Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

28 janeiro 2008

[540] As palavras dos outros (14): o Ocidente numa encruzilhada

"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons."
(Martin Luther King)

[539] A idade da inocência

"Mais do que o culto da juventude (quantas vezes a idade emocional desmente a idade cronológica!) e do que o medo da morte (sempre se morreu em qualquer idade, além de que os crentes na reencarnação não têm esse medo), o que ocorre nos nossos dias é a ditadura tecnológica que, essa sim, elimina os mais velhos.
É por causa dela que, aos 40, se é demasiado velho para trabalhar e demasiado novo para dormir..."
(Núncio, em comentário deixado aqui: "A idade", in (A)variações, 23-1-2008)

25 janeiro 2008

[538] E se os professores fossem políticos?

"Os professores são os profissionais em quem os portugueses mais confiam e também aqueles a quem confiariam mais poder no país, segundo uma sondagem mundial efectuada pela Gallup para o Fórum Económico Mundial (WEF).
Os professores merecem a confiança de 42 por cento dos portugueses, muito acima dos 24 por cento que confiam nos líderes militares e da polícia, dos 20 por cento que dão a sua confiança aos jornalistas e dos 18 por cento que acreditam nos líderes religiosos.
Os políticos são os que menos têm a confiança dos portugueses, com apenas sete por cento a dizerem que confiam nesta classe."
*
Curioso, quase maquiavélico!
42% dos profissionais em quem os portugueses supostamente mais confiam têm sido publica e persistentemente enxovalhados por aqueles que só têm a confiança de 7% do povo...
E estes estudos de opinião, sem prejuízo das margens de erro que sempre têm, são tanto mais importantes quanto traduzem a avaliação geral do grau de confiança numa classe profissional ao serviço da população (professores, médicos, polícias, militares, políticos, etc.) e não a competência (ou assiduidade, ou zelo ou integridade) que é uma avaliação personalizada num profissional em concreto... Embora sem integridade não se mereça fazer parte de nenhuma classe!

22 janeiro 2008

[536] A criatividade "tuga"

"Sr. Dr. Juiz,
Confirmo que vi na estrada a marca 70 em números negros inscritos num círculo vermelho, sem qualquer informação de unidades.
Ora, como sabe, a Lei de 4 de Julho de 1837 torna obrigatório em Portugal o Sistema Métrico, e o Decreto 65.501, de 3 de Maio de 1961, modificado de acordo com as directivas europeias, define, COMO UNIDADE DE BASE LEGAL, as unidades do Sistema Internacional, S.I. Poderá confirmar tudo isso no site do Governo.
Ora, no SI, a unidade de comprimento é o " metro", e a unidade de Tempo é o "segundo". Torna-se, portanto, evidente que a unidade de velocidade é o " metro por segundo". Não me passaria pela cabeça que o Ministério aplicasse uma unidade diferente.
Assim sendo, os 70 metros por segundo correspondem exactamente a 252 Km/h. Ora, a Polícia afirma que me cronometrou a 250 Km/h o que eu não contesto.
Circulava, portanto, 2 Km/h abaixo do limite permitido.
Esperando a aceitação dos meus argumentos,
de V. Exa.
a)"
(requerimento anónimo que circula na net)

20 janeiro 2008

[535] Pintura do mundo: o "nosso" Tiepolo


"Deposição de Cristo no túmulo",
Giovanni Battista Tiepolo (Veneza, 1696 - Madrid, 1770)

[534] Preto, eu?

"(...) Obama, que meio mundo afirma ser o primeiro preto com hipóteses de chegar a presidente dos EUA, (...) preto porquê? De facto, porquê? Obama é descendente de quenianos e de irlandeses, e se há milhões de análises à sua penetração eleitoral nos "african-american", não li sequer uma equivalente acerca dos "irish-american". Para efeitos de consumo, as raízes europeias foram amputadas à identidade do homem. Homem, vírgula: meio, que é caminho andado para não ser nenhum. A culpa não será dele, mas a verdade é que, entre o senso comum, Obama está reduzido a um símbolo e a uma cor, a cor que o paternalismo vigente não hesita em considerar prioritária."
(Alberto Gonçalves, A preto e preto, "Os dias contados", DN, 20-1-2008)

[533] Salto à vara

Será possível que, depois do triste espectáculo das últimas semanas, ainda haja tempo e despudor para a Caixa Geral de Depósitos (CGD) enviar aos seus clientes, muito deles funcionários públicos remediados ou modestos pensionistas, uma circular que informa que, para continuarem a usufruir da isenção da comissão de despesas de manutenção, terão de garantir, em cada trimestre, um saldo médio superior a 1000 euros, ter crédito de vencimento ou ter aplicações financeiras associadas à respectiva conta?

05 janeiro 2008

[532] Ano Novo, nova sondagem

Abrimos nova consulta popular, a propósito da "cooperação estratégica" (vulgo coabitação) que se instalou em Portugal desde Março de 2006.
Votem, por favor!
As opiniões sobre o Divã continuam disponíveis.

[531] Ano Novo, velhas esperanças...

A Rosa de Hiroshima,
de Vinícius de Moraes


Pensem nas crianças
Mudas, telepáticas,
Pensem nas meninas
Cegas, inexatas,
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas,
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas.

Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa, da rosa!

Da rosa de Hiroshima,
A rosa hereditária,
A rosa radioativa
Estúpida e inválida,
A rosa com cirrose,
A anti-rosa atômica.
Sem cor, sem perfume,
Sem rosa, sem nada.

02 janeiro 2008

[530] Votos do politicoterapeuta

2008 momentos de competência, solidariedade e transparência durante o Ano Novo, em Portugal.

[529] As palavras dos outros (13): vox populi

«Depois de ler tantos artigos nesta notícia, venho acrescentar algo de mais. Em Fevereiro de 2006 emigrei para França e em 15 dias de estadia arranjei emprego como efectivo, depois de ter rescindido o meu contrato de trabalho em Portugal. O meu ordenado triplicou em relação ao que auferia em Portugal. Inscrevi-me na segurança social francesa e para minha supresa descobri que tinha direito ao abono de renda de casa (abono tipo jovem arrendamento no valor de 110 €, só com a diferença que já tenho 33 anos). Em Dezembro, tive o meu primeiro filho e a segurança social francesa deu-me 855 euros de prémio para efeitos de nascimento, e recebo ainda 172 euros mensais para fazer face às despesas do meu filho durante os próximos 3 anos.
Num país em se fala de futebol nos telejornais, de assaltos à mão armada e multibancos, onde se perdoam dívidas à banca de familiares de dirigentes de instituições bancárias e demais crimes isentos de punição tenho dúvidas de ir à embaixada de Portugal em Paris para apresentar a acta de nascimento do meu filho de maneira a este ser português. Não há problemas a mãe do meu filho ser polaca e eu tenho a dupla nacionalidade (francesa e portuguesa). Talvez mesmo é melhor dizer ao meu filho que Portugal é um país à beira mar plantado onde se gosta do bacalhau, de futebol e de ir a Fátima para rezar muito para tirar a escumalha que temos no governo e nas principais empresas privadas. Bela notícia que vi na RTPi , quando apresentaram todas as possibilidades de pontes de 2008, excelente incentivo para os tugas trabalharem, nada mais que 144 dias sem trabalhar.
Ao governo do pseudo ENG. SOCRATES desejo-lhe tudo de mal, e aconselho ao primeiro-ministro a obter um diploma como o meu numa universidade do estado. Já agora o Dr. Silva disse que houve progressos na justiça. Quais Sr. PR? Foi no caso Apito Dourado? Foi no caso Casa Pia? Foi no casa do desaparecimento da pobre criança inglesa do qual se acusa a mãe da Madeleine? Espero que não haja nehum novo aeroporto nem TGV. Para um bom 2008 desejo saúde e dedicação a todos que residem em Portugal menos para o governo e que possível que emigrem todos menos os sacanas dos deputados, assessores e demais bandidos. Feliz 2008, que Deus vos proteja e que a mim me ampare.»
(Filipe Bragança, Le Mans, França, no Público online, em comentário à notícia "Cavaco questiona rendimentos elevados de altos dirigentes de empresas", 2-1-2008)

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