Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

09 fevereiro 2009

[780] Os pontos das pastas (ficha técnica)

No próximo dia 20, passam quatro anos após as últimas eleições legislativas (o que implicaria, não fosse uma alteração constitucional incompreensível, que fôssemos a votos ainda neste trimestre, sem necessidade de qualquer táctica de antecipação).
Na sequência do que fizemos aquando do 1.º ano da actual legislatura, e em jeito de balanço, avaliamos hoje a actuação dos ministros do XVII Governo Constitucional (1) com base nos mesmíssimos critérios e ponderações. São eles (entre parêntesis, e uma vez que não pondero os quatro critérios da mesma forma, indica-se a escala a ter em conta), a saber:
- (2) competência técnica (0-7 valores);
- (3) capacidade de execução (0-6 val.);
- (4) discurso político (0-4 val.); e
- (5) poder comunicacional (0-3 val.).
Por competência técnica entende-se o conhecimento que o ministro revela dos assuntos que tutela e a aptidão para analisá-los e discuti-los. A capacidade de execução aprecia o poder de concretização das políticas desenhadas e dos objectivos definidos. Os outros dois critérios respeitam a duas qualidades que se reputam essenciais num ministro: a consistência e profundidade do discurso político (releva a coerência entre a "cartilha" e a praxis e não a concordância ou discordância pessoais) e a capacidade de comunicação com os eleitores/cidadãos.
A pontuação total (6) corresponde à soma dos pontos obtidos nos quatro critérios, na escala habitual (0-20 valores).
Houve, entretanto, remodelação da composição governativa. O ponto de comparação (7) é, naturalmente, a avaliação do antecessor.
Dadas as explicações, vejamos os resultados mais salientes:
- dos 17 ministros que compõem o governo, só seis têm avaliação positiva e só dois melhoram a sua avaliação de 2006;
- há mesmo três descidas acentuadas, entre os três e os sete valores (Ambiente, Educação e Saúde);
- mantém-se a apreciação muito negativa dos titulares das pastas dos Assuntos Parlamentares, Justiça e Cultura (sendo que, neste caso, parece não ter trazido nenhum benefício a mudança de titular);
- finalmente, a situação particular do primeiro-ministro que, nestes três anos, perdeu claramente em competência e capacidade de execução.

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