Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.
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24 julho 2010

[1199] Triste fado

Este artigo (e muitos dos comentários que se lhe seguiram) são o exemplo da desonestidade intelectual que invadiu este pobre país. Ao menos que fôssemos só pobres, mas não estúpidos!
Confunde-se função pública com empresas e institutos públicos. Aqui há privilégios e ninguém, nem mesmo HR, parece querer reduzi-los. Ali os privilégios são o de ganhar um ordenado médio de 900 euros e o de ter um sistema de protecção social específico (CGA e ADSE) pago, em parte, pelos beneficiários e, noutra parte, pelos concidadãos que, se tivessem senso, estariam orgulhosos do trabalho de professores, médicos, enfermeiros, juristas, engenheiros, juízes, procuradores, informáticos e tantos outros que, com competência e zelo, tratam o melhor que podem e com os recursos que têm do bem-estar da comunidade.
HR e outros como ele que fizeram pela coisa pública, além de a vilipendiar e denegrir?
(Núncio / Portugal Real, comentário a "Os privilegiados da ADSE", A Tempo e a Desmodo, Expresso, 24-7-2010)

10 maio 2007

[483] Tarde, mas a boas horas

"E também lá estava o André Freire. Começa a ser alergia (e eu sei que a afirmação é preconceituosa), mas foi irritante ouvi-lo estranhar, com o ar mais sério deste mundo, a possibilidade de se realizar um processo de equivalências sem a entrega prévia de um certificado com as disciplinas feitas noutra instituição. É legal e é possível, faz-se todos os dias e é aconselhável que se faça, instruir um processo com base em declarações sob compromisso de honra, condicionando a efectividade das conclusões do processo à futura comprovação dessas declarações. Faz-se em processos de transferências, entre instituições como entre planos de estudos, nas equivalências Erasmus, em candidaturas a ciclos de estudos subsequentes à licenciatura ou, como previsto nos respectivos regulamentos, nos concursos de bolsas FCT. Entre outras situações. Estar calado quando não se sabe de que se fala não é defeito…"
(Rui Pena Pires, "Discordâncias, repulsas e alergias", O Canhoto, 12-4-2007)
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(Helena Matos, in Público, 10-5-2007, via Portugal dos Pequeninos)
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Já me inscrevi e concluí dois cursos de licenciatura, uma pós-graduação, vários cursos de línguas e fui mestrando em dois cursos de mestrado, em vários estabelecimentos de ensino. Estranhamente, ou talvez não, nunca me bastou o compromisso de honra. Sempre tive de documentar as declarações que prestei relativamente aos requisitos habilitacionais.
Tendo por boa a opinião expressa por Pena Pires, ou não sou pessoa honrada, ou fui objecto de discriminação pelas secretarias desses estabelecimentos ou o compromisso de honra só se aplica a ex ou futuros primeiros-ministros.
Cada um acredita no que quer...

29 abril 2006

[254] Os blogues dos outros: tácticas abruptas

«(...) o Governo cedeu à tentação de dizer que o que estava a fazer era uma luta contra os "privilégios" de muitas classes profissionais e com isso deslegitimou-os na sua respeitabilidade social.
«Hoje sabemos o efeito dessa táctica comunicacional: deixou cada grupo profissional de per si, socialmente isolado, face a uma opinião pública hostil, mas azedou irremediavelmente o ambiente dentro de cada corporação e grupo entrincheirados contra o Governo. Fez as corporações e os grupos profissionais fracos por fora e fortes por dentro. Uma segunda vaga ainda mais dura de medidas de austeridade e contenção vai dar origem a conflitos sociais mais tenazes. Os comportamentos desesperados vão ser mais comuns, a resistência maior.»
(José Pacheco Pereira, "Quem paga a crise?", in Público, via Abrupto, 27-4-2006)
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Já aqui se disse (posts mais recentes sobre o assunto: [227] "Exclusivamente juízes e deputados!"; [219] "Modelo nórdico ou latino?"; [206] "Sábado à tarde: a imbecilidade [201], parte II"; [198] "Early night: entre dois pingos de chuva..."), provavelmente sem o brilho de JPP, que esta hostilização ou esta "domesticação" de certas carreiras ou classes é errada, injusta e contraproducente.
Em primeiro lugar, trata-se de carreiras cuja independência (magistrados ou jornalistas) ou auto-gestão (docentes ou médicos) é essencial, nuns casos, e útil, noutros, à democracia social e ao "Estado moderno" (embora não goste muito desta designação).
Em segundo lugar, qualquer reestruturação dessas carreiras - nos seus aspectos relativos a recrutamento, remunerações e abonos, aposentação, métodos e instrumentos de trabalho, etc. - só será (plenamente) eficaz com a compreensão e adesão dos próprios. A menos que se queiram impor pela força totalitária!
Em terceiro lugar, os governos existem para resolver os problemas das populações e dignificar o Estado... não para criar (mais) problemas, afrontando cidadãos e ofendendo categorias profissionais ou sociais!

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