De facto, as “massas” de militantes e simpatizantes não chegam a beber champagne, mas vão a cocktails e recebem pastas em couro.
De qualquer forma, não nos equivoquemos. Hoje em dia, a forma despudorada de gestão da “coisa pública” já permite a concessão de benesses, umas mais simbólicas do que outras, por muita gente (veja-se o caso mais recente da nomeação, por esse país afora, dos directores que, em muitas escolas e agrupamentos escolares, mais não são do que os representantes do aparelho local).
Por outro lado, um dos “ingredientes” da mistura de Cipriano é que eu acho que tem faltado, mas sem consequências degustativas para o cozinhado. Identificação com os valores. Mas com quais valores é que se poderá identificar o militante socialista médio, se a maior parte deles está completamente ausente das políticas de JS?
Quanto aos limites de que fala, e bem, LNT, isso é que me intriga. É que esses limites (tradição democrática, liberdade de opinião, respeito pelas classes profissionais, discussão ideológica ou programática, gestão pública, salvaguarda de direitos e garantias, etc.) foram completa e periogosamente ultrapassados nalgumas pastas (Comunicação Social, Educação, Saúde, Obras Públicas, Agricultura) sem grandes demonstrações de desagrado que não se resumam a Ana Benavente, João Cravinho ou Manuel Alegre.
Nem o PSD, que tem igual “fome de poder”, foi alguma vez tão unânime (mesmo Cavaco Silva tinha vozes bem desafinadas como Marcelo Rebelo de Sousa, Pacheco Pereira e Emídio Guerreiro, entre outros)!
(Núncio, comentário a "Declaração de interesses", idem)
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