" (...) Já Mário Soares entrou nesta campanha eleitoral com duas frentes simultâneas de batalha. À direita, contra a fortíssima probabilidade de Cavaco Silva vencer logo à 1ª volta. À esquerda, contra a inesperada dimensão que a candidatura de Alegre assumiu, relegando-o a ele, «candidato oficial» do PS e venerando pai da esquerda, para o terceiro lugar das sondagens.
" Esta dupla frente de batalha tem-no forçado ao papel, pouco condizente com o estatuto que adquiriu, de ter que falar de baixo para cima. De estar constantemente a atacar Cavaco e Alegre, em vez de falar para o país e do país. Como se viu no debate com Alegre, Soares menoriza-se, lança farpas e remoques constantes no meio de um discurso repetitivo e pouco fluente.
" Mário Soares tem o mesmo discurso de há 10, de há 15, de há 20 anos. Mais empastelado e um pouco mais radical no que respeita ao alinhamento internacional, aos EUA, à NATO. Em certos momentos, chega a ser confrangedor pelo tom de cartilha e pelo amontoado de lugares comuns.
" Soares e Alegre juntos deixam fugir, nas intenções de voto da generalidade das sondagens, 10% a 15% dos votantes que José Sócrates congregou em 20 de Fevereiro. O que significa que Cavaco Silva, além de fazer o pleno do eleitorado de direita e centro-direita, vai captar um em cada três eleitores do PS em Fevereiro último. A velha esquerda de Soares e Alegre vale, hoje, bem menos do que a nova esquerda de Sócrates."
" Esta dupla frente de batalha tem-no forçado ao papel, pouco condizente com o estatuto que adquiriu, de ter que falar de baixo para cima. De estar constantemente a atacar Cavaco e Alegre, em vez de falar para o país e do país. Como se viu no debate com Alegre, Soares menoriza-se, lança farpas e remoques constantes no meio de um discurso repetitivo e pouco fluente.
" Mário Soares tem o mesmo discurso de há 10, de há 15, de há 20 anos. Mais empastelado e um pouco mais radical no que respeita ao alinhamento internacional, aos EUA, à NATO. Em certos momentos, chega a ser confrangedor pelo tom de cartilha e pelo amontoado de lugares comuns.
" Soares e Alegre juntos deixam fugir, nas intenções de voto da generalidade das sondagens, 10% a 15% dos votantes que José Sócrates congregou em 20 de Fevereiro. O que significa que Cavaco Silva, além de fazer o pleno do eleitorado de direita e centro-direita, vai captar um em cada três eleitores do PS em Fevereiro último. A velha esquerda de Soares e Alegre vale, hoje, bem menos do que a nova esquerda de Sócrates."
(José António Lima, Expresso, 15-12-2005)
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