Infelizmente, o terrorismo (não só de raiz fundamentalista) está a condicionar as políticas de defesa e segurança, mesmo a de governos ditos de Esquerda. Para lá do aceitável, do ponto de vista da dignidade humana e dos direitos civis e sociais fundamentais.
São gastos avultados recursos técnicos e financeiros nas consequências e não nas causas. A pobreza e a iliteracia avançam e não se combatem com tortura nem com armas. Aliás, nada se combate com tortura (os fins não justificam os meios). As tensões são muito mais económicas e sociais do que religiosas e étnicas.
No fundo, o homo politico é coerente e previsível. Assim como aproveita a "crise internacional" para adoptar políticas e tomar medidas eleitoralistas, também utiliza a "ameaça do terrorismo" para defender e executar planos securitários. É sempre uma questão de pretexto. Uma pena que gente de bem se deixe manipular por estes "iluminados" que (des)governam o mundo...
(Núncio, comentário a "Houve ontem quem louvasse o regresso da tortura a Portugal", O Valor das Ideias, 26-4-2009)