O meu grande amigo jpebble (que aproveito para saudar, lamentando a sua ausência), com quem me entusiasmei pela blogosfera e que me ajudou a lançar este conjunto de notas esparsas e imperfeitas, considera-me um conservador, embora "moderno". Eu devolvo-lhe, nas longas maratonas de riso e conversa, a simpatia, achando-o, com inteira justiça, um eminente e arejado jurista.
Pois bem, o Pebble - será pela idade, rapaz? - está a ficar, sendo de Esquerda, um homem, ele sim, muito conservador. Já o tenho advertido para a fragilidade dessa dicotomia "conservador/progressista", que tem muito que se lhe diga... Então, vocês acham, por exemplo, que o "aristocrático" Almeida Santos é progressista? Político mais cristalizado não há! Ou que o arrojado (e, muitas vezes, destrambelhado) Santana Lopes é conservador?
Agora, o Pebble diz-se inclinado a apoiar Soares, sentido de voto que muito respeito. Mas, de todos, esse é o voto mais conservador nestas Presidenciais! Atrevido e moderno seria o voto em Louçã ou Alegre. No primeiro, pela "agenda" que o BE e ele próprio elaboraram para a Esquerda (embora, uma Esquerda cosmopolita, elitista e moralista). No segundo, pela ousadia de avançar, sem apoios partidários e contra o Pai da Pátria, num discurso muito patriótico a que a Esquerda não está habituada. Isto, sim, é modernidade!
Considero, por outro lado, que o voto em Cavaco não é nem conservador nem progressista. Dadas a personalidade e o papel do ex-PM, é um voto claramente na pessoa e não um voto ideológico ou partidário.
Por tudo isto, estimado Pebble, acho que o menino acabou, acredito que inconsciente e involuntariamente, metido no "quadrado" claustrofóbico de que fala, com brilho, o Poeta...
2 comentários:
Antes conservador do que evangélico
Bem, só faltou dizer que não moro na Travessa do Possolo, o número de assoalhadas em que habito, o nome dos meus filhos e no limite, indicar a marca do bronzeador (com reflexos) com que me besunto...
Vindo de quem vem, de uma anunciação assim tão na bruma, até parece um exercício de "voyeurismo", mas não, não te levo a mal, porquanto partiste duma premissa errada: Pavlov.
Meu caro: assenta-me que nem uma luva o epíteto de conservador.
De facto, ultrapassada a idade do armário, concluí que não vale a pena matar o pai, substituindo-o por um padrasto! Esse tipo de exercício arrojado só me traria desvantagens e seria próprio de estultos.
De que me serviria optar por um candidato que se diz "neutro", mas que é suportado por um bando de jovens turcos baptistas e metodistas que compraram umas ideias no amazon.com, citando alguém do Super Mário?
De que me serviria votar num "vallé de chambre do Soares" atolado em vacuidades como diz o Ivan Nunes?
Para quê votar em Louçã, ainda que tecnicamente bem preparado, mas irremediavelmente acantonado na mais pura demagogia?
Se ser moderno é alinhar com o Compromisso Portugal, vou ali e já venho...
Se ser moderno é desfraldar bandeiras a bordo do Green Peace ou duma qualquer fragata para resgatar as Berlengas, prefiro antes navegar a bordo do Crioula em pose de fim de tarde com a Margem Sul a estibordo e um copo de whisky no convés.
Se ser moderno é pactuar com intrigas palacianas para decapitar o monarca, prefiro não
ser aleivoso como Leonor Teles, mas antes dizer:
"Viva o Rei"!
A resposta segue, em breve e em privado.
Para não ferir a sensibilidade do visado, que sabe que muito o prezo.
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