Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.
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11 janeiro 2016

[1441] Late Sunday evening: os pontos dos candidatos

Em período eleitoral, no primeiro dia de campanha oficial, fazemos uma avaliação, necessariamente subjectiva, mas equidistante, dos 10 candidatos a Presidente da República (1), pela ordem com que aparecerão no boletim de voto. Trata-se de oito homens e duas mulheres, dos quais apenas quatro são recomendados ou apoiados pelos partidos: Sampaio da Nóvoa pelo Livre e PCTP/MRPP, Edgar Silva pela CDU, Marisa Matias pelo BE e Marcelo Rebelo de Sousa pelo PSD e CDS/PP. Contudo, dos restantes seis, de apenas um (Jorge Sequeira) não se lhe conhece qualquer militância, pois Henrique Neto, Cândido Ferreira, Vitorino Silva (Tino de Rans) e Maria de Belém são socialistas e Paulo Morais social-democrata.
Os critérios e as ponderações são os seguintes, em atenção às quatro qualidades que reputamos indispensáveis ao Chefe de Estado, ponderadas de forma ligeiramente diversa: 
(2) independência (de 0 a 6 valores), 
(3) experiência política (de 0 a 5), 
(4) mundividência (de 0 a 5) e 
(5) poder comunicacional (de 0 a 4).
A pontuação total (6) corresponde à soma dos pontos obtidos nos quatro critérios, na escala habitual (0-20 valores= 6+5+5+4).
*
(1) Candidatos   /   (2) Indep.  /  (3) Experiênc.  /  (4) Mundivid.  /  (5) Comunic.  /  (6) Total / (7) Prev.
Henrique Neto ......... 5.0 .............. 2.5 ................ 2.5 ............. 2.0 ............... 12.0            7
Sampaio da Nóvoa ...  2.5 .............. 2.5 ................ 4.0 ............. 3.0 ............... 12.0            2
Cândido Ferreira ..... 3.5 ............... 2.0 ................ 1.5 ............. 1.0 ............... 08.0           10
Edgar Silva............. 1.5 ............... 3.0 ................ 2.0 ............. 0.5 ............... 07.0            6
Jorge Sequeira........ 3.0 ............... 0.0 ................ 2.0 ............. 1.5 ............... 06.5            9
Vitorino Silva ......... 3.5 ............... 1.0 ................ 0.5 ............. 2.0 ............... 07.0           8
Marisa Matias ........ 2.5 ............... 3.5 ................ 3.5 ............. 2.5 ............... 12.0           5
Maria de Belém ...... 3.5 ..............  4.5 ................ 3.0 ..............2.5 ............... 13.5           3  
Marcelo Rebelo de S..4.0 ............... 4.0 ................ 4.5 ............. 3.5 ............... 16.0           1
Paulo Morais .......... 4.5 ............... 3.0 ................ 2.5 ............. 2.0 ............... 12.0           4    
       *
Em resumo:
- Henrique Neto é suficientemente independente, capaz de análise crítica conjuntural, mas parece faltar-lhe a flexibilidade exigida aos cargos políticos actuais (que resposta para as crises de amanhã, sem hora nem local nem protagonistas nem recursos definidos?)
- António Sampaio da Nóvoa tem bastante densidade política e conceptual, de natureza ideológica e de classe, faltando-lhe experiência política formal e vivência prática (como se criam empresas? quanto custa um pacote de leite? como se fomentam as exportações?);
- Marisa Matias tem razoável experiência política nacional e europeia e tem pensamento, embora marcadamente fracturante, pouco compatível com cargo de representação e afirmação nacional (como aceitar governos e lidar com homólogos de áreas políticas opostas?);
- Maria de Belém Roseira é muito experiente em cargos executivos e de cariz social e mostra-se relativamente independente, faltando-lhe um discurso mais claro e denso (como se actualiza ou relê a Constituição?);
- Marcelo Rebelo de Sousa tem muito mundo e cultura, parecendo pouco condicionado por grupos, sectores, ideologias e partidos, porém parece faltar-lhe previsibilidade e estabilidade (em que circunstâncias demite um governo? que fazer em momentos politicamente delicados?);
- Paulo Morais tem sérias preocupações éticas e de regime, mas falta-lhe um discurso mais abrangente e um apoio institucional e formal adequado à função;
- os restantes candidatos não parecem estar em condições de se afirmarem em qualquer dos quatro critérios. 
O campo das Previsões (7) regista a ordem pela qual se estima que sejam votados os candidatos, a 24.01.2016.

10 agosto 2015

[1437] Os pontos das pastas (VII): fim de legislatura ou fim de ciclo?

Em período estival, quase no início da campanha eleitoral, fazemos a última avaliação do (1) XIX Governo Constitucional, em funções há quatro anos, três deles em execução de um programa de assistência económico-financeira, após resgate internacional solicitado pelo XVIII Governo Constitucional. Trata-se, a final, de um balanço, sobretudo para os ministros que se mantiveram no governo durante toda a legislatura.
Os critérios e as ponderações são as de sempre:
(2) competência técnica (de 0 a 7 valores),
(3) capacidade de execução do programa (de 0 a 6),
(4) densidade do discurso político (de 0 a 4) e
(5) poder comunicacional (de 0 a 3).
A pontuação total (6) corresponde à soma dos pontos obtidos nos quatro critérios, na escala habitual (0-20 valores= 7+6+4+3).
*
(1) Ministros   /   (2) Compet.  /  (3) Execução  /  (4) Discurso  /  (5) Comun.  /  (6) Total / (7) Obs.
Paulo Macedo ....... 6.0 .............. 4.5 .............. 2.0 ........... 2.0 ............ 14.5
Aguiar Branco ....... 4.0 .............. 5.5 .............. 2.5 ........... 1.5 ............ 13.5                G
Maria Luís A. ........ 5.0 .............. 4.5 .............. 1.5 ........... 2.0 ............ 13.0         (++) G
J. Moreira da Silva.. 5.5 .............. 4.5 .............. 1.5 ........... 1.0 ............ 12.5                G
Miguel P. Maduro... 4.5 .............. 4.5 .............. 1.5 ........... 1.0 ............. 11.5
P. Passos Coelho ... 3.5 .............. 4.5 .............. 2.0 ........... 1.5 ............. 11.5         (+)  G
Assunção Cristas ... 4.5 .............. 3.5 .............. 1.0 ........... 2.0 ............. 11.0         (+)  G
Paulo Portas ........ 4.5 ............... 2.5 ............ 1.0 ............ 2.5 ............ 10.5                G  
Pires de Lima....... 3.5 ............... 3.5 ............. 1.5 ........... 2.0 ............. 10.5          (-)
Nuno Crato ......... 5.0 ............... 2.5 ............. 2.0 ........... 0.5 ............. 10.0         (--)
Paula T. da Cruz ... 4.0 ............... 3.0 ............  1.5 ..........- 0.5 ............. 09.0         (--)
Mota Soares ........ 3.5 ............... 3.0 ............. 1.0 ........... 1.5  ............ 09.0  
Marques Guedes.... 3.5 .............. 3.0 ............. 0.5 ........... 1.0 .............. 08.0               G
Rui Machete......... 3.0 .............. 4.0 ............. 0.5 ........... 0.5 ............. 08.0           (-)
Anabela Rodrigues. 2.5 ...............1.5 ............. 0.5 ........... 0.5.............. 05.0          (--)
    
       *
O campo das Observações (7) regista o balanço final: superou as (minhas) expectativas (+) ou defraudou-as (-). Se o próximo governo vier a ser composto pela actual coligação, a letra "G" significa que, a meu ver, aquele ministro tem hipóteses de continuar a fazer parte.
Em resumo, quatro avaliações bastante positivas, três medianas, três sofríveis e cinco negativas. Paulo Macedo e Aguiar Branco confirmam a avaliação segura que sempre tiveram e Maria Luís e Passos Coelho tiveram um final de legislatura claramente ascendente. As ministras da Justiça e da Administração Interna, esta com apenas uma avaliação, são, com Nuno Crato, as maiores decepções.

27 setembro 2014

[1432] Os pontos das pastas (VI): terceira (e última?) avaliação do Governo actual

Avançamos para a terceira avaliação do XIX Governo Constitucional (1), em funções há três anos (feitos em 20.06.2014). Os critérios e as ponderações são as de sempre: (2) competência técnica (de 0 a 7 val.), (3) capacidade de execução do programa (de 0 a 6), (4) densidade do discurso político (de 0 a 4) e (5) poder comunicacional (de 0 a 3).
A pontuação total (6) corresponde à soma dos pontos obtidos nos quatro critérios, na escala habitual (0-20 valores= 7+6+4+3).
*
(1) Ministros   / (2) Compet. / (3) Execução / (4) Discurso / (5) Comun. / (6) Total / (7) Obs.
Paulo Macedo .......5.5 ............... 4.5 .............2.5 .......... 1.5 ......... 14.0
Aguiar Branco ...... 4.5 ............... 5.0 ............ 2.5 .......... 1.0 ......... 13.0
J. Moreira da Silva.. 4.5 ............. 3.5 ............ 2.0 .......... 1.5 .......... 11.5
Miguel P. Maduro... 4.0 .............. 3.0 ............ 3.0 .......... 1.5 .......... 11.5      (+)
Pires de Lima....... 4.0 ............... 3.5 ............ 2.0 .......... 1.5 ......... 11.0       (+)
Paulo Portas ........ 4.0 ............... 3.0 ............ 2.0 .......... 2.0 ........  11.0        
Nuno Crato ......... 4.5 ............... 2.5 ............ 2.5 .......... 1.0 ......... 10.5       (-) (R)
Maria Luís A. ........ 4.0 ...............3.5 ............ 1.0 ...........2.0 ......... 10.5      (+)
P. Passos Coelho ... 3.5 .............. 3.5 ............ 1.5 .......... 1.5 ......... 10.0 
Paula T. da Cruz ... 3.5 ............... 3.0 ...........  2.5 .......... 1.0 ......... 10.0       (-) (R)
Assunção Cristas ... 3.0 .............. 3.0 ............ 1.5 .......... 2.0 .......... 09.5
Marques Guedes.... 3.5 .............. 3.5 ............ 1.0 .......... 1.0 .......... 09.0     
Rui Machete..........3.5 .............. 3.5 ............ 1.0 .......... 0.5 ......... 08.5
Miguel Macedo ..... 3.0 ...............3.0 ............ 1.5 .......... 1.0...........08.5
Mota Soares ........ 3.0 .............. 3.0 ............. 1.0 .......... 1.5  .........08.5       
       
*
O campo das Observações (7) regista a perspectiva, positiva (+) ou negativa (-), para a próxima avaliação ("R" significa "remodelável"), se a houver (eleições na Primavera?).
Em resumo, quatro avaliações negativas, cinco sofríveis, Paulo Macedo e Aguiar Branco continuam na cabeça do pelotão e há duas estrelas ascendentes, Poiares Maduro e Maria Luís.  Vítor Gaspar não resistiu mesmo à falta de "mundo real" e a Justiça e a Educação, pese embora tenham titulares reconhecidos, parecem não resistir à inabilidade política para reformas técnicas.

25 junho 2013

[1411] Os pontos das pastas (V): 2.ª avaliação, dois anos depois

Avançamos para a segunda avaliação do XIX Governo Constitucional, em funções há mais tempo do que se antecipava na primeira avaliação [1399] e já com uma remodelação do elenco ministerial (1). Os critérios e as ponderações são as que sempre usamos:
- (2) competência técnica (0-7 valores);
- (3) capacidade de execução (0-6 val.);
- (4) discurso político (0-4 val.); e
- (5) poder comunicacional (0-3 val.).
Por competência técnica entendemos o conhecimento que o ministro revelou ter da área tutelada e a aptidão para analisar e discutir os assuntos. A capacidade de execução aprecia o poder de concretização das políticas desenhadas e dos objectivos definidos. Os outros critérios respeitam a duas qualidades que se reputam essenciais num ministro: a densidade e consistência do discurso político (isto é, a coerência entre a "cartilha" e a praxis) e a capacidade de comunicação com os eleitores/cidadãos.
A pontuação total (6) corresponde à soma dos pontos obtidos nos quatro critérios, na escala habitual (0-20 valores).
*
(1) Ministros   / (2) Compet. / (3) Execução / (4) Discurso / (5) Comun. / (6) Total / (7) Obs.
Paulo Macedo .......5.5 ............... 5.0 .............2.5 .......... 1.0 ......... 14.0
Aguiar Branco ...... 4.0 ............... 4.5 ............ 2.5 .......... 2.0 ......... 13.0
Paulo Portas ........ 4.0 ............... 3.0 ............ 2.5 .......... 2.0 ........  11.5        
Nuno Crato ......... 5.0 ............... 3.0 ............ 2.0 .......... 1.0 ......... 11.0       (+)
Álvaro S. Pereira .. 4.0 ............... 3.5 ............ 1.5 .......... 1.5 ......... 10.5     
Paula T. da Cruz ... 4.5 ............... 2.5 ...........  1.5 .......... 1.5 ......... 10.0       (-) (R)
Assunção Cristas ... 3.5 .............. 3.0 ............ 2.0 .......... 1.5 .......... 10.0
Miguel P. Maduro... 3.5 .............. 2.5 ............ 2.5 .......... 1.5 .......... 10.0      (+)
P. Passos Coelho ... 3.0 ............... 3.5 ............ 2.5 .......... 1.0 ......... 10.0       
Mota Soares ........ 3.0 .............. 3.0 ............ 1.5 .......... 1.5  .......... 9.0       (-) (R)
Marques Guedes..... 4.0 .............. 3.0 ............ 1.0 .......... 1.0 .......... 9.0        
Vítor Gaspar ....... 4.0 ...............3.0 ............ 1.0 ........... 0.5 ......... 8.5        (R)
Miguel Macedo ..... 3.0 .............. .3.5 ............ 1.0 .......... 1.0........... 8.5       (R)
*
O campo das Observações (7) regista a perspectiva, positiva (+) ou negativa (-), para a próxima avaliação ("R" significa "remodelável").
Em resumo, mais um ministro, outras quatro avaliações negativas, duas na continuidade  (M. Soares e M. Macedo) e duas novas (inevitável Gaspar e o estreante M. Guedes). Paulo Macedo e Aguiar Branco a destacarem-se e a maioria do governo no sofrível (9 / 11). Confirmou-se a saída de Relvas, a revisão em  baixa de M. Macedo e Portas e a revisão em alta do Álvaro. Gaspar resiste à falta de "mundo real" até quando? Justiça e Segurança Social remodeláveis.

06 outubro 2012

[1399] Os pontos das pastas (IV): 1.ª avaliação de PPC

Em dia da celebração da República e estando o XIX Governo Constitucional em funções há 15 meses (não se sabendo hoje quantos mais estarão), faz-se aqui a avaliação da actuação dos seus ministros (1), na sequência de outras avaliações anteriores, com base nos critérios e ponderações que sempre usamos. São eles (entre parêntesis, a sub-escala a ter em conta):
- (2) competência técnica (0-7 valores);
- (3) capacidade de execução (0-6 val.);
- (4) discurso político (0-4 val.); e
- (5) poder comunicacional (0-3 val.).
Por competência técnica entendemos o conhecimento que o ministro revelou ter da área tutelada e a aptidão para analisar e discutir os assuntos. A capacidade de execução aprecia o poder de concretização das políticas desenhadas e dos objectivos definidos. Os outros critérios respeitam a duas qualidades que se reputam essenciais num ministro: a densidade e consistência do discurso político (isto é, a coerência entre a "cartilha" e a praxis) e a capacidade de comunicação com os eleitores/cidadãos.
A pontuação total (6) corresponde à soma dos pontos obtidos nos quatro critérios, na escala habitual (0-20 valores).
*
(1) Ministros   / (2) Compet. / (3) Execução / (4) Discurso / (5) Comun. / (6) Total / (7) Obs.
Paulo Macedo .......5.0 ............... 4.5 .............2.0 .......... 1.0 ......... 12.5
Aguiar Branco ...... 4.0 ............... 4.0 ............ 2.5 .......... 2.0 ......... 12.5
Paulo Portas ........ 4.0 ............... 3.5 ............ 2.5 .......... 2.0 ........  12.0        (-)
Nuno Crato ......... 5.0 ............... 3.0 ............ 2.0 .......... 1.0 ......... 11.0        (+)
Vítor Gaspar ....... 5.5 ...............3.5 ............ 1.0 ........... 0.5 ........ 10.5        (R)
P. Passos Coelho ... 3.5 ............... 3.5 ............ 1.5 .......... 2.0 ......... 10.5        (+)
Paula T. da Cruz ... 4.5 ............... 2.5 ...........  1.5 .......... 1.5 ......... 10.0
Assunção Cristas ... 3.5 .............. 3.0 ............ 2.0 .......... 1.5 .......... 10.0
Mota Soares ........ 3.0 .............. 3.5 ............ 1.5 .......... 1.5  .......... 9.5
Álvaro S. Pereira .. 4.0 ............... 2.5 ............ 1.0 .......... 1.0 .......... 8.5     (+) (R)
Miguel Macedo ..... 2.5 .............. .3.0 ............ 1.0 .......... 1.5........... 8.0     (-) (R)
Miguel Relvas ...... 2.0 ............... 2.0 ............ 1.5 .......... 2.0 .......... 7.5        (R)
*
O campo das Observações (7) regista a perspectiva, positiva (+) ou negativa (-), para a próxima avaliação ("R" significa "remodelável").
Em resumo, quatro avaliações negativas, por razões diversas. Boas perspectivas para Crato, arrumada a casa, e o primeiro-ministro, se aguentar mesmo o barco. Santos Pereira pode melhorar, se ficar, o que se duvida. Gaspar não deve resistir à falta de "mundo real". Portas parece cada vez mais distante. Relvas é um caso perdido e Miguel Macedo não tem pulso para as polícias.

23 abril 2011

[1343] Os pontos das pastas (III, JS)

Estando em gestão corrente, após a aceitação pelo Presidente da República da demissão do primeiro-ministro, é tempo de fazer a avaliação, na sequência do que fizemos há dois anos (cfr. aqui), da actuação dos ministros do XVIII Governo Constitucional (1) com base nos critérios e ponderações que sempre usamos. São eles (entre parêntesis, a sub-escala a ter em conta), a saber:
- (2) competência técnica (0-7 valores);
- (3) capacidade de execução (0-6 val.);
- (4) discurso político (0-4 val.); e
- (5) poder comunicacional (0-3 val.).
Por competência técnica entendemos o conhecimento que o ministro revelou ter da área tutelada e a aptidão para analisar e discutir os assuntos. A capacidade de execução aprecia o poder de concretização das políticas desenhadas e dos objectivos definidos. Os outros critérios respeitam a duas qualidades que se reputam essenciais num ministro: a densidade e consistência do discurso político (isto é, a coerência entre a "cartilha" e a praxis) e a capacidade de comunicação com os eleitores/cidadãos.
A pontuação total (6) corresponde à soma dos pontos obtidos nos quatro critérios, na escala habitual (0-20 valores).
*
(1) Ministros / (2) Compet. / (3) Execução / (4) Discurso / (5) Comun. / (6) Total / (7) Obs.
Luís Amado / 4.5 / 3.0 / 2.5 / 1.0 / 11.0 / + 4.0
Mariago Gago / 4.5 / 3.0 / 2.0 / 1.0 / 10.5 / - 3.0
Pedro Silva Pereira / 3.5 / 3.0 / 1.5 / 2.0 / 10.0 / + 2.0
*
António Serrano / 3.0 / 2.5 / 1.0 / 2.0 / 8.5 / - 0.5 #
Santos Silva / 4.0 / 2.0 / 1.5 / 1.0 / 8.5 / - 0.5 #
Helena André / 3.0 / 2.5 / 1.5 / 1.0 / 8.0 / - 4.0 #
Alberto Martins / 3.0 / 2.0 / 1.5 / 1.5 / 8.0 / 0.0 #
Teixeira dos Santos/ 3.5 / 1.5 / 1.0 / 1.5 / 7.5 / - 4.5


Rui Pereira / 2.5 / 2.0 / 2.0 / 1.0 / 7.5 / - 3.5
*
Ana Jorge / 2.5 / 1.5 / 1.0 / 2.0 / 7.0 / 0.0
Vieira da Silva / 3.0 / 2.0 / 1.0 / 1.0 / 7.0 / - 3.5 #
José Sócrates / 1.5 / 2.5 / 0.5 / 2.5 / 7.0 / - 4.5
Gabriela Canavilhas / 2.5 / 1.0 / 1.5 / 1.5 / 6.5 / + 0.5 #
António Mendonça / 2.5 / 2.0 / 0.5 / 1.0 / 6.0 / - 3.0 #
Jorge Lacão / 2.0 / 1.5 / 2.0 / 0.5 / 6.0 / - 1.5 #
Dulce Pássaro / 2.5 / 1.5 / 1.0 / 0.5 / 5.5 / - 3.5 #
Isabel Alçada / 1.0 / 2.0 / 1.0 / 1.5 / 5.5 / - 1.5 #
*
O campo das Observações (7) regista a diferença, positiva ou negativa, para a avaliação anterior (seja do antecessor, assinalado com #, seja do próprio, se ocupava a mesma pasta).
Em resumo, uma descida acentuada do actual gabinete governamental, face ao anterior, com apenas três avaliações positivas (note-se a subida de Luis Amado) e muitas avaliações abaixo de 8 valores. Quebras significativas do primeiro-ministro, de Teixeira dos Santos e de Helena André (neste caso, em relação a Vieira da Silva).

28 dezembro 2010

[1311] As palavras dos outros (106): o escrutínio segue dentro de momentos...

«As ideias de um escudo forte são de Cavaco Silva, desde 1980, quando foi Ministro das Finanças. Claro que depois Guterres foi na conversa dos seus economistas e manteve essa ideia bacoca e aderimos ao Euro com um escudo sobrevalorizado.»
(PMP, idem)
*
(...) não quis discutir a força ou a fraqueza do escudo. Quis apenas lembrar que, em Portugal, estamos sempre a voltar atrás, a reavaliar governos, sistemas e regimes que já lá vão, quando na altura pouco ou nada fizemos para alterar as políticas e as situações.
O presente é agora. Tivemos um governo para avaliar há pouco mais de um ano, o quinto (!) desde Cavaco Silva. Mas em vez de o avaliarmos correcta e democraticamente, preferimos falar de Salazar, Sá Carneiro e Cavaco.
Talvez daqui a 20 anos falemos de Sócrates...
(Núncio, idem)

25 setembro 2010

[1241] Janela indiscreta (9): a quem interessa não avaliar o presente?

«(...) por muito crítica que seja a nossa opinião sobre os governos do actual PR [ou de outros], eles já lá vão (...)! Temos é de avaliar os actuais governos. Democracia é isso. A avalição do presente. Quanto ao passado, temos a História que fará o seu juízo. Faria algum sentido democrático e ético poupar os actuais governantes em nome de erros que se cometeram há 25, 20 ou 15 anos atrás?!
A resposta é simples: nós, eleitores, temos de avaliar os erros e os acertos de cada legislatura e ponderar as alternativas em função dessa avaliação. Houve eleições há precisamente um ano. Pelos vistos, não se avaliou nada, deixou-se tudo na mesma e agora chama-se pelo FMI quando era tudo tão previsível... e muita da previsibilidade foi negada por este mesmo painel, que gostava de "malhar" na Manuela Ferreira Leite e, por isso, teve o que mereceu!»
(Núncio / Portugal Real, comentário a "Cavaco chama partidos a Belém", Expresso on line, 24-9-2010)

14 fevereiro 2009

[785] As notas dos candidatos (ficha técnica)

Avaliamos hoje a actuação dos líderes dos principais partidos (no caso de Garcia Pereira e de Manuel Monteiro, não tendo os partidos que chefiam assento parlamentar, entendemos que são, com pouca controvérsia, aqueles com mais relevo político e social), candidatos a primeiro-ministro (1).
A avaliação teve por base critérios e ponderações idênticos aos da avaliação dos ministros, com algumas nuances. São eles:
- (2) competência profissional (0-7 valores);
- (3) autoridade política e ética (0-6 val.);
- (4) discurso político (0-4 val.); e
- (5) poder comunicacional (0-3 val.).
Por competência profissional entende-se a capacidade revelada na sua área de actuação. A autoridade ética e política vê-se na conduta pessoal e política. Os outros dois critérios respeitam à consistência e densidade do discurso político e à capacidade de comunicação com os eleitores/cidadãos.
A pontuação total (6) corresponde à soma dos pontos obtidos nos quatro critérios, na escala habitual (0-20 valores).
Dadas as explicações, vejamos os resultados mais salientes:
- dos 7 líderes (3 à direita e 4 à esquerda), nenhum se destaca verdadeiramente, sendo MFL (direita) e FL (esquerda) os melhores;
- todos os outros resultados são sofríveis, até com uma negativa (MM);
- os pontos fortes: de MFL, a competência e autoridade; de FL, a competência e o discurso; de JoS, o poder comunicacional; de GP, a competência; de PP, o poder comunicacional; de JeS, a autoridade; e de MM, o poder de comunicação.

[783] E quem avalia os políticos?

Sabe o que quer dizer avaliar? Presumo que não, mas eu ajudo.
Avaliar é "determinar a valia ou o valor de; apreciar o merecimento de; aquilatar, reconhecer a força de, a grandeza de; estimar, prezar". Qualquer bom dicionário lhe apresentará esta ou outra definição sinónima.
Nada do que está a ser feito em Portugal, aos professores, aos juízes, aos funcionários dos ministérios é avaliar. Pelo contrário, o que se tem feito nos últimos anos é depreciar, apoucar, fragilizar, desmerecer, denegrir, humilhar. Quem disser o contrário é masoquista ou desonesto.
(Núncio/Portugal Real, comentário a "Coitada da Sô Dona Manuela", do leitor cjours do Expresso)

09 fevereiro 2009

[780] Os pontos das pastas (ficha técnica)

No próximo dia 20, passam quatro anos após as últimas eleições legislativas (o que implicaria, não fosse uma alteração constitucional incompreensível, que fôssemos a votos ainda neste trimestre, sem necessidade de qualquer táctica de antecipação).
Na sequência do que fizemos aquando do 1.º ano da actual legislatura, e em jeito de balanço, avaliamos hoje a actuação dos ministros do XVII Governo Constitucional (1) com base nos mesmíssimos critérios e ponderações. São eles (entre parêntesis, e uma vez que não pondero os quatro critérios da mesma forma, indica-se a escala a ter em conta), a saber:
- (2) competência técnica (0-7 valores);
- (3) capacidade de execução (0-6 val.);
- (4) discurso político (0-4 val.); e
- (5) poder comunicacional (0-3 val.).
Por competência técnica entende-se o conhecimento que o ministro revela dos assuntos que tutela e a aptidão para analisá-los e discuti-los. A capacidade de execução aprecia o poder de concretização das políticas desenhadas e dos objectivos definidos. Os outros dois critérios respeitam a duas qualidades que se reputam essenciais num ministro: a consistência e profundidade do discurso político (releva a coerência entre a "cartilha" e a praxis e não a concordância ou discordância pessoais) e a capacidade de comunicação com os eleitores/cidadãos.
A pontuação total (6) corresponde à soma dos pontos obtidos nos quatro critérios, na escala habitual (0-20 valores).
Houve, entretanto, remodelação da composição governativa. O ponto de comparação (7) é, naturalmente, a avaliação do antecessor.
Dadas as explicações, vejamos os resultados mais salientes:
- dos 17 ministros que compõem o governo, só seis têm avaliação positiva e só dois melhoram a sua avaliação de 2006;
- há mesmo três descidas acentuadas, entre os três e os sete valores (Ambiente, Educação e Saúde);
- mantém-se a apreciação muito negativa dos titulares das pastas dos Assuntos Parlamentares, Justiça e Cultura (sendo que, neste caso, parece não ter trazido nenhum benefício a mudança de titular);
- finalmente, a situação particular do primeiro-ministro que, nestes três anos, perdeu claramente em competência e capacidade de execução.

08 fevereiro 2009

[779] Os pontos das pastas (II)

(1) Ministros / (2) Compet. / (3) Cap. execução / (4) Disc. / (5) Comun. / (6) Total / (7) Obs.
Mariago Gago / 6.0 / 4.0 / 2.5 / 1.0 / 13.5 / - 1.0
Teixeira dos Santos/ 5.0 / 3.0 / 2.0 / 2.0 / 12.0 / + 1.5
Vieira da Silva / 4.0 / 3.5 / 2.5 / 2.0 / 12.0 / 0.0
José Sócrates / 3.5 / 4.5 / 1.0 / 2.5 / 11.5 / - 2.0
Rui Pereira / 4.5 / 3.0 / 2.0 / 1.5 / 11.0 / - 0.5
Manuel Pinho / 3.5 / 3.0 / 2.0 / 2.0 / 10.5 / 0.0

*
Severiano Teixeira / 4.5 / 2.0 / 1.5 / 1.5 / 9.5 / 0.0
Mário Lino / 3.5 / 3.0 / 0.5 / 2.0 / 9.0 / + 0.5
Jaime Silva / 4.0 / 2.0 / 1.5 / 1.5 / 9.0 / 0.0
Nunes Correia / 4.0 / 3.0 / 1.5 / 0.5 / 9.0 / - 3.0
Alberto Costa / 2.0 / 5.0 / 0.5 / 0.5 / 8.0 / 0.0
Pedro Silva Pereira / 3.0 / 2.5 / 1.5 / 1.0 / 8.0 / - 1.0

*
Augusto Santos Silva/ 2.5 / 2.5 / 2.0 / 0.5 / 7.5 / - 1.0
Luís Amado / 3.0 / 2.0 / 1.0 / 1.0 / 7.0 / - 2.5
Mª Lurdes Rodrigues/ 2.5 / 3.5 / 0.5 / 0.5 / 7.0 / - 4.0
Ana Jorge / 3.0 / 1.5 / 1.0 / 1.5 / 7.0 / - 7.0
Pinto Ribeiro / 2.0 / 1.5 / 1.5 / 1.0 / 6.0 / - 0.5

31 maio 2008

[593] Avaliada, eu?!

«Interessante é ver como em Portugal um Professor que NUNCA FOI AVALIADO chega ao topo da Carreira Docente (Ministra da Educação!) e se põe a disparar em todos os sentidos contra os Profs. não avaliados. Vejamos, a Dr.ª Maria de Lurdes tirou o antigo 5.º (actual 9.º!) ano e ingressou no Magistério Primário (naquele tempo, eram dois anos de curso). Deu aulas na Primária até se inscrever no ISCTE (com o 5.º ano + 2 anos de Mag. Primário!). Ao fim de 5 (CINCO) anos de estudos em curso nocturno sai com um DOUTORAMENTO que lhe permitiu dar aulas (?!) no ISCTE, por acaso onde o sr. Engenheiro fez a pós-graduação (mestrado?) a seguir à 'licenciatura' da UNI. Digam lá que não lhe deu um certo jeito nunca ser PROFESSORA AVALIADA!
Do outro lado da barricada, também era CONTRA a avaliação dos Professores, não era Dr.ª Maria de Lurdes? Pelo menos o seu ex-Professor Iturra diz que sim... e ainda nenhum ex-aluno veio aqui para os fóruns gabar-lhe os dotes docentes! Não teremos mesmo melhor? Os professores poderão lidar com os alunos como a Sr.ª lida com os professores? Exigir-lhes tudo ensinando pouco e com tão parco exemplo?»
(Teresa Soares, Centro de Competência da Universidade de Aveiro: por email, cortesia da leitora "cachopa")

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