Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

21 abril 2006

[232] Poesia do mundo: Portugal, é a hora!

Mas de repente voltas
numa dor de esperança sem razão de ser

Da sua indiferença
agressivamente as coisas saem

Sentimo-nos cercados
ameaçados pelas coisas
e agora lamentamos o tempo perdido
a dispô-las a nosso favor

Porque é tempo de romper com tudo isto
é tempo de unir no mesmo gesto
o real e o sonho
é tempo de libertar as imagens as palavras
das minas do sonho a que descemos
mineiros sonâmbulos da imaginação

É tempo de acordar nas trevas do real
na desolada promessa
do dia verdadeiro
(Alexandre O´Neill: 1924 - 1986, "Poesias Completas 1951/1981", INCM, Lisboa)

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