Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

09 maio 2006

[280] Estereótipos dos tempos pós-modernos (II)

«As mulheres são quem mais utiliza a violência física durante o namoro em idade juvenil. Empurrões, murros, bofetadas e arremesso de objectos são as formas mais generalizadas de agressão, tal como refere um estudo da Associação para o Planeamento Familiar (APF) sobre a vitimização sexual nas relações com pares em mulheres adolescentes e jovens, apresentado ontem em Évora.
Uma das principais conclusões deste diagnóstico, segundo Nélson Rodrigues, psicólogo da APF, é que este resultado quebra o mito de que só os homens recorrem à violência. “As mulheres recorrem mais à agressividade, resultante da perda de controlo, normalmente numa discussão”, disse o investigador.»
(Pedro Galego, Correio da Manhã online, 9-5-2006: o sublinhado é nosso)
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Quebrado este mito (sempre achei que os dados estatísticos nacionais subestimavam a "violência doméstica" exercida sobre maridos/namorados, alegadamente em razão do ambiente "machista") - o que não serve para menorizar o sofrimento das mulheres vítimas, mas espera-se que sirva para nos deixarmos de "guerras dos sexos" tolas e frívolas -, sejamos directos!
É tempo de começarmos a falar de violência sobre PESSOAS, o que inclui marido/mulher, namorado(a)/namorada(o), pais/filhos, filhos/pais, netos/avós, professor/aluno, aluno/professor, etc. Não importa o género ou a relação do agressor/vítima nem a natureza da violência (física/psicológica, emocional/sexual, pública/privada, etc.). Importa, outrossim, o acto violento e a repulsa que, num estádio civilizacional supostamente avançado, toda a violência deve inequivocamente merecer!
Metamos preconceitos, rótulos, estereótipos, dicotomias e toda essa tralha no lixo da história e tratemos a questão como um problema da condição humana...

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