Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

31 julho 2010

[1206] Vox lectori

Terminada a consulta aos nossos leitores (sem garantia de representatividade, etc.) sobre o casamento entre pessoas do mesmo género, foram obtidas 34 opiniões, agrupadas do seguinte modo (os leitores podiam seleccionar mais do que uma opção):
- 35% defendem que é o fim da família tradicional;
- 35% acham que é o alargamento a todos do exercício de um direito individual;
- 17% declaram que é um retrocesso civilizacional;
- 14% julgam que é a imposição de um aspecto da vida privada (orientação sexual) a uma instituição pública (casamento);
- 11% apontam a vitória do indivíduo sobre o Estado; e
- 8% pensam que é um progresso civilizacional.
Ou seja, poder-se-á dizer que 52% são da opinião que se trata de um recuo marcado sobretudo pelo fim da instituição familiar e 43% são da opinião que constitui um avanço assinalado pelo exercício do direito ao casamento por qualquer cidadão.

29 julho 2010

[1205] Janela indiscreta (7): quando?

Dr.ª Cândida Almeida,
quando teremos uma investigação criminal autónoma, corajosa, forte? E quando teremos o primeiro titular de cargo político acusado pelos crimes que cometeu, sem preconceitos nem condicionamentos?

25 julho 2010

[1204] Late Sunday evening: cinco minutos de Português antes de adormecer

O que é tautologia? É o termo usado para definir um dos vícios da linguagem. Consiste na repetição de uma ideia, ou assunto, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido. O exemplo clássico é o famoso 'subir para cima' ou o 'descer para baixo'.
Mas há outros, como pode ver nesta lista exemplificativa (a itálico, o segmento tautológico):
- elo de ligação
- acabamento final
- certeza absoluta
- nos dias 8, 9 e 10, inclusive
- expressamente proibido
- em duas metades iguais
- há anos atrás
- vereador da cidade
- outra alternativa
- detalhes minuciosos
- superávit positivo
- todos foram unânimes
- conviver junto
- facto real
- encarar de frente
- multidão de pessoas
- amanhecer o dia
- criação nova
- retornar de novo
- surpresa inesperada
- planear antecipadamente
- comparecer em pessoa
- gritar bem alto
- demasiadamente excessivo
- a seu critério pessoal
- exceder em muito.
Note que todas essas repetições são dispensáveis, embora impressivas nalguns casos.
(fonte: Wikipédia. Adaptado)

[1203] The check, please! My grandson will pay.

Não insista, Toni. Por muita militância que se tenha - a lealdade é uma virtude - ela não pode ser o instrumento da cegueira nem da demagogia.
Portugal vive em crise desde, seguramente, o virar de século, há portanto 10 anos (para ser benévolo). Começámos a endividar-nos e, com isso, a empobrecer (todos os dados estatísticos o referem). A governação política dos últimos 10 anos foi 70% da responsabilidade do PS (estando José Sócrates, quer como ministro, quer como primeiro-ministro, em todos o sete anos socialistas) e 30% da responsabilidade do PSD. Um cada vez menos socialista e o outro cada vez menos social-democrata, porque ambos cada vez mais neoliberais.
Lembra-se dos 10 estádios de futebol? Poderíamos ter feito a festa com seis. Mas o ministro do Desporto quis mais. Creio que sabe quem é. O optimista reinante. Hoje, já não são estádios. A "modernidade que honra Portugal" (o 'soundbite' preferido) reside agora em aeroportos, comboios supersónicos e auto-estradas virtuais.
Alguém há-de pagar... Não o doce e amigo Toni, que já cá não estará.
(Núncio / Portugal Real, comentário a "Sócrates está para a justiça social como a vuvuzela para a música clássica", Expresso on line, 24-7-2010)

[1202] Depois do ópio e do futebol, a nova religião

«Quase todos os dirigentes políticos, sejam da esquerda tradicional ou da direita, sejam do Norte ou do Sul, confessam uma verdadeira devoção pelo mercado e, em particular, pelos mercados financeiros. Na verdade, deveríamos dizer que eles criaram uma verdadeira religião do mercado. A cada dia, em todas as casas do mundo que tem televisão ou internet, celebra-se uma missa dedicada ao deus Mercado durante a divulgação da evolução das cotações da Bolsa e dos mercados financeiros.
O deus Mercado envia seus sinais através do comentarista financeiro da televisão ou da imprensa escrita. Isso não acontece não somente nos países mais industrializados, mas também na maior parte do planeta. Em Shangai ou em Dakar, no Rio de Janeiro ou em Tombuctu, qualquer um pode saber quais são os “sinais enviados pelos mercados”.»
(Eric Toussaint, presidente do CADTM Bélgica - Comité para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo, doutor em Ciências Políticas da Universidade de Liège, Bélgica, e da Universidade de Paris VIII, França. Este artigo foi publicado no portal Carta Maior: cortesia do leitor "réprobo".)

24 julho 2010

[1201] Portugal é mais do que futebol (58): os nossos jogadores já não são caloiros!

[1200] Office boys

Déjà vu. O mundo global está cheio de moços de recados dos interesses privados, de corporações, das sociedades secretas. Mais do mesmo. Até que venha alguém com força telúrica para refundar o poder.
(Núncio / Portugal Real, comentário a "Passos Coelho: o moço de recados", Aparelho de Estado, Expresso, 24-7-2010)

[1199] Triste fado

Este artigo (e muitos dos comentários que se lhe seguiram) são o exemplo da desonestidade intelectual que invadiu este pobre país. Ao menos que fôssemos só pobres, mas não estúpidos!
Confunde-se função pública com empresas e institutos públicos. Aqui há privilégios e ninguém, nem mesmo HR, parece querer reduzi-los. Ali os privilégios são o de ganhar um ordenado médio de 900 euros e o de ter um sistema de protecção social específico (CGA e ADSE) pago, em parte, pelos beneficiários e, noutra parte, pelos concidadãos que, se tivessem senso, estariam orgulhosos do trabalho de professores, médicos, enfermeiros, juristas, engenheiros, juízes, procuradores, informáticos e tantos outros que, com competência e zelo, tratam o melhor que podem e com os recursos que têm do bem-estar da comunidade.
HR e outros como ele que fizeram pela coisa pública, além de a vilipendiar e denegrir?
(Núncio / Portugal Real, comentário a "Os privilegiados da ADSE", A Tempo e a Desmodo, Expresso, 24-7-2010)

23 julho 2010

[1198] Late Friday night: matemática poética (para maiores)

Quem 60 ao teu lado
e 70 pelo teu corpo,
vai certamente rezar 1/3
para arranjar 1/2
de te levar para 1/4
e aí te dizer:
20 **der.
(autor desconhecido)

17 julho 2010

[1195] Portugal é mais do que futebol (57): nuestros hermanos se callan

ao ganhar a Espanha por 3-1 em Guadalajara

[1194] Portugueses pelo mundo

Série portuguesa, entre o documental, o cultural e o turístico. Os novos emigrantes portugueses revelam-se. Músicos, dançarinos, cientistas, mordomos, cozinheiros. Jovens e menos jovens. Competentes, arrojados. De Bruxelas a Nova Iorque. Aos sábados ao serão, na RTP 1.
Surpreendente. Bem feita, ágil, apelativa, irreverente. Despretenciosa, mas cuidada do ponto de vista da imagem e da escolha dos projectos dos emigrantes portugueses. Deixa-nos bem dispostos e, paradoxalmente, com vontade de emigrar.

10 julho 2010

[1190] Salve-se quem puder... enquanto é tempo!

Trabalhadora recrutada para nadadora salva-vidas em piscina municipal do Alentejo.
Curriulum vitae: Idade - sexagenária. Requisito preferencial - não sabe nadar.
(notícia da imprensa diária; cortesia do leitor jfaria)

05 julho 2010

[1189] Ao domingo, a palavra do Senhor

«Senhor, até os demónios nos obedeciam em teu nome».
Jesus respondeu-lhes: « (...), não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem; alegrai-vos antes porque os vossos nomes estão escritos nos Céus».
(EVANGELHO: Lc 10, 1-12.17-20)
*
Em tempos de (aparente) obediência, em que (quase) todos se calam ou resignam em nome de inconfessadas lealdades ou inconfessáveis interesses, reler este trecho pode ser inspirador. Que ninguém se equivoque. Pouco importa se e quantos nos obedecem; o importante é saber se deixamos algum legado.

04 julho 2010

[1188] Janela indiscreta (6): perplexidades da militância

«Naturalmente, os mais avisados dentro do PSD sabem que ainda não é chegado o momento. Lá para Outubro ou Novembro de 2011, talvez. Antes é preciso obrigar o PS a acabar o trabalho sujo.»
(Eduardo Pitta, "Tour de force", Da Literatura, 28-6-2010)
*
Mas, afinal, se o Governo do PS está a fazer o trabalho sujo da Direita, qual o interesse, para os seus militantes e simpatizantes, de o manter em funções?

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