Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

15 abril 2006

[222] Samedi après-midi: o sol não brilha em S. Bento

"O deputado comum não é ouvido ou consultado sobre coisa nenhuma: nem sobre política, nem sobre estratégia. Recebe ordens para votar assim ou assado ou, de quando em quando, para dizer isto ou aquilo, sem sequer lhe perguntarem se concorda ou discorda, como se a consciência e o carácter dele não valessem nada".
(Vasco Pulido Valente, in "PÚBLICO", 15-4-2006)
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Mas não será que só aceita esse papel quem não tiver mesmo carácter ou convicções? Para muitos, estar nesta ou naquela bancada é indiferente, desde que se seja deputado.
Ser deputado tornou-se num emprego (no pior sentido da palavra); há muito que deixou de ser um cargo ou uma missão. E como emprego que é, o empregador define as regras do recrutamento: procuram-se os mais mansos, os mais dóceis, os menos brilhantes, os mais bajuladores, os menos "independentes" (não viram como, há anos, foram corridos do Parlamento e do Governo?).
Há muita literatura sobre "estes" deputados. Assim de repente, até me lembro de um dos escritores do "regime", Moita Flores, e o seu "Não há lugar para divorciadas"...
O pior é que os reputados deputados (e também os há, em todas as bancadas) cada vez estão mais na penumbra, a ver se escapam a este enxovalho!

1 comentário:

Anónimo disse...

E não será esse esquema mental o que se reproduz quotidianamente em todas as instâncias da vida social da estrumeira á beira mar plantada desde há muitos anos ? O medo instala-se paulatinamente e os yesman / yeswoman grimpam na vida contentinhos nos seus Wolkswagen Golf último modelo que pululam pela cidade, quais novos yuppies do novo milénio ...
Apetece-me citar os Mão Morta ... Há muito que cheira mal nesta latrina

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