Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

17 dezembro 2005

[98] Dignidade, moral e verdade

« (...) na generalidade, os políticos, naquilo que deles podemos ver com clareza, estão interessados, não na verdade, mas no poder e na manutenção desse poder. Para manter esse poder, é fundamental que as pessoas continuem ignorantes, que vivam na ignorância da verdade, e até da verdade das suas próprias vidas. Aquilo que nos rodeia é uma vasta tapeçaria de mentiras, sobre a qual nos vamos alimentando.
« O que aconteceu com a nossa sensibilidade moral? Alguma vez a tivemos? O que quer dizer esta expressão? Refere-se a um termo pouco usado nestes dias - consciência? Uma consciência de agir não apenas com os nossos próprios actos mas com a responsabilidade partilhada nas acções dos outros? Já tudo isto morreu?
« Estou convicto de que, apesar dos inúmeros obstáculos que existem, nós, cidadãos, com uma feroz determinação intelectual, inquebrável, sem desviar, conseguiremos definir a verdade real das nossas vidas e das nossas sociedades - e essa é uma obrigação crucial que nos diz respeito. É de facto obrigatória.
« Se essa vontade não estiver incorporada na nossa visão política, não tenhamos esperança de restaurar aquilo que já quase se perdeu para nós - a dignidade do homem.»
(Harold Pinter, Prémio Nobel da Literatura, "A carta que o Nobel da Literatura escreveu ao júri", traduzida por Jorge Silva Melo)

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