Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

17 abril 2006

[226] Late evening: who's the boss?

Eduardo Pitta, no seu interessantíssimo "Da Literatura" [declaração de interesses: sou leitor assíduo] - para além de se juntar às vozes, que acompanho há anos, contra a existência de um Ministério da Cultura - anuncia que a Ministra acaba de concretizar uma autêntica "revolução".
Penso, lamento desapontá-lo, que labora num erro.
Salvo o devido respeito pela titular da pasta, não lhe cabe a paternidade (no caso, a maternidade) de tal empreitada, que - globalmente - considero oportuna e adequada, embora os riscos não sejam irrelevantes. Nem estou seguro de que tivesse condições para a fazer ela mesma, dadas as fragilidades que o próprio Eduardo reconhece.
A revolução a que se refere é a que o PRACE (Programa de Reforma da Administração Central do Estado) se prepara para fazer nos próximos meses. E, que eu saiba, nada disto tem o dedo da Ministra, como não terá o de outros respeitáveis ministros [há uma comissão, presidida formalmente pelo Prof. João Bilhim, com a sombra tutelar de José Sócrates e António Costa. Aliás, quer essa comissão, quer as subcomissões ministeriais (uma para cada dois ministérios, se não erro), têm instruções para não ceder às pressões a que, na execução da macro-estrutura já definida pelo Professor, possam ser sujeitas pelos vários ministros e directores-gerais].
Acabo com uma constatação, para que Eduardo Pitta entenda porque digo o que digo: lembra-se da recente polémica sobre as relações internacionais da PJ? Meu caro, tem tudo a ver com isso! E se um ministro com a pasta da Justiça pôde pouco na "revolução", que poderá a Ministra? Para bom entendedor...

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