Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.
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10 janeiro 2016

[1440] Early Sunday afternoon: "la mala Educación"

«Uma escola que não educa, porque desvaloriza as questões comportamentais, é uma escola que, na realidade, aposta no desfavorecimento dos mais carenciados, porque os não ajuda a superar as deficiências que trazem de casa e que impedem a sua plena integração social e laboral. Uma escola que transige em questões de males menores está a semear, a médio ou longo prazo, males maiores.»(Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada, "O ministro da (má) Educação na Baixa da Banheira", 10.01.2016) 

27 setembro 2011

[1371] O passado mora mesmo lá atrás

Não sei se é verídica a cena relatada no post anterior, mas é um testemunho sociológico notável! Gostei especialmente da utilização das mães (ou dos pais) como taxistas dos filhos. Esquecemo-nos de como o consumo de gasolina é economica e ambientalmente nefasto para o futuro, no qual viverão justamente os nossos filhos, bem pior do que nós, que já vivemos pior do que os nossos pais.
Tornámo-nos egoístas e hedonistas. Só pensamos na nossa vidinha e na forma como a tornar (mais) confortável e prazerosa. Esquecemos tudo e todos que nos rodeiam. Não ensinamos nada a ninguém e raramente aceitamos ensinamentos de alguém.
A vida hoje é uma sequência de eventos, dentro de um automóvel: ir para o escritório ou para a escola, fazer (muitas) compras, ir pôr e buscar a mulher e os filhos, ir ao ginásio ou ao cabeleireiro.
Os governos, crentes da nova "religião" científico-tecnológica, também contribuem para este estado da arte de vida: não há transportes públicos suficientes, os colégios deixaram de ir pôr e buscar as crianças gratuitamente, as refeições nas cantinas e nos refeitórios são gordurosas e pouco higiénicas, não se subsidiam as famílias, mas sim os abortos, diminuem os espaços verdes e aumentam os centros comerciais, em nossa casa crescem os electrodomésticos e afins, mas diminuem os livros e os jogos didácticos, coleccionamos viagens e fotografias, mas sabemos cada vez menos de sociologia, história e arte.
Somos (mais) felizes e saudáveis? A resposta sabe-a o farmacêutico...

03 maio 2011

[1349] Um quadro interactivo, um computador Magalhães e um futuro vazio...

«Senti-me culpado. Muito culpado por nunca ter reparado nesta situação dramática ["Ontem, uma mãe lavada em lágrimas veio ter comigo à porta da escola. Que não tinha um tostão em casa, ela e o marido estão desempregados e, até ao fim do mês, tem 2 litros de leite e meia dúzia de batatas para dar aos dois filhos."]. Mas com 8 turmas e quase 200 alunos, como podia ter reparado?
É este o Portugal de sucesso dos nossos governantes. É este o Portugal dos nossos filhos.»
(Arnaldo Antunes, "O Diário do Professor Arnaldo – A fome nas escolas", Aventar, 19-11-2010)

02 janeiro 2011

[1319] Inscrevam esta citação nas paredes dos gabinetes ministeriais!

«(...) só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da educação, com formação continuada, remuneração adequada e sólido compromisso com a educação das crianças e jovens.»
(Dilma Rousseff, discurso de tomada de posse como presidente do Brasil, Estadão on line, 1-1-2011: destaque nosso)

26 dezembro 2010

[1306] As palavras dos outros (102): A torre de Pisa em Lisboa

«Ao mesmo tempo que o Eurostat revela que Portugal é o país da Europa com mais crianças pobres, que cantinas escolares matam fome em férias e aos fins-de-semana, a amostra portuguesa é composta por alunos que dizem ter 2 ou mais computadores em casa (mais de 70 por cento) e 2 automóveis (60 po rcento), indicadores que superam as médias da OCDE e nos permitem questionar a validade da amostra.
Pisados, mas não estúpidos!»

09 maio 2010

[1162] As palavras dos outros (80): o insulto da inutilidade

«É do conhecimento público que o senhor Miguel de Sousa Tavares considerou "os professores os inúteis mais bem pagos deste país". Espantar-me-ia uma afirmação tão generalista e imoral, não conhecesse já outras afirmações que não diferem muito desta, quer na forma, quer na índole. Não lhe parece que há inúteis, que fazem coisas inúteis e escrevem coisas inúteis, que são pagos a peso de ouro? Não lhe parece que deveria ter dirigido as suas aberrações a gente que, neste deprimente país, tem mais do que uma sinecura e assim enche os bolsos? Não será esse o seu caso? O que escreveu é um atentado à cultura portuguesa, à educação e aos seus intervenientes, alunos e professores. Alunos e professores de ontem e de hoje, porque eu já fui aluna, logo de 'inúteis', como o senhor também terá sido. Ou pensa hoje de forma diferente para estar de acordo com o sistema?
O senhor tem filhos? - a minha ignorância a este respeito deve-se ao facto de não ser muito dada a ler revistas cor-de-rosa. Se os tem, e se estudam, teve, por acaso, a frontalidade de encarar os seus professores e dizer-lhes que "são os inúteis mais bem pagos do país"? Não me parece... Estudam os seus filhos em escolas públicas ou privadas? É que a coisa muda de figura! Há escolas privadas onde se pagam substancialmente as notas dos alunos que os professores 'inúteis' são obrigados a atribuir. A alarvidade que escreveu, além de ser insultuosa, revela muita ignorância em relação à educação e ao ensino. E, quem é ignorante, não deve julgar sem conhecimento de causa. Sei que é escritor, porém nunca li qualquer livro seu, por isso não emito julgamentos sobre aquilo que desconheço. Entende ou quer que a professora explique de novo?
Sou professora de Português com imenso prazer. Oxalá nunca nenhuma das suas obras venha a integrar os programas da disciplina, pois acredito que nenhum dos 'inúteis' a que se referiu a leccionasse com prazer. Com prazer e paixão tenho leccionado, ao longo dos meus vinte e sete anos de serviço, a obra de sua mãe, Sophia de Mello Breyner Andersen, que reverencio. O senhor é a prova inequívoca que nem sempre uma sã e bela árvore dá são e belo fruto. Tenho dificuldade em interiorizar que tenha sido ela quem o ensinou a escrever. A sua ilustre mãe era uma humanista convicta. Que pena não ter interiorizado essa lição! A lição do humanismo que não julga sem provas! Já visitou, por acaso, alguma escola pública? Já se deu ao trabalho de ler, com atenção, o documento sobre a avaliação dos professores? Não, claro que não. É mais cómodo fazer afirmações bombásticas, que agitem, no mau sentido, a opinião pública, para assim se auto-publicitar.
Sei que, num jornal desportivo, escreve, de vez em quando, umas crónicas e que defende muito bem o seu clube. Alguma vez lhe ocorreu, quando o seu clube perde, com clubes da terceira divisão, escrever que "os jogadores de futebol são os inúteis mais bem pagos do país"? Alguma vez lhe ocorreu escrever que há dirigentes desportivos que 'são os inúteis' mais protegidos do país? Presumo que não, e não tenho qualquer dúvida de que deve entender mais de futebol do que de Educação. Alguma vez lhe ocorreu escrever que os advogados "são os inúteis mais bem pagos do país"? Ou os políticos? Não, acredito que não, embora também não tenha dúvidas de que deve estar mais familiarizado com essas áreas.
Não tenho nada contra os jogadores de futebol, nada contra os dirigentes desportivos, nada contra os advogados. Porque não são eles que me impedem de exercer, com dignidade, a minha profissão. Tenho sim contra os políticos arrogantes, prepotentes, desumanos e inúteis, que querem fazer da educação o caixote do (falso) sucesso para posterior envio para a Europa e para o mundo. Tenho contra pseudo-jornalistas, como o senhor, que são, juntamente com os políticos, "os inúteis mais bem pagos do país", que se arvoram em salvadores da pátria, quando o que lhes interessa é o seu próprio umbigo.
Assim sendo, Sr. Miguel de Sousa Tavares, informe-se, que a informaçãozinha é bem necessária antes de 'escrevinhar' alarvices sobre quem dá a este país, além de grandes lições nas aulas, a alunos que são a razão de ser do professor, lições de democracia ao país. Mas o senhor não entende! Para si, democracia deve ser estar do lado de quem convém. Por isso, não posso deixar de lhe transmitir uma mensagem com que termina um texto da sua sábia mãe: "Perdoai-lhes, Senhor, porque eles sabem o que fazem".»
(Ana Maria Gomes, Escola Secundária de Barcelos: cortesia da leitora "cachopa")

01 maio 2010

[1150] As palavras dos outros (78): a Madame Bucket (lê-se Buquê)

Realmente, a democracia é um regime fantástico! Achata a pirâmide social, redistribuindo o acesso à cultura, às artes, ao desporto, ao ensino...

Pena que também massifique a boçalidade!

(Núncio, comentário a "Ao tio Filipe Nunes Vicente, le génie de la famille", Albergue Espanhol, 30-4-2010)

04 março 2010

[1118] Momento intimista

Que dia horrível!
Esta manhã soube que um amigo, alemão, tentou suicidar-se pelo mesmo meio do malogrado Enke. Está em situação clínica crítica e deixa a mulher e os dois filhos perplexos e confusos.
Acabo de ler esta notícia do menino transmontano, episódio que considero muito grave, intolerável. Como é possível permitirmos que se desestruture, à nossa frente, a família, esta sociedade, um povo? A crueldade do "bullying", a indiferença de pais e professores, o desprezo político pela escola, a relatividade da vida...
A desregulação dos costumes e, ao mesmo tempo, a hiper-regulação procedimental do quotidiano é um paradoxo marcado pelo desprezo do indivíduo. Nada importa a não ser uma certa ideia de progresso que mais não é do que um cemitério de valores e afectos...

05 dezembro 2009

04 agosto 2009

[933] A rosa da Lurdes murchou... e o cravo do Mariano também

«Aliás, como académico, bastar-lhe-ia [Carlos Santos] fazer uma análise do estado do ensino universitário em Portugal. Depauperado, massificado (excepto nos doutoramentos), mal instalado, ... os problemas não surgiram nestes quatro anos e meio, mas não foram resolvidos nem atenuados sequer.
Onde está a paixão? Já lá vão 14 anos, com um interregno de três, e só se vê traição...»
(Núncio, comentário a "Portugal, de uma sonda especial", SIMplex, 4-8-2009)

[932] À atenção da D. Lurdes

PROJETO DE LEI DO SENADO N.º 480 de 2007
Autor: SENADOR Cristovam Buarque
Ementa:
Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos [deputados, vereadores, prefeitos, etc.] matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014.
Data de apresentação: 16/08/2007
Situação atual:
18/06/2009 - Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
*
Pode ser que, assim, a escola pública recupere o seu estatuto.
(cortesia do leitor "papasierra")

07 março 2009

[810] Correcção ortográfica: o sofetuere paresse que não funsiona

Não consegue alcançar que isto ["software" dos computadores "Magalhães" repletos de erros de Português] não é uma questão tecnológica? O problema é a falta de competência de uma equipa governativa que quer fazer em quatro anos o que não se fez em 30 e que desenvolveu toda uma política com um pressuposto errado e perigoso: o da escola a tempo inteiro.
Anda a Europa e o Mundo a lutar, desde a revolução industrial, para a redução dos horários de trabalho, para a compatibilização da vida profissional com a vida social e pessoal, para o aumento da qualidade de vida e bem-estar e, em 2009 d. C., vem alguém defender "a escola a tempo inteiro"?! A escola é um depósito de putos ou um centro de aprendizagem e cultura? Os professores são docentes ou animadores sócio-culturais ou, pior, damas de companhia?
Ao contrário, a política tem de criar condições para libertar o pai e/ou mãe de horários profissionais tão sobrecarregados, para levar as creches, os refeitórios e a medicina do trabalho até aos locais de trabalho. E dar tempo de convívio à família, aos amigos, às pessoas!
(Núncio / Portugal Real, comentário a "A primeira página do Expresso", Expresso on line, 7-3-2009)

01 fevereiro 2009

[774] Ei, você aí, me dá um dinheiro aí!

Segundo o Diário da República (dos dias 6/6/2007, a pp. 15720, e de 18/10/2007, a pp. 30115), a Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), dirigida por Albino Almeida, foi financiada pelo Gabinete da Ministra da Educação.
Conhecem alguma pessoa, singular ou colectiva, pública ou privada, que diga mal de quem a sustenta? É assim que se alimenta a independência, o espírito crítico, a liberdade de opinião e expressão? A notas de €uro?
(referência ao DR: cortesia do leitor jotadt)

05 janeiro 2009

[747] As palavras dos outros (27): brincar com o fogo...

«O mais interessante é que Margarida Moreira, a mesma que agora vê uma brincadeira de mau gosto no que mais parece ser um delito, é a mesma que viu um delito no que mais parecia ser uma brincadeira de mau gosto. Trata-se da mesma directora que suspendeu o professor Fernando Charrua por, numa conversa privada, ele ter feito um comentário desagradável, ou até insultuoso, sobre o primeiro-ministro. Ora, eu não me dou com ninguém que tenha apontado uma arma de plástico a um professor, mas quase toda a gente que conheço já fez comentários desagradáveis, ou até insultuosos, sobre o primeiro-ministro. Se os primeiros são os brincalhões e os segundos os delinquentes, está claro que preciso de arranjar urgentemente novos amigos.»
(Ricardo Araújo Pereira, "Circunspecção de mau gosto", Boca do Inferno, Visão, 5-1-2009)
*
Uma brincadeira de mau gosto é a referida directora ainda exercer o cargo. Insultuosa é política educativa deste país.

21 dezembro 2008

[733] Muito obrigado pela sua atenção

A contemporaneidade é marcada pela globalização e pela virtualidade. Uma e outra estão a reduzir o indivíduo a um número e a um "nickname".
Nas relações pessoais, as comunicações electrónicas tendem a substituir o telefone, que já havia substituído a carta.
Nas relações profissionais, o telex e o fax já eram. Com a possibilidade de digitalizar documentos e autenticar as assinaturas, quase tudo pode ser transmitido electronicamente. Quase tudo... menos os afectos e a simpatia.
Não responder a uma mensagem electrónica é como desligar o telefone a uma pessoa ou não retribuir o cumprimento de alguém na rua... O mundo virtual também é feito de pessoas, do outro lado está alguém de carne e osso que nos procurou, que veio conversar connosco, que precisa de nós.
Por isso, as regras de cortesia e boa educação são tão válidas na internet como lá fora.
(comentário do blogger inspirado em caso real: adaptado da resposta dada a um "silêncio")

09 dezembro 2008

[717] As palavras dos outros (25): três troncos podres

«Não avisada, nada sensata e pouco perspicaz, a equipa [ministerial] tomou todos os professores por foras-da-lei e toca a mover-lhes uma guerra sem quartel. Covardemente, aliciou os pais e o país contra o inimigo, mas, quando a batalha parecia ganha, eis que começam a surgir brechas nas forças de assalto. Quando percebem as ideias diabólicas dos generais, o melhor das forças, muda-se para o outro lado da barricada. O resto já se sabe.
Desgraçadamente, perdeu-se outra oportunidade de reformar o ensino público e teremos de trabalhar muito para reconstruir tudo o que uma equipa de celerados teimou em destruir.»
(Carlos Ponte, comentário a "Políticas educativas", in Jacarandá, de António Barreto, 25-11-2008)

06 setembro 2008

[666] Não há computadores grátis!

«The government of Portugal has announced plans to launch a new education technology program called the Magellan Initiative, which aims to bring low-cost mobile computers to half a million young students. The laptops, which are being developed in collaboration with Intel, will be based on the company's Classmate PC reference design. (...)
The deal is a major victory for Intel's Classmate PC concept which has been battling for mindshare against the One Laptop Per Child (OLPC) group, a nonprofit organization that emerged from the MIT media labs. (...)
Intel is also helping Portugal launch a new web-based interactive learning system called Intel skoool that is designed to provide resources for teaching math and science (but obviously not spelling). The web site was launched last November and continues to grow.»
[Ryan Paul, "Portugal's 500K Classmate PC order a nail in OLPC coffin" (A encomenda de Portugal de 500 mil computadores Classmate espeta um prego no caixão da OLPC), Arstechnica, 30-7-2008]: via http://www.zerodeconduta.blogs.sapo.pt/ (cortesia do leitor reprobo)

31 maio 2008

[593] Avaliada, eu?!

«Interessante é ver como em Portugal um Professor que NUNCA FOI AVALIADO chega ao topo da Carreira Docente (Ministra da Educação!) e se põe a disparar em todos os sentidos contra os Profs. não avaliados. Vejamos, a Dr.ª Maria de Lurdes tirou o antigo 5.º (actual 9.º!) ano e ingressou no Magistério Primário (naquele tempo, eram dois anos de curso). Deu aulas na Primária até se inscrever no ISCTE (com o 5.º ano + 2 anos de Mag. Primário!). Ao fim de 5 (CINCO) anos de estudos em curso nocturno sai com um DOUTORAMENTO que lhe permitiu dar aulas (?!) no ISCTE, por acaso onde o sr. Engenheiro fez a pós-graduação (mestrado?) a seguir à 'licenciatura' da UNI. Digam lá que não lhe deu um certo jeito nunca ser PROFESSORA AVALIADA!
Do outro lado da barricada, também era CONTRA a avaliação dos Professores, não era Dr.ª Maria de Lurdes? Pelo menos o seu ex-Professor Iturra diz que sim... e ainda nenhum ex-aluno veio aqui para os fóruns gabar-lhe os dotes docentes! Não teremos mesmo melhor? Os professores poderão lidar com os alunos como a Sr.ª lida com os professores? Exigir-lhes tudo ensinando pouco e com tão parco exemplo?»
(Teresa Soares, Centro de Competência da Universidade de Aveiro: por email, cortesia da leitora "cachopa")

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