"[Os cidadãos da União Europeia] não gostam de alguns aspectos da política em Bruxelas porque estas não são suficientemente transparentes".
"Sou a favor de elegermos um dia o presidente do Conselho Europeu, essa futura personalidade dirigente, em eleições europeias".
"Claro que temos de levar a sério a votação dos irlandeses, mas não é possível que escassos milhões decidam por 495 milhões de europeus".
(Wolfgang Schaeuble, Ministro do Interior alemão, Público on line, 15-6-2008)
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Duas notas breves:
1. É pena que os líderes políticos europeus não se lembrem dessa falta de transparência quando estão a redigir, nessas noites longas e escuras de Bruxelas, os tratados comunitários e só estremeçam quando "escassos milhões" lhes pregam um susto.
2. Em democracia, os cidadãos são iguais em direitos e deveres e, por isso, todos têm direito a um voto. Mas para que o direito de voto possa ser livre e conscientemente exercido é preciso haver consulta (seja eleitoral seja referendária). "Escassos milhões" decidiram por muitos porque, infelizmente, estes não puderam exercer o seu voto!
O caso mais inquietante é, certamente, o português. Vinte e dois anos depois da adesão, os portugueses nunca puderam dizer directamente o que pensam do projecto de integração europeia...
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