobre, embora mundividente, mostrou-se demasiado vago e um pouco moralista.
De 1 a 10, ponderadas a clareza da expressão, a qualidade da argumentação e a preparação para o cargo (critérios que vamos seguir nos dez debates), Francisco Lopes: 5 - Fernando Nobre: 4,5.

13 dezembro 2010

[1296] Sete notas desafinadas

"Nunca fui dar o nome à PIDE a dizer que tinha bom comportamento."
(Manuel Alegre, Expresso on line, 12-12-2010)
*
1. Debate político com este tipo de argumentário desqualifica o [seu] autor e torna o debate completamente dispensável, reforçando o "incumbente".
2. Manuel Alegre não pode pretender, em 2010, continuar a viver à conta dos juros da sua pretensa actividade de há quarenta ou cinquenta (!) anos.
3. Sobretudo quando essa sua actividade não revelou a coragem e a importância que, vaidosamente, auto-imputa.
4. Cavaco Silva, e isto é um facto sem qualquer valoração, fez TODA a sua carreira política em democracia, sujeitando-se às regras do jogo. Não se lhe conhece qualquer actividade política antes de 1974, período em que só se lhe conhece o currículo académico e profissional.
5. Cavaco Silva não pertence, que se saiba, à Maçonaria, ao Opus Dei ou ao grupo Bildenberg, tendo ascendido social e politicamente apenas com as suas capacidades e defeitos próprios, coisa que muitos não podem dizer.
6. Ao contrário, Manuel Alegre é maçon (o que em si mesmo não é desprestigiante, mas diz muito do perfil), nada fez para se qualificar academicamente, não se lhe conhece obra política relevante (nem sequer no Parlamento, onde permaneceu 30 anos).
7. Finalmente, ser (bom ou mau) poeta não qualifica ninguém para o mais alto cargo da Nação.
(Núncio, idem)

12 dezembro 2010

[1295] As palavras dos outros (101): todos iguais, todos abrangidos

«A ideia de que cada um pode realizar a afectação das verbas que lhe são atribuídas como muito bem entende é ilegítima, ilegal e pode induzir ao desrespeito generalizado às normas da República. Os gestores públicos não são gestores de saldos, mas executantes de orçamentos discriminados por rubricas de receitas e despesas.
[Por outro lado, se] a ideia subjacente à proposta da Presidência do Governo Regional foi a de defender os açorianos de uma discriminação que deve ser feita em resultado da sua geografia insular, essa discriminação já é feita ao nível de algumas medidas específicas e que se integram já nas medidas de política fiscal ou orçamental, como por exemplo na que se observa através da redução das taxas de IVA em todos os escalões. Se o Governo da República o entendesse necessário tê-lo-ia estudado, proposto e talvez o tivesse aprovado no local próprio que é o Parlamento nacional.»

11 dezembro 2010

[1294] Endividados, avisou ela!

«De manhã o telejornal: o Banco Alimentar bateu o máximo anterior na captura de caridade, o Cavaco diz que a ajuda aos desfavorecidos é a primeira prioridade (...). E logo a seguir, com o mesmo ar de quem anuncia uma fatalidade metereológica, o locutor da manhã informa que a PT, o Jerónimo Martins e mais não sei quantos se aprestam a distribuir os dividendos de 2010 antes da alteração da carga fiscal. Quem é que vai lucrar com isto? (...) Se um padre, um locutor, a dra Manuela, o Cavaco dissessem isto às pessoas, eis o que era uma grande caridade.»
("A sopa dos pobres no jardim do Carregal", A Natureza do Mal, 22-11-2010)
*
A dra. Manuela disse outras coisas do mesmo género. Durante dois anos.
Poucos a ouviram. Preferiram o canto do sereio.
Agora, apelam ao Presidente e lembram a velha. É tarde. E a culpa é (também) daqueles eleitores que votam como quem escolhe manequins para a Loja das Meias...
(Núncio, idem, 8-12-2010)

[1293] As palavras dos outros (100): o fundamento democrático

«Temos de ter consideração que os partidos são indispensáveis à democracia, mas que a democracia não foi feita para os partidos, os partidos é que foram feitos para a democracia.»

10 dezembro 2010

[1292] Diz-me o que procuras, dir-te-ei quem és

Desporto: 1.futebol; 2.benfica; 3.liga; 4.mundial; 5.sporting; 6.windguru; 7.fifa; 8.soccer; 9.decathlon; 10.abola.
Notícias mais procuradas: 1.portugal; 2.gnr; 3.polícia judiciária; 4.educação; 5.escola; 6.apito dourado; 7.justiça; 8.pedro passos coelho; 9.desemprego; 10.pec.

[1291] Diz-me quem te apoia, dir-te-ei quem és

Cavaco Silva - Belmiro de Azevedo, Elvira Fortunato, António Horta Osório, Luís Villas-Boas, Ramalho Eanes, Adriano Moreira, Carrilho da Graça, Francisco José Viegas, Guta Moura Guedes e Simone de Oliveira.
Defensor de Moura - Pedro Nunes, Marques Júnior e Salvato Trigo.
Fernando Nobre - Rui Rangel, Catalina Pestana, Rui Moreira, Luís Represas, Rui Veloso, Vitorino e Edmundo Pedro. 
Francisco Lopes - Siza Vieira, Jaime Cortesão, Óscar Lopes, Guilherme da Fonseca e Fernanda Lapa.
Manuel Alegre - Alberto Martins, Inês de Medeiros, Valter Hugo Mãe, Miguel Vale de Almeida, Faria e Costa, André Freire, António Arnault e Daniel Sampaio.

[1290] O melhor candidato

Alegre - "Sou o melhor porque sei quantos cantos tem "Os Lusíadas".
Cavaco - "Mas eu sei calcular o PIB".
Defensor - "E eu sei onde se come o melhor arroz de cabidela".
Lopes - "Só eu sei o que custa a vida, o que faz de mim o melhor".
Nobre - "O melhor do país reside em mim".

09 dezembro 2010

[1289] A forma moderna de ter um "tacho" (ou um "post" politicamente muito incorrecto)

Já não há pachorra para a igualdade de género tão politicamente correcta.
Acaso fez-se também uma lista de nomeados com preocupações de igualdade etária (porque é que têm quase todos entre os 30 e os 50 anos?), igualdade étnica (os bloggers são todos WASP?) ou igualdade social (quem não é do eixo Porto-Coimbra-Lisboa não é nomeável?).
Ainda me irrita mais esta pretensa "igualdade" quando vejo que, fora do meio elitista em que se movem os seus supostos adeptos (jornais, partidos e empresas), a verdadeira igualdade (a do acesso a condições dignas de vida) é completamente ignorada.
A igualdade (inclusive a de género) é mera ferramenta para acesso ao poder, político, económico e cultural.
(Núncio, comentário a "Votava em qualquer uma delas", Delito de Opinião, 9-12-2010)

[1288] As palavras dos outros (99): a legitimidade democrática

«(...) como é que "um governo se considera legítimo quando permitiu que um país chegasse a esta situação (..)"».
(D. Manuel Martins, «Antigo bispo de Setúbal acusa Governo de "estar a matar pela raiz os direitos sociais"», MSN Notícias, 9-12-2010)
*
Teria sido tão importante ter ouvido pessoas como D. Manuel Martins, há um ano.

Era Setembro e o país (ainda) vivia em tons cor-de-rosa. A tempestade aproximava-se, mas a verdade e a honestidade não se deixavam vislumbrar pelo nevoeiro que se abateu na discussão, adensado pelo fumo de campanhas negras contra "a velha".
Afinal, os modernos e tecnológicos amanhãs não cantaram... só se ouve o tom desafinado e cruel da pobreza.
Quem responde por esta ilegítima apropriação do poder, baseada em pressupostos falsos, em discursos manipulados, em cumplicidades vergonhosas?
(Núncio, comentário a "Terra chama... Sócrates (2)", Delito de Opinião, 9-12-2010)

07 dezembro 2010

[1287] Enfim, os defensáveis alegres e nobres debates!

14/12 (RTP) - Lopes / Nobre
16/12 (RTP) - Alegre / Defensor
17/12 (SIC) - Nobre / Cavaco
18/12 (SIC) - Alegre / Lopes
21/12 (TVI) - Cavaco / Lopes
22/12 (TVI) - Nobre / Alegre
23/12 (SIC) - Defensor / Cavaco
27/12 (RTP) - Defensor / Nobre
28/12 (TVI) - Lopes / Defensor
29/12 (RTP) - Cavaco / Alegre

05 dezembro 2010

[1286] Pensamentos que surgem entre o Tamariz e o Guincho

Eduardo Pitta sempre vigilante. Pelo que é bom responde JS; o péssimo é da acção do PS e "PSD (o partido de Passos com o rabo entre as pernas)". Assim pensam as elites. Em tons de rosa.

[1285] As palavras dos outros (98): glória fácil (mas cara)

«Como é evidente, o PRACE [Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado] não deu azo nem a poupanças significativas, nem deu azo a uma verdadeira reforma da Administração Pública. A verdade é que o PRACE foi (e é) um tremendo fracasso. A prova disso é o despesismo rompante e o inaceitável descontrolo das despesas públicas nos últimos anos. Um fracasso proporcional à propaganda que o rodeou, aliás como aconteceu com o já olvidado Plano Tecnológico. Mais um fracasso colossal na lamentável tragicomédia que foram as irresponsabilidades dos últimos anos.»
(Álvaro Santos Pereira, "O fracasso do PRACE", Desmitos, 4-12-2010)

02 dezembro 2010

[1284] Notas avulsas sobre o papel do PR e sobre deontologia jornalística

1. O PR, em Portugal, tem os poderes que a Constituição lhe confere. Se a maioria do povo, através dos seus representantes, quiser reforçar os poderes presidenciais ou até alterar o sistema de governo (para Presidencialista) pode fazê-lo e tem agora uma boa oportunidade, estando aberto o processo de revisão constitucional.
2. Não sei se o actual PR "dá palpites" ou se tem "ideias brilhantes". Sei (...) que o órgão executivo é o Governo, que depende da AR, e que se os eleitores portugueses (...) tivessem querido mudar de Governo, deveriam ter demonstrado essa intenção nas urnas, há apenas um ano!
3. Estou muito cansado de ouvir e ler que "o PR deve fazer isto e aquilo" por parte de pessoas que, como eleitores e contribuintes, não fazem sequer o que lhes compete!
4. O PR, este ou outro, não precisa de conspirar para derrubar um governo. Demite-o, simplesmente. A Constituição Portuguesa prevê, claro, a demissão do governo. (...) [Basta lembrarmo-nos] dos casos em que houve mudança de governo sem ter havido dissolução da AR.
«Artigo 133º (Competência quanto a outros órgãos)
Compete ao Presidente da República, relativamente a outros órgãos:
(...)
g) Demitir o Governo, nos termos do n.º 2 do artigo 195.º, e exonerar o Primeiro-Ministro, nos termos do n.º 4 do artigo 186.º; (...)».
5. Quanto à [requentada] matéria das escutas, a mim interessa-me a questão ética e deontológica, porque - quanto à questão política ou tecnológica - não posso, honestamente, pronunciar-me, pois não tenho informação privilegiada nem sou perito informático. E como me interessa a questão ética, sei que o que foi publicado sobre o assunto pelo DN é "abaixo dos mínimos" aceitáveis, para ser educado. Releia[-se], apenas para começo, o que sobre isso foi escrito pela ERC e pelo Sindicato dos Jornalistas.
6. Sou muito sensível a esse assunto (liberdades, sobretudo de opinião). Daí o interesse ético e deontológico no papel do DN e do Público, mais do que nas próprias escutas, pois aí seremos [muitos] a especular sem dados seguros: eu não posso afirmar (duvido que alguém possa, para além de um círculo muito restrito de pessoas) se houve ou não escutas ao Presidente. Posso apenas afirmar que o tratamento jornalístico dado ao assunto foi indigno e já avaliado pela ERC e pelo SJ.
7. Num jornal de referência, não se violam princípios e regras éticas e deontológicas a troco de nada, muito menos durante uma campanha eleitoral, período democraticamente sensível. Abandone[m-se os] pré-conceitos e veja[-se], objectivamente, quem beneficiou com a divulgação desses e-mails obtidos ilicitamente (sim, porque as comunicações electrónicas também são protegidas pelas regras da privacidade).
8. Não está prevista, não sei se por lapso ou por convicção do legislador, a demissão de Conselheiros de Estado, mas sim a renúncia, que é um acto pessoal. Daí que o PR tenha tido necessidade de aguardar a iniciativa de [Dias] Loureiro. Mas há um indício da posição (bastante crítica) do PR: durante o período em que aguardou essa renúncia, não convocou nenhum[a reunião do] Conselho de Estado. Não podemos imputar a um agente a responsabilidade pelo comportamento de terceiros.
9. A mim, como não sou juiz nem procurador, interessam-me mais os erros políticos, que (...) têm sido muitos. Para um juízo democrático, basta isso.
(Núncio, idem)

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