Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

07 março 2006

[186] Early night: confissões de 12 mentes brilhantes

«Depois de ter vencido o Fascismo, o Nazismo e o Estalinismo, o mundo enfrenta agora uma nova ameaça totalitária global: o Islamismo.
Nós, escritores, jornalistas, intelectuais, vimos aqui apelar à resistência ao totalitarismo religioso, bem como à promoção da liberdade, da igualdade de oportunidades e dos valores laicos para todos.
Os eventos que ocorreram recentemente, depois da publicação das caricaturas de Maomé em jornais europeus, tornaram evidente a necessidade de um combate em prol destes valores universais. Trata-se de um confronto a travar no campo ideológico e que nunca poderá ser ganho pelas armas. Aquilo a que estamos presentemente a assistir não constitui um conflito de civilizações, nem um antagonismo Este-Oeste, mas antes uma luta global entre democratas e teocratas.
Como todos os totalitarismos, o Islamismo estabelece-se sobre medos e frustrações. Os pregadores do ódio apostam nesses sentimentos para formar batalhões destinados a impor um mundo de opressão e desigualdades. Contudo, nós afirmamos clara e firmemente: não existe nada, nem mesmo o desespero, que possa justificar a escolha do obscurantismo, do totalitarismo e do ódio. O Islamismo é uma ideologia reaccionária que aniquila a igualdade, a liberdade e a laicidade sempre que as encontra. O seu êxito só pode conduzir a um mundo de dominação: dominação do homem sobre a mulher, dominação dos islamistas sobre os demais. Para nos opormos a este processo, temos que assegurar direitos universais a todos os povos discriminados ou oprimidos.
Rejeitamos o «relativismo cultural», que consiste em aceitar que homens e mulheres de cultura muçulmana devem ser privados do direito à igualdade, à liberdade e aos valores laicos em nome do respeito pelas culturas e tradições.
Recusamo-nos a renunciar ao espírito crítico por receio da acusação de "islamofobia", um conceito infeliz que confunde a crítica do Islão enquanto religião com a estigmatização dos seus crentes.
Pugnamos pela universalidade da liberdade de expressão, para que o espírito crítico se possa exercer em todos os continentes, contra todos os abusos e todos os dogmas.
Apelamos a todos os democratas e espíritos livres de todos os países para que o nosso século venha a ser um tempo de Iluminismo e não de obscurantismo.»
Ayaan Hirsi Ali,
Chahla Chafiq,
Caroline Fourest,
Bernard-Henri Lévy,
Irshad Manji,
Mehdi Mozaffari,
Maryam Namazie,
Taslima Nasreen,
Salman Rushdie,
Antoine Sfeir,
Philippe Val,
Ibn Warraq.»
(Tradução de Luís Mateus -
Associação República e Laicidade)
*
A publicação deste Manifesto aqui no Divã é devida à oportuna iniciativa de Ricardo Alves, do Diário Ateísta, a quem o pedimos "emprestado" (os destaques a negro são nossos).
Humildemente sugerimos a Freitas do Amaral que o leia, já que provavelmente não leu a entrevista do Presidente da República eleito ao ABC [181].

1 comentário:

Unknown disse...

Que pena ninguém comentar este belíssimo texto! São estas as marcas de uma civilização...

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