Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.
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02 janeiro 2011

[1319] Inscrevam esta citação nas paredes dos gabinetes ministeriais!

«(...) só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da educação, com formação continuada, remuneração adequada e sólido compromisso com a educação das crianças e jovens.»
(Dilma Rousseff, discurso de tomada de posse como presidente do Brasil, Estadão on line, 1-1-2011: destaque nosso)

07 outubro 2010

[1253] In memoriam: a Professora diplomata

Conheci a Prof. Paula Escarameia nos anos 90, quando fui seu aluno de Mestrado. De uma simplicidade desconcertante, um sorriso contagiante e uma sabedoria flamejante, deixa muitas saudades. Não sei se à Academia e às elites, mas seguramente a todos aqueles para quem a riqueza de ensinar e aprender é maior do que qualquer condecoração ou prebenda.
A minha homenagem a uma mulher para quem a carreira foi instrumental de verdadeiro serviço público, discreto, mas excepcional.

12 agosto 2010

[1210] It's the culture, man!

Os computadores são hoje, para o ensino, uma espécie de "3 in 1": máquina de escrever, calculadora e atlas. E, já nesses tempos idos, quem tivesse essas três ferramentas nunca seria um bom aluno se soubesse apenas manuseá-las. Continuava a ser preciso que escrevesse bem, que soubesse história, filosofia, lógica, ciências e línguas.

26 outubro 2009

[1051] Early Monday evening: humor económico

Francisco Louçã: Senhor Primeiro-Ministro, a economia está de tal maneira que até as recém-licenciadas, sem perspectivas de emprego, têm de prostituir-se para sobreviver.
Primeiro-ministro, irado: Lá está a Oposição no "bota-abaixismo"! A verdade é que o nosso sistema de ensino tem hoje uma tal qualidade que até as prostitutas se licenciaram!

10 outubro 2009

[1034] Early Saturday afternoon: dia de reflexão (com humor)

Professor: Quantos corações temos nós, Afonso?
Afonso: Dois, senhor professor.
Professor: Dois?!
Afonso: Sim, o meu e o seu!
*
Professora: Maria, vem aqui apontar no mapa-mundi onde fica a América do Norte.
Maria: Aqui mesmo, diz, apontando.
Professora: Correcto. Agora turma, quem descobriu a América?
Turma, em coro: A Maria.
*
Professora: Artur, a tua redacção "O Meu Cão" é exactamente igual à do teu irmão. Copiaste a dele?
Artur: Não, professora. O cão é que é o mesmo.
*
Professora: Bruno, que nome se dá a uma pessoa que continua a falar, mesmo quando os outros já não estão interessados?
Bruno: Professora.
*
Um aluno de Direito, durante um exame oral.
Marcelo Rebelo de Sousa: O que é uma fraude?
Responde o aluno: É o que o Professor está a fazer.
MRS, entre o indignado e o divertido: Homessa, explique lá isso!
Diz o aluno: Segundo o Código Penal, comete fraude todo aquele que se aproveita da ignorância do outro para o prejudicar!
(adaptado; cortesia da leitora )

06 junho 2009

[883] Early Saturday afternoon: qual o teu discurso?

QUANDO SE TEM DOUTORAMENTO:
Dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido através da fervura e da evaporação de H2O do líquido resultante da prensagem do caule da gramínea Saccharus officinarum Linneu, 1758, isento de qualquer outro tipo de processamento suplementar que elimine suas impurezas, quando apresentado sob a forma geométrica de sólidos de reduzidas dimensões e arestas rectilíneas, configurando pirâmides truncadas de base oblonga e pequena altura, uma vez submetido a um toque no órgão do paladar de quem se disponha a um teste organoléptico, impressiona favoravelmente as papilas gustativas, sugerindo impressão sensorial equivalente à do mesmo dissacarídeo em estado bruto, que ocorre no líquido nutritivo de alta viscosidade, produzindo nos órgãos especiais existentes na Apismellifera, Linneu, 1758. No entanto, é possível comprovar experimentalmente que esse dissacarídeo, no estado físico-químico descrito e apresentado sob aquela forma geométrica, apresenta considerável resistência a modificar apreciavelmente suas dimensões quando submetido a tensões mecânicas de compressão ao longo do seu eixo em consequência da pequena capacidade de deformação que lhe é peculiar.
*
QUANDO SE TEM MESTRADO:
A sacarose extraída da cana de açúcar, que ainda não tenha passado pelo processo de purificação e refinação, apresentando-se sob a forma de pequenos sólidos tronco-piramidais de base retangular, impressiona agradavelmente o paladar, lembrando a sensação provocada pela mesma sacarose produzida pelas abelhas num peculiar líquido espesso e nutritivo. Entretanto, não altera as suas dimensões lineares nem as suas proporções quando submetida a uma tensão axial em consequência da aplicação de compressões equivalentes e opostas.
*
QUANDO SE TEM LICENCIATURA:
O açúcar, quando ainda não submetido à refinação e apresentando-se em blocos sólidos de pequenas dimensões e forma tronco-piramidal tem o sabor deleitável da secreção alimentar das abelhas; todavia, não muda as suas proporções quando sujeito a compressão.
*
QUANDO SE TEM ENSINO SECUNDÁRIO:
O açúcar não refinado, sob a forma de pequenos cubos, tem o sabor agradável do mel, mas não muda de forma quando pressionado.
*
QUANDO SE TEM ENSINO BÁSICO:
Açúcar mascavado em cubinhos tem sabor adocicado, mas não é macio nem flexível.
*
QUANDO NÃO SE TEM INSTRUÇÃO:
Rapadura é doce, mas não é mole, não!
(adaptado de texto anónimo enviado por e-mail: cortesia da leitora )

14 dezembro 2008

[725] Dê-me um canudo, sff. O amarelo, se não se importa. Fica melhor na minha sala.

Qualificações sim, mas não necessariamente académicas. Dessas até há excesso (no primeiro nível de estudos superiores; faltam apenas mais mestres e doutores e nem sequer em todas as áreas científicas).
Portugal precisa URGENTEMENTE de qualificações profissionais, técnicas e administrativas. Já repararam que há ofícios a desaparecer completamente e os que restam estão muitas vezes entregues a amadores (quando não incompetentes)?
Por outro lado, sempre me admirei que qualquer pessoa possa abrir um café ou um restaurante, sem qualquer enquadramento profissional nem requisitos para além dos comerciais (alvarás, etc.). O atendimento do público, sobretudo na restauração, é das coisas mais exigentes na actividade económica. É preciso educação, urbanidade, fluência nalguma língua estrangeira (turismo oblige), higiene, etc.
Para quando mais técnicos e menos doutores?
(Núncio, em comentário a "Mais qualificações garantem mais emprego", Expresso online, 14-12-2008)

03 abril 2008

[565] As palavras dos outros (15): Direito de resposta de um professor ofendido

Exmo. Senhor Director do Jornal Diário Económico:

Vem esta resposta a propósito do editorial do dia 11 de Março, redigido pelo Senhor Director desse jornal, André Macedo.
Nas últimas semanas têm sido frequentes as palavras ressabiadas escritas por um sem número de escribas que pululam na nossa comunicação social. Que muitos deles fazem o jogo do poder político já todos nós sabemos; se essas opiniões são genuínas, então há muita coisa a dizer sobre o seu carácter moral e sobre o modo como se faz jornalismo em Portugal.
Diz o nosso visado editorialista que ouvidas as declarações que os professores fizeram ao longo do dia não podia senão chegar-se a uma triste conclusão: a pobreza dos argumentos da esmagadora maioria, a incapacidade para apontarem com objectividade e clareza o motivo que os leva a rejeitar o sistema de avaliação (...). E continua mais à frente, pareciam excursões de alunos em plena galhofa inconsequente e pré-escolar.
Antes de mais, como jornalista que é, sabe que quem decide o que aparece nas televisões é a realização do canal televisivo, não é o entrevistado. Posso dar-lhe como exemplo, uma entrevista alongada de um professor, responsável por um dos movimentos, na qual apenas uma frase dita por ele passou no canal de televisão que o entrevistou. Infelizmente, o que interessa à comunicação social não são os argumentos. Mas já que falou de argumentos, aqui vai a lição que, pelos vistos, não aprendeu na escola (talvez daí o ressentimento).
Primeira lição, tome nota: concluir que o sistema de ensino falhou porque os professores são desqualificados e que são desqualificados porque o sistema de ensino fracassou é a chamada falácia da circularidade, tomar por premissa o que quer demonstrar, é um argumento inválido; segunda lição, é a prova por contradição ou redução ao absurdo, concluir que o sistema de ensino não qualifica os seus profissionais qualificados é uma contradição nos termos; além do mais, alguém, supostamente qualificado pelo sistema de ensino desqualificado que o qualificou, transforma a sua qualificada opinião num absurdo; terceira lição, o seu argumentário limita-se a fazer generalizações precipitadas. Se quer fazer generalizações, tenha o devido cuidado de ter em conta a lição magistral de Karl Popper, que nos ensinou há já bastante tempo que devemos procurar sempre o contra-exemplo. Se não teve o cuidado de o procurar eu faço questão de lho fornecer. Se é razões que pretende? Muito bem, dou-lhe já de enxurrada quatro razões: uma de ordem profissional; uma de ordem deontológica, uma de ordem moral e outra de ordem legal:
Primeira razão, como qualquer gestor ou economista sabe, não se pode pedir a nenhum profissional que trabalhe e que produza mais dizendo-lhe que vai ganhar menos. O que o ministério pretende, com a publicação do novo Estatuto da Carreira Docente, é exactamente isso, exigir aos professores que dêem mais às escolas (muito bem!) dizendo-lhes simultaneamente que irão ganhar menos, muito menos, já que a fractura profissional em duas carreiras, para fazer exactamente a mesma coisa - dar aulas, implica que dois terços dos professores, digo dos professores, a despeito do discurso do mérito e da excelência, não terão oportunidade de verem recompensado esse mérito porque, atente bem, terão o acesso bloqueado ao topo da carreira. E não me venham outra vez com esse argumento empoeirado dos militares que não chegam todos a generais. Qualquer semelhança entre a carreira militar e a docente é pura coincidência. Toda a gente percebe que a carreira militar é altamente hierarquizada e por inerência exige responsabilidades e competências díspares. Ora, os professores dão aulas. Todos! Dizer que em outras profissões acontece o mesmo significa, voltando à teoria da argumentação, cometer a falácia naturalista. Do ser não se deduz nunca o dever ser.
Segunda razão, este modelo de avaliação fere profundamente a deontologia profissional. Exigir aos professores que se responsabilizem pelo abandono escolar e pelos resultados dos alunos é inverter a lógica do ensino e aprendizagem. O abandono escolar não depende obviamente da vontade do professor; os resultados dos alunos avaliam os alunos, não o professor. A agravante destes elementos de avaliação é a perversão a que, fatalmente se adivinha, irá conduzir. Pior, é a jogada politicamente indecente de quererem melhorar estatísticas na educação à custa da consciência profissional dos docentes e, mais grave ainda, induzir um falso sucesso educativo quando o fundamental está por fazer.
Terceira razão, se tivesse ouvido as palavras sábias de João Lobo Antunes ou do Cardeal Patriarca de Lisboa - D. José Policarpo, teria entendido aquilo que os governantes actuais nunca foram capazes de entender. O profissional que trabalha, e que trabalha seriamente, que sacrifica muitas vezes a família para garantir um futuro profissional, o mínimo que lhe é devido é respeito. Esta é uma razão ética elementar. Por este motivo, nem vale a pena perguntarem se os professores têm razão? Têm, pelo menos, cem mil razões!
Quarta razão, para além das providências cautelares que estão a ser apreciadas pelos tribunais, há uma questão legal que suscita, no mínimo, perplexidade. Sabendo que os professores vão ser avaliados pelos pares, sabendo que as ditas quotas para "excelente" e "muito bom" são as mesmas para avaliador e avaliado, quem garante a imparcialidade do avaliador? Leia o que diz o Artigo 44.º do Código de Procedimento Administrativo.
Uma última lição que lhe quero deixar, já não é de natureza argumentativa mas ética, ou mais prosaicamente, de honestidade intelectual. Quando o senhor diz que apenas ouviu "vacuidades desconexas", "banalidades e frases ocas", "galhofa inconsequente", "falta de substância de tudo o que disseram", lendo o seu artigo, fico com a nítida impressão de estar perante um fenómeno nítido de projecção. Os seus argumentos são falazes, as afirmações são grosseiras, gratuitas e insultuosas, e
a fortiori esbarram na evidência, também dos números, que qualquer pessoa inteligente, tenha ficado em casa ou não, qualificada ou não qualificada, reconhecerá. Além do mais, devo-lhe dizer que os professores estão fartos dessas opiniões desinformadas, de julgamentos nada edificantes, de proclamados jornalistas incapazes de fazer o trabalho de casa. E tem o senhor a pouca vergonha de falar em inteligência e qualificação?
Em jeito de conclusão digo-lhe aquilo que tinha a obrigação de ter, certamente, já compreendido: o que os professores fizeram não foi uma excursão, foi uma aula prática de democracia. E essa é uma lição para pessoas atentas e inteligentes. A lição, neste caso, é muito simples: há maneiras adequadas e inadequadas de se governar, como há maneiras adequadas e inadequadas de se julgar. E não se governa contra as pessoas, como não se julga sem informação. E caso não tenha gostado da lição ou tenha achado os argumentos insuficientes, faça aquilo que já deveria ter feito e dirija-se à Escola Secundária de Barcelos que terei todo o gosto de lhe providenciar a informação e os argumentos que reclama e não procurou.
(José Rui M. F. Rebelo, professor da Escola Secundária de Barcelos, por email)

10 abril 2007

[463] Descubra as diferenças

Academias (clássicas): dar licença (licenciar) a que o aluno estude e investigue sozinho.
Universidades ("pós-modernas"): dar diplomas a funcionários partidários.

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