Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

05 maio 2013

[1408] Confessionário (10): arrufos ou traições?

Imaginem um casal que, após dias de difícil negociação e ponderação, toma finalmente uma decisão relativa ao governo da casa. 
No dia e na hora combinados, o marido comunica-a, em nome dos dois, a toda a família.
Dois dias depois, a mulher pede outra reunião de família para informar dos pontos em que discorda e das diligências que vai fazer para alterar parte da decisão que tomou com o seu marido...

[1407] Janela indiscreta (18): sem declaração de interesses

O que têm em comum os mais ferozes críticos do actual Governo (Manuela Ferreira Leite, Bagão Félix, Mário Soares, Pinto Balsemão)? 
Menos euros no bolso (pensões, subvenções públicas, lucros).

04 maio 2013

[1406] Citações do mundo (38): um mundo sem filosofia

«One response to the collapse of philosophical system building in the nineteenth century was the rise of ideologies—aggressively anti-philosophical systems of thought, taking the form of various “positive” or descriptive sciences of man. Comte, Marx, Freud, and the pioneer figures of anthropology, sociology, and linguistics immediately come to mind.»
(Susan Sontag Styles of radical will. New York: Farrar, Straus and Giroux, 1969. Cit. aqui)

24 fevereiro 2013

[1405] As palavras dos outros (114): num flash, o retrato à la minute do português

"[José Sócrates] deixou a herança que deixou e tem herdeiros agradecidos, [portugueses] crentes em que a abundância depende de "políticas" e não o inverso..."
(comentário do leitor CM84 a "Sócrates e a Máfia dos Vampiros", Expresso on line)

[1404] A palavra dos outros (113): a perspectiva


Mas houve outro participante que ajudou e muito a vida do Porto: Artur.

23 fevereiro 2013

[1403] Janela indiscreta (17): o que está ali atrás daquela norma?

Tanto quanto saiba, o limite legal à renovação de mandatos (ou figuras afins, como a comissão de serviço) para exercício de um cargo público só tem estado previsto, em Portugal, no caso do Presidente da República. Não está previsto para presidente da Assembleia da República, primeiro-ministro, ministro, secretário de Estado, deputado, director-geral, presidente ou administrador de empresa pública, presidente ou vogal de instituto público, presidente de governo regional ou de junta metropolitana. E não está em nome de regras democráticas como a liberdade de candidatura e de ser eleito e o direito (genérico) ao exercício de funções públicas.
Está agora previsto também, sendo o segundo caso, para os presidentes de câmara e de junta de freguesia. Nem vou perder tempo com a discussão exegética sobre a lei, a sua letra e o seu espírito. Só me interessa o seguinte: deve a lei limitar aquela liberdade e impedir o exercício daquele direito no caso concreto dos autarcas, distinguindo-o de outros cargos? Que riscos maiores para a democracia e o Estado de direito acarreta a renovação sucessiva de mandatos autárquicos do que de mandatos regionais ou nacionais?

[1402] Confessionário (9): quem são, afinal, os cidadãos de segunda?

Se eu chamar gatuno ao meu vizinho, arrisco-me a ser responsabilizado civil e/ou criminalmente.
Mas se eu chamar gatuno a um ministro, ganho 15 minutos de fama e sou considerado um herói.
Este não é o meu país nem esta é a minha democracia, onde os representantes do meu vizinho, eleitos por ele e para ele, são menos cidadãos do que ele...

20 janeiro 2013

[1401] As palavras dos outros (112): amoralidade global

"We used to be the land of opportunity, now we're the land of opportunists".
(Kris, comentário deixado em "World's happiest countries", 15-1-2013)
*
É sobre os EUA, mas poderia ser sobre um qualquer outro país, bem perto de si...

06 outubro 2012

[1399] Os pontos das pastas (IV): 1.ª avaliação de PPC

Em dia da celebração da República e estando o XIX Governo Constitucional em funções há 15 meses (não se sabendo hoje quantos mais estarão), faz-se aqui a avaliação da actuação dos seus ministros (1), na sequência de outras avaliações anteriores, com base nos critérios e ponderações que sempre usamos. São eles (entre parêntesis, a sub-escala a ter em conta):
- (2) competência técnica (0-7 valores);
- (3) capacidade de execução (0-6 val.);
- (4) discurso político (0-4 val.); e
- (5) poder comunicacional (0-3 val.).
Por competência técnica entendemos o conhecimento que o ministro revelou ter da área tutelada e a aptidão para analisar e discutir os assuntos. A capacidade de execução aprecia o poder de concretização das políticas desenhadas e dos objectivos definidos. Os outros critérios respeitam a duas qualidades que se reputam essenciais num ministro: a densidade e consistência do discurso político (isto é, a coerência entre a "cartilha" e a praxis) e a capacidade de comunicação com os eleitores/cidadãos.
A pontuação total (6) corresponde à soma dos pontos obtidos nos quatro critérios, na escala habitual (0-20 valores).
*
(1) Ministros   / (2) Compet. / (3) Execução / (4) Discurso / (5) Comun. / (6) Total / (7) Obs.
Paulo Macedo .......5.0 ............... 4.5 .............2.0 .......... 1.0 ......... 12.5
Aguiar Branco ...... 4.0 ............... 4.0 ............ 2.5 .......... 2.0 ......... 12.5
Paulo Portas ........ 4.0 ............... 3.5 ............ 2.5 .......... 2.0 ........  12.0        (-)
Nuno Crato ......... 5.0 ............... 3.0 ............ 2.0 .......... 1.0 ......... 11.0        (+)
Vítor Gaspar ....... 5.5 ...............3.5 ............ 1.0 ........... 0.5 ........ 10.5        (R)
P. Passos Coelho ... 3.5 ............... 3.5 ............ 1.5 .......... 2.0 ......... 10.5        (+)
Paula T. da Cruz ... 4.5 ............... 2.5 ...........  1.5 .......... 1.5 ......... 10.0
Assunção Cristas ... 3.5 .............. 3.0 ............ 2.0 .......... 1.5 .......... 10.0
Mota Soares ........ 3.0 .............. 3.5 ............ 1.5 .......... 1.5  .......... 9.5
Álvaro S. Pereira .. 4.0 ............... 2.5 ............ 1.0 .......... 1.0 .......... 8.5     (+) (R)
Miguel Macedo ..... 2.5 .............. .3.0 ............ 1.0 .......... 1.5........... 8.0     (-) (R)
Miguel Relvas ...... 2.0 ............... 2.0 ............ 1.5 .......... 2.0 .......... 7.5        (R)
*
O campo das Observações (7) regista a perspectiva, positiva (+) ou negativa (-), para a próxima avaliação ("R" significa "remodelável").
Em resumo, quatro avaliações negativas, por razões diversas. Boas perspectivas para Crato, arrumada a casa, e o primeiro-ministro, se aguentar mesmo o barco. Santos Pereira pode melhorar, se ficar, o que se duvida. Gaspar não deve resistir à falta de "mundo real". Portas parece cada vez mais distante. Relvas é um caso perdido e Miguel Macedo não tem pulso para as polícias.

[1398] Notas pessoais sobre uma remodelação anunciada

1. Não deve ser feita antes de aprovado o OE 2013. Diria que imediatamente após a 7.ª avaliação do Memorando (Fevereiro de 2013).
2. Deve dar alguma densidade política às pastas até aqui excessivamente técnicas (Finanças, Economia e Segurança Social).
3. Deve ser feito um reajustamento da orgânica do Governo. O Emprego deve ser subtraído à Economia e voltar à Segurança Social para reequilibrar estes dois ministérios. A Agricultura poderia ficar na Economia e o Mar regressar à Defesa Nacional, ficando o actual MAMAOT com o AOT (Ambiente e Ordenamento do Território). 
4. Daqui que se adivinhe a necessidade de substituir Vítor Gaspar (que daria um excelente Governador do Banco de Portugal) e Álvaro Santos Pereira (a menos que lhe seja retirada a pasta do Emprego). Bagão Félix seria um bom regresso ao Trabalho e Segurança Social e a Administração Interna precisa de um ministro mais vigoroso e respeitado.

05 outubro 2012

[1397] Citações do mundo: pensamento republicano

«O preço a pagar pela tua não participação na política é seres governado por quem é inferior
(Platão, o filósofo, 428 – 347 a.C.)

19 setembro 2012

[1396] Confessionário (8): tem a certeza de que é democrata?

Ter actuação cívica e fazer Política não se pode confundir com ofensas a titulares de cargos políticos. A res publica é gerida pelos representantes do povo. Ofendê-los é apoucar o próprio povo. Falta cultura democrática e política para perceber isso. Receber um prémio das mãos de um titular de cargo político é como recebê-lo das mãos do povo, dos concidadãos e dos pares contribuintes. Assim sendo, verdadeira coerência seria rejeitar o prémio.
(Núncio, comentário a "Maria Teresa Horta recusa receber prémio literário das mãos de Passos Coelho", Público on line, 19-9-2012)

08 setembro 2012

[1395] As palavras dos outros (111): "Ouçam-me, irmãos; perdão, ouçam-me camaradas; hum, ouçam-me poetas"

Em que qualidade terá comentado Manuel Alegre? De caçador nas horas vagas, de obediente maçónico, de desertor à Pátria, de poeta, de ex-deputado de bancadas parlamentares que, durante anos, aprovaram leis que criaram a situação que agora, de forma dolorosa, tem de ser remediada?

04 setembro 2012

[1394] Ingenuidade ou incapacidade?

Mais do que a errada estimativa de receitas tributárias ou o (anunciado) desvio orçamental - que, admito, poderão estar condicionados por elementos exógenos (desconcerto europeu e desenho prévio do PAEF) - acho deveras decepcionante a desistência da reforma (orgânica e eleitoral) autárquica e da reestruturação (institucional e financeira) das empresas públicas e dos institutos públicos, porque, essas sim, dependem de factores endógenos como a vontade política ou a transparência democrática.
Espera-se que não seja propriamente uma desistência, mas uma paragem estratégica. 

[1393] Serviço público (47): Burro ou Elefante?

Você decide aqui: Campaign 2012 - Political Party Quiz.

25 agosto 2012

[1392] Privatizar não é ilegalizar

Acho curioso que só agora, que se prepara a sua concessão/privatização, a RTP demonstre, ao fim de 38 anos (!), que pode ser sustentável! Porque não o foi durante este tempo todo? E porque é que um serviço público paga aos administradores e a alguns trabalhadores como se de uma empresa privada se tratasse?
Por outro lado, a privatização é apenas um modelo de gestão, defendido por uns, contestado por outros. Não é uma actividade criminosa nem um exercício fora da lei. Qualquer concessionário ou empresário privado tem de cumprir a lei vigente, as regras deontológicas e, como agora se diz, as boas práticas.
Declaração de interesses: não trabalho em qualquer órgão de comunicação social nem sou parte interessada na administração/gestão de nenhum, a não ser como cidadão e contribuinte. Sou, em princípio, adepto de um canal de rádio e de televisão gerido pelo sector público.

08 agosto 2012

[1391] Equívocos e pieguices

«O comentário de João Silva à própria prova, de humor sarcástico, encerra um equívoco. Os portugueses não estão aborrecidos com os atletas, que conseguiram apurar-se para os JO e certamente fizeram o seu melhor. Por tanto, é lamentável e dispensável todo este azedume para com quem lhes paga a formação e quem lhes dá as condições de trabalho, as possíveis neste país de piegas.
Os portugueses, se posso falar pela maioria deles, estão zangados com as entidades da política desportiva, o COP e os dirigentes das federações desportivas que não mostram competência para desempenhar as funções, que se mantêm nos cargos anos a fio, que têm uma política de comunicação ressentida e auto-comiserativa e que não explicam porque Portugal não tem dimensão desportiva compatível com a geográfica e económica.»

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