«[A propósito da recorrente discussão em muitos países (o último dos quais, o Brasil, em 2002) sobre os méritos da conservação ou (re)implantação da monarquia, fundamentada sobretudo na avaliação dos custos orçamentais com a Casa Real ou com a Presidência da República, hão-de reparar] bem nos modelos dos Estados mais civilizados/desenvolvidos (Noruega, Suécia, Canadá, Japão, Austrália, Nova Zelândia, Alemanha, EUA, Reino Unido, Holanda, Suíça, ...) [e constatar que] há um padrão comum de regime: o da monarquia constitucional.
Será por acaso?»
(Portugal Real/Núncio)
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O caso Holandês
Há cerca de dez anos os Holandeses fizeram a mesma pergunta e o governo mandou preparar um profundo estudo sobre a matéria.
As conclusões a que chegaram foram, entre muitas outras que sempre apresentavam as vantagens da Monarquia, as seguintes:
Desempenho:
Melhor ter um Rei pois um PR, sendo sempre oriundo de partidos políticos, nunca será uma figura neutra
Representação:
Melhor ter um Rei pois, durante a vida adulta de um cidadão, este terá a possibilidade de votar no máximo em 10 candidatos a PR os quais, numa população de 10 milhões, certamente não representarão os mais competentes mas sim aqueles apoiados por interesses diversos e não necessariamente os interesses de toda a Nação.
Custo:
A manutenção da Casa Presidencial somada às despesas com as eleições periódicas são cerca de duas vezes mais onerosas do que a manutenção da Casa Real.
Após a publicação do estudo, foi feito um referendo cujo resultado foi 95% a favor da Monarquia.
Nunca mais se falou nisso!
O Caso Português
Cada vez que os colaboradores mais próximos pressionavam o Prof. Oliveira Salazar com a urgência de apresentar um candidato à sua sucessão este sempre recusou a fazê-lo alegando:
“Se eu apontasse um sucessor, que certamente seria um homem competente, e por sê-lo, forçosamente teria uma boa quantidade de inimigos. A esses inimigos iriam juntar-se os muitos inimigos que eu tenho. Não existe ninguém que aguentasse tal!
Pela razão acima, o Prof. Oliveira Salazar, à semelhança do Generalíssimo Francisco Franco em Espanha, pensou seriamente no restabelecimento da Monarquia em Portugal. Para tal aboliu a lei que proibia a entrada em território Nacional dos representantes da Casa de Bragança e convidou o Senhor D. Duarte Nuno e família a regressarem a Portugal.
Não demorou muito tempo para verificar a inferioridade intelectual e popularidade Nacional do Duque de Bragança em comparação com o Conde de Barcelona e do Senhor D. Duarte Pio em comparação com o Senhor D. Juan Carlos.
Se havia algo que Salazar temia era qualquer inferioridade de Portugal em relação à Espanha!
O assunto foi arquivado
Já antes do 25 de Abril de 1974, a “Causa Monárquica”, que tinha chegado a ter uma grande popularidade Nacional por se opor a qualquer forma de ditadura, encontrava-se enfraquecida devido a graves lutas internas entre partidários da Casa de Bragança e da Casa de Lafões.
Meu caro Fogaça,
acha mesmo que o fracasso se deveu à frágil figura do putativo monarca?
Talvez não, Nuncio!
Existe outra versão, nunca provada, que o Prof. Oliveira Salazar teria proposto ao Duque de Bragança o restauração da Monarquia com ele como Rei mas desde que Salazar fosse nomeado Primeiro-Ministro com plenos poderes. O Senhor D. Duarte Nuno teria recusado e dito que essa decisão só o Povo Português poderia tomar. Segundo algumas fontes, foi essa a razão do desentendimento com o Senhor D. Lopo de Bragança, Duque de Lafões, o qual acharia que se deveria aceitar a proposta e, uma vez restaurada a Monarquia, dar o dito por não dito.
Obviamente, o Presidente do Conselho ficou a saber toda esta história e manipulou a disputa que só enfraqueceu a “Causa Monárquica”, o único movimento político legal no “Estado Novo”.
Não me consta que existam provas escritas que confirmem o que acima escrevo.
Vc ensadeceu, homem!
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