Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.
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23 maio 2011

[1359] Chorarei até que os olhos me doam

Ao ver estas imagens (não as tinha visto no noticiário televisivo e agradeço a cortesia do blogue), apeteceu-me chorar. De compaixão por todas essas pessoas carentes de um lanche. De profunda tristeza pelo estado de degradação moral a que Portugal está a chegar. De raiva pelo estado de impotência que parece ter tomado conta deste povo...
(Núncio, comentário a "Uma vergonha", Cachimbo de Magritte, 23-5-2011)

03 maio 2011

[1351] Falta a seriedade das peixeiras no debate político

Sobre peixeiradas e lateralidades não vou pronunciar-me.
Apenas gostaria de contribuir para a discussão democrática (que se quer elevada) com três notas:
1. Surpreende-me que se confunda "programa eleitoral" com "programa de Governo", sobretudo tratando-se de uma especialista na matéria.
2. Confunde-me que se argumente que esta é a maior crise internacional depois de uma série de eventos, a gosto (da crise do petróleo de 1973, da 2.ª Guerra Mundial, da Grande Depressão de 1929, etc.) e não se explique por que é que, sendo tão severa, "só" três Estados tiveram necessidade de um resgaste financeiro, se estima que Portugal seja o único Estado da UE (e da OCDE) a ter crescimento negativo pelo menos em 2011/12 e seja também Portugal o Estado da UE que menos cresce (e mais divergiu da média europeia), desde há, seguramente 10 anos (muito antes, portanto, da crise do "subprime").
3. Choca-me que as vozes que agora pedem clemência na avaliação do Executivo por não ter atingido os objectivos do seu "programa de Governo" (agora sim) - dado que eram impossíveis de alcançar, não por erros políticos, económicos e financeiros próprios, mas em virtude da referida crise - tenham calado a falaciosa campanha eleitoral de Setembro de 2009, toda ela feita no pressuposto de que a grave crise não tinha chegado a Portugal (o que até tinha permitido um dos maiores aumentos dos vencimentos da Função Pública nos últimos 30 anos) e tenham colaborado na humilhação pública da única pessoa que anunciou, à época, que estávamos endividados.
Certamente não é por não estarmos endividados que estamos agora a ser financeiramente resgatados.
(Núncio, comentário a "Mais do mesmo, diz uma espécie de voto nulo", Aspirina B, 28-4-2011)

06 janeiro 2011

[1324] E agora, Manel?

Não suporto generalizações, muito menos em questões de carácter.
Um dos problemas de Portugal, talvez o principal, é esta mediocridade que impõe que todos tenhamos de ser mais ou menos. Não pode haver muito ricos, nem muito inteligentes, nem sérios, nem honrados, nem nobres, nada. Senão, desconfia-se.
Tem de ser tudo pobrezinho, desenrascadinho, mediozinho.
O que estão a tentar fazer ao PR diz bem do nível moral e ético de parte deste povo, que mede os outros pela sua imagem.
Não sei se CS governou muito bem, assim-assim ou mal. Sei que ganhou três eleições legislativas e que os seus governos já foram democraticamente julgados há duas décadas.
Não sei se CS ganhou dinheiro ilícito. Se o ganhou, não sei onde possa estar. Sei que ainda hoje vive na mesma casa de sempre, tem o estilo de vida de sempre, a família de sempre e não ostenta nada que a sua vida académica e política não possa justificar.
CS, siga-se ou não a sua cartilha ideológica ou partidária, é daqueles servidores públicos que dedicou a vida inteira ao país: seja na universidade, no Parlamento, no Governo, no Banco de Portugal ou na Presidência.
Não se lhe conhece comportamento censurável ou duvidoso, do ponto de vista ético.
Mesmo aquilo de que é, estranhamente agora (sete anos depois da venda), acusado não tem qualquer fundamento: um cidadão que compra e vende acções e obtém lucros com essa venda.
A inveja e a desonestidade intelectual são muito feias. E minam qualquer Estado de Direito democrático.
(Núncio, comentário a "Cavaco recusa novas respostas sobre acções do BPN", Expresso on line, 5-1-2011)

03 janeiro 2011

[1322] Uma campanha pouco alegre

(...) agora é tempo de reeleger o actual Presidente ou de eleger um novo. Abstermo-nos é um acto cívico incoerente e democraticamente inconsequente, porque alguém decidirá pelos abstencionistas.
Cada um de nós deve dizer, de entre o actual Presidente e os cinco opositores, qual está mais à altura do cargo. E sempre será um homem, com virtudes e fraquezas.
Tão simples quanto isto.Não votar é alhearmo-nos do regime democrático. É acharmos, no limite, que há outros regimes melhores (ou menos maus). A incoerência reside no desinteresse por um regime por que lutaram muitos.
Por outro lado, é uma manifestação inconsequente: não votamos nós, haverá quem vote e estará a decidir por ele e por quem não exerceu o seu direito de cidadania plena.
Não podemos repisar o discurso de que os candidatos são maus. São estes que apareceram e é um deles que temos de eleger. O poder não fica vazio e se não elegermos o melhor, alguém poderá eleger o pior...
E quem achar que é melhor que se chegue à frente e apresente uma candidatura!
(Núncio, comentário a "Cavaco inicia pré-campanha na Madeira", Expresso on line, 3-1-2011)

29 dezembro 2010

[1313] Das campanhas e de detergentes

«A propósito do BPN, Cavaco diz-se vítima de uma campanha suja. Quem se lembra do caso das falsas escutas sabe que, nestas matérias, o Presidente sabe do que fala.»
(Daniel Oliveira, "A campanha suja", Antes Pelo Contrário, Expresso on line, 29-12-2010)
*
Estamos em pré-campanha presidencial e, dentro de dias, estaremos em plena campanha.
Daniel Oliveira, no exercício de direitos cívicos e democráticos inatacáveis, apoia expressamente um dos candidatos.
Usar diariamente uma coluna de opinião generalista para, reiterada e descaradamente, fazer campanha contra um dos opositores do seu candidato não me parece nada deontológico, para dizer o mínimo. Pelo contrário, recomendariam as boas práticas jornalísticas e cívicas que, neste período, não usasse o seu palco para assuntos eleitorais, dado que não conseguirá ser isento (é da natureza humana).
E se todos os titulares de colunas de opinião, a começar aqui no Expresso, se lembrassem de a usar diariamente para denegrir os candidatos que não recolhem o seu apoio?
A campanha deve ser feita nos lugares próprios, pelos próprios ou seus apoiantes. Em blogues dos candidatos, em sessões de esclarecimento, nos tempos de antena, etc. Tornar todos os "media" num grande forum de campanha eleitoral parece-me democraticamente desproporcionado, deontologicamente duvidoso e civicamente tortuoso.
(Núncio, comentário ali)

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