Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.
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14 outubro 2009

[1042] À atenção da doce ministra

Segundo o Euro HIV Index 2009, Portugal está em 22.º lugar (de 29 Estados, os 27 da U.E. e mais a Suíça e a Noruega), com uma avaliação pouco favorável, sobretudo no primeiro dos critérios (Direitos e Envolvimento de Pessoas portadoras de VIH), no qual só a Grécia e a Lituânia estão mais negativas. Na prevenção, estamos em 9.º lugar, menos mal. O pior mesmo é o tratamento médico e social dados aos portadores...
Uma nota para o facto de Estados com idêntica dimensão económica e financeira (Áustria, Bélgica, República Checa, Finlândia, Irlanda, Eslováquia, Eslovénia) terem muito melhores resultados. Porque será?
Finalmente, este estudo foi apresentado pela Presidência Sueca da U.E. Isto é verdadeira social-democracia.

16 agosto 2009

[947] Os números, os números...

A taxa de desemprego em Portugal, em Junho de 2009: 9,3%
A taxa de desemprego na UE/27: 8,9%
A taxa de desemprego na UE/25 (sem Roménia nem Bulgária): 9,1%
A taxa de desemprego na UE/15 (sem os dez que entraram de uma vez, em 2004): 9,0%
A taxa de desemprego da UE/Euro: 9,4%.
Significa que a taxa média de desemprego só é maior do que a portuguesa na "zona euro", por uma décima. Mas tomáramos nós estar como a maior parte dos países que a integram! O que é preocupante é a taxa de desemprego dos Estados da nossa dimensão geoeconómica:
Bélgica: 8,1%
Rep. Checa: 6,3%
Dinamarca: 6,2%
Áustria: 4,4%
Holanda: 3,3%
Polónia: 8,2%
Eslovénia: 6,1%
Finlândia: 8,5%.
*
E como era no início da legislatura?
A taxa de desemprego em Portugal, em Março de 2005: 6,9 % (-2,2 % do que agora)
A taxa de desemprego na UE/27: ainda não havia 27
A taxa de desemprego na UE/25: 8,9% (-0,2%)
A taxa de desemprego na UE/15: 8,1% (-0,9%)
A taxa de desemprego da UE/Euro: 8,9% (-0,5%).
Significa que a maior subida da taxa média de desemprego é claramente a portuguesa, no mesmo período (02/2005 e 07/2009). Vamos aos mesmo Estados de há pouco (da nossa dimensão geoeconómica):
Bélgica: 8,0% (-0,1%)
Rep. Checa: 8,3% (+2,0%)
Dinamarca: 9,8% (+3,6%)
Áustria: 4,6% (+0,2%)
Holanda: 5,0% (+1,7%) - Fev. 2005
Polónia: 18,1% (-9,9%)
Eslovénia: 5,8% (-0,3%)
Finlândia: 8,3 % (-0,2%).
Ironicamente, os Estados que tinham, nessa altura, mais desemprego do Portugal têm hoje menos (excepto a Polónia, mas que tem uma descida brutal) e os que já tinham menos, mantém a posição relativa. Portugal piorou, no mesmo período e no mesmo contexto.

01 junho 2009

[878] Notas de uma campanha idiota

É desconcertante, para dizer o mínimo, ver como muitos eleitores compram tudo o que lhes oferecem, a qualquer preço.
Todo o candidato do partido de que são militantes ou simpatizantes é apreciado acriticamente e de forma maniqueísta. Os "nossos" são sempre bons; os dos outros são sempre maus. Como se a qualidade pessoal ou profissional dos homens e das mulheres decorresse da mera filiação partidária, clubística, religiosa ou social...
Uma coisa é ter convicções políticas ou religiosas, ser cristão ou social-democrata ou aristocrata ou benfiquista ou o que seja e defender com lealdade e vigor essas convicções. Outra coisa é achar que todos os cristãos (ou muçulmanos), todos os social-democratas (ou marxistas ou socialistas), todos os benfiquistas são bons e sérios e inteligentes e elegíveis.
Aliás, a situação é tão caricata que, por exemplo, Freitas do Amaral já foi o diabo para uma certa Esquerda que, agora, até votaria nele para PR se ele fosse o candidato oficial do PS!
*
Tão mais infeliz [as declarações de Vital Moreira] quanto o facto de o PS já ter sentido na pele a injustiça da generalização e da confusão de pessoas com instituições, aquando do famigerado processo "Casa Pia".
Dizer que o PSD está ligado à roubalheira do BPN é o mesmo que dizer que o PS está ligado à obscenidade da casa de Elvas... Mas esta gente não aprende nada! Razão tinha Platão (se não me falha a memória): mal do regime em que os representantes são piores do que os representados.

28 maio 2009

[873] Diz-me o teu salário mínimo, dir-te-ei que nível de vida tens

«O salário mínimo nacional vale menos actualmente do que na altura em que foi criado, em 1974. Trinta e cinco anos depois, se tivesse evoluído ao ritmo da inflação, a remuneração mínima nacional deveria ser de 584 euros, ou seja, mais 30% do que os actuais 450.
(...) O salário mínimo de então era de 3,300 escudos, ou seja, ou 16,50 euros.
(...) dados do Eurostat que mostram que o salário mínimo português é o segundo mais baixo dos países da Zona Euro, ficando apenas à frente dos ordenados da Eslováquia.»

28 fevereiro 2009

[801] Não sou eu que o digo...

«(...) é grande a responsabilidade dos chefes de Estado e de governo quando, no próximo domingo, se sentarem em Bruxelas na sessão extraordinária do Conselho Europeu convocada para responder aos efeitos da crise global. Uma eventual falta de acordo na sede própria acabaria por legitimar a lógica do "cada um por si" ou dos pequenos grupos sectoriais, enfraquecendo não apenas o papel político, mas também os efeito da acção conjunta dos Estados neste momento crítico da nossa vida colectiva.»
(António Vitorino, "Última oportunidade", DN, 27-2-2009)

27 fevereiro 2009

[800] A minha consagração é tudo!

Nenhuma cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Europeia deveria ser "irrelevante". Se o é, trata-se de má gestão política e financeira, porque as cimeiras têm custos de vária ordem. Se não é irrelevante, como se espera, a delegação portuguesa deve ser presidida pelo Chefe do Governo, uma vez que os assuntos de Estado primam sobre os assuntos partidários, naturalmente.
Aliás, acho intrigante que, ao fim de quatro anos de cimeiras com a presença de JS, seja logo a deste fim-de-semana que é considerada "irrelevante" (o que também não é nada abonatório para o MNE que, por jeitos, só tem capacidade para nos representar em cimeiras "irrelevantes").

12 julho 2008

[629] A democracia global: pais, padrinhos ou padrastos?

«A comprehensive transatlantic pact clearing the way for the unprecedented supply of private data on European citizens to the American authorities is to be promoted by France in support of the US-driven campaign to combat terrorism and transnational crime.
«The controversial proposed pact, a "framework agreement" on common data protection principles, is likely to enable the Americans to access the credit card histories, banking details and travel habits of Europeans, although senior officials in Brussels deny US reports that the Americans will also be able to snoop on the internet browsing records of Europeans.»
(Ian Traynor, "New pact would give EU citizens' data to US", The Guardian on line, 30-6-2008)

15 junho 2008

[612] Só agora?

"[Os cidadãos da União Europeia] não gostam de alguns aspectos da política em Bruxelas porque estas não são suficientemente transparentes".
"Sou a favor de elegermos um dia o presidente do Conselho Europeu, essa futura personalidade dirigente, em eleições europeias".
"Claro que temos de levar a sério a votação dos irlandeses, mas não é possível que escassos milhões decidam por 495 milhões de europeus".
(Wolfgang Schaeuble, Ministro do Interior alemão, Público on line, 15-6-2008)
*
Duas notas breves:
1. É pena que os líderes políticos europeus não se lembrem dessa falta de transparência quando estão a redigir, nessas noites longas e escuras de Bruxelas, os tratados comunitários e só estremeçam quando "escassos milhões" lhes pregam um susto.
2. Em democracia, os cidadãos são iguais em direitos e deveres e, por isso, todos têm direito a um voto. Mas para que o direito de voto possa ser livre e conscientemente exercido é preciso haver consulta (seja eleitoral seja referendária). "Escassos milhões" decidiram por muitos porque, infelizmente, estes não puderam exercer o seu voto!
O caso mais inquietante é, certamente, o português. Vinte e dois anos depois da adesão, os portugueses nunca puderam dizer directamente o que pensam do projecto de integração europeia...

13 junho 2008

[607] Três vezes NÃO

França, Holanda e agora a Irlanda disseram NO(N) aos dois projectos de tratado constitucional/reformador que lhes submeteram as elites políticas europeias.
Será que isto não tem nenhum significado político?

27 dezembro 2007

[528] Moedas para que vos quero?

Afinal, não é só o português que é muito criativo.
Os turcos cunharam a nova lira turca, em circulação desde o início do ano.
"Por coincidência", a moeda de uma lira é quase idêntica à de dois euros. Valendo um quinto...

21 outubro 2007

[505] As palavras que sempre vos direi...

"O desastre de Lisboa ficará na história porque aqui se assinou um tratado que consagrou a não democracia como regime europeu e consolidou a burocracia e a Nomenclatura europeias."
(António Barreto, PÚBLICO, 21-10-2007)

15 abril 2007

[468] Referendar o referendo

"O novo Tratado Constitucional, em versão mínima ou extensa, pouco importa, não pode ser ratificado por um Parlamento nacional. Muito simplesmente, os Parlamentos nacionais não têm legitimidade para o fazer.
(...) Quando chega a altura de aprovar Tratados Constitucionais ou ratificar uma nova Constituição, tal tarefa não pode caber aos órgãos que dependiam da ordem constitucional antiga."
*
Na "mouche"!
Mas tudo neles é coerente. Os "constituídos" nunca querem perder os poderes e o lugar que lhes atribui a "constituinte". O povo é manso, mas nunca se sabe...

20 fevereiro 2007

[431] Em dia de Carnaval, a máscara de Portugal

«De acordo com dados ontem publicados pela Comissão Europeia, 20 por cento dos portugueses viviam em 2004 abaixo do limiar de pobreza - fixado em 60 por cento do rendimento médio nacional depois de incluídas as ajudas sociais - contra uma média comunitária de 16 por cento. (...)
Mas Portugal tem o pior resultado da UE num outro indicador, o dos trabalhadores pobres, o que significa que o salário não protege contra a precariedade: segundo os mesmos dados, 14 por cento dos portugueses com um emprego vivem abaixo do limiar de pobreza, contra 8 por cento no conjunto dos Vinte e Sete. Na República Checa, cujo PIB é muito próximo do português (75,2 por cento da UE), os trabalhadores pobres são apenas 3 por cento da população.
Em Portugal, afirma Bruxelas, "o risco de pobreza após transferências sociais, e as desigualdades na distribuição dos rendimentos (rácio de 8,2 em 2004) são das mais elevadas na UE". As crianças - 24 por cento - e os idosos com mais de 65 anos - 28 por cento - "constituem as categorias mais expostas ao risco de pobreza", acrescenta. Para a Comissão, o risco de pobreza é agravado com o aumento do desemprego - que subiu em Portugal de 4 por cento da população activa em 2000 para 7,6 por cento em 2005. Mas igualmente com a elevada taxa de abandono escolar (38,6 por cento em 2005 contra 42,6 por cento em 2000) - e o baixo nível de escolaridade dos jovens (48,4 em 2004 contra 42,8 por cento em 2000), dois indicadores em que Portugal está "muito abaixo da média da UE".»
(Estudo da Comissão Europeia: "Portugueses entre os mais pobres da União Europeia", in Público On Line, 20-02-2007)

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