Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

06 maio 2006

[272] Poesia do mundo: "Quando é que o cativeiro"

Quando é que o cativeiro
Acabará em mim,
E, próprio dianteiro,
Avançarei enfim?

Quando é que me desato
Dos laços que me dei?
Quando serei um facto?
Quando é que me serei?

Quando, ao virar da esquina
De qualquer dia meu,
Me acharei alma digna
Da alma que Deus me deu?

Quando é que será quando?
Não sei. E até então
Viverei perguntando:
Perguntarei em vão.

(Fernando Pessoa)

2 comentários:

Anónimo disse...

...enquanto há distúrbios na imprensa e os políticos se desdobram em contradições, e o diz que disse avoluma-se em hipotéticas remodelações, estrategicamente, intromete-se nas gotas da chuva e cita fernando pessoa, como se nada fosse.
mas é.

Unknown disse...

Caro el paso,
nada melhor do que a poesia para nos mostrar que há mais vida para lá dos distúrbios e das contradições.
Quanto à remodelação ministerial, se, por um lado, já há muito que previ a sua ocorrência (releia os posts n.º 204 e 218), por outro lado, entendo que já não basta mudança de cadeiras...

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