Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

09 junho 2009

[890] Bruxo!

«(...) a partir de certa altura, o PS abandonou a sua linha inicial e passou ele próprio a querer fazer das europeias um referendo ao Governo e às oposições. Por estranho que possa parecer, a ideia aparenta não ter sido má. Se acreditarmos nos resultados das sondagens, pese embora a distância significativa face à maioria absoluta, esta mudança, consubstanciada na entrada de José Sócrates na campanha, coincide com uma recuperação das intenções de voto no PS.
(...) tudo sugere que no próximo Domingo o padrão sairá reforçado, com uma vitória do PS, por uma margem curta, que tenderá a representar o seu mínimo eleitoral neste ciclo político. Ou seja, existirá voto de protesto, mas ele será atenuado pela proximidade das legislativas e pelo espectro da ingovernabilidade. O que sugere que se a campanha se tivesse centrado nos temas europeus, como desejava inicialmente o PS, o mais provável é que os eleitores sentissem bastante menos a associação entre estas eleições e as legislativas que ocorrerão logo a seguir ao Verão.»
(Pedro Adão e Silva, "Um referendo nacional", Diário Económico, 2-6-2009: destaque nosso)
*
Afinal, não foram só as sondagens a falhar. Os analistas, como o Pedro [Adão e Silva], também falharam... e não foi pouco!
Em geral, a nossa percepção da realidade é muito influenciada por preconceitos e complexos. Por exemplo, achar que MFL é velha, retrógada, conservadora, feia, desajeitada e sei lá que mais. E que, por isso, não estará à altura de JS. Ora, isso é um erro, como deveria saber. Nem MFL é isso tudo nem os eleitores, se estiverem fartos de JS, se incomodarão muito com essas características.
Quando o eleitorado se farta, não há nada a fazer... e o poder nunca fica vazio!
(Núncio, comentário a "O espectro", Diário Económico, 9-6-2009)

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