«Ma l'uomo grida dovunque la sorte di una patria.»
(Salvatore Quasimodo)
Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.
20 julho 2012
02 junho 2012
[1389] Confessionário (7): credibilidade é um neologismo?
Os tempos pedem coragem e solidariedade, mas a resposta é a descrença e o descrédito.
05 maio 2012
05 abril 2012
[1387] O triunfo dos PIIGS
Todos os PIIGS são iguais, mas há uns PIIGS mais iguais do que outros... perguntem ao Big Brother Merkozy!
[1386] Janela indiscreta (16): Amor a Portugal
Se os ex-Presidentes da República são verdadeiros patriotas e têm amor sincero ao país que serviram por que não abdicam das regalias que a lei lhes concede?
A um general na reserva, um ex-primeiro-ministro e um advogado reformado não basta o seu próprio património?
(a propósito de "Soares: Estado não lhe paga as multas", Sol, 5-4-2012)
04 abril 2012
[1385] Confessionário (6): o país no divã
Está absolutamente decadente um país que prefere a forma ao conteúdo, que institucionaliza a neutralidade aparente e hipócrita, que hipervaloriza as minorias e ridiculariza as maiorias, que decreta padrões telegénicos e imagéticos e que despreza a justiça material e axiológica.
(Núncio, comentário a "João Gobern dispensado pela RTP depois de ter festejado golo do Benfica", Público, 4-4-2012)
03 abril 2012
[1384] Janela indiscreta (15): uma miragem no deserto
Será que o PS vive o seu momento "Ribeiro e Castro"?
[1383] Poderia haver Liga sem o Benfica? Poderia, mas não era a mesma coisa!
1. A César o que é de César. Ganhou uma batalha, só faltam mais duas para ganhar a guerra (Lagartaxia e Maritimus);
2. O Benfica fez para ganhar, o Braga poderia ter empatado;
3. Miguel Vítor confirmou que não está mesmo fadado para ser feliz no Benfica;
4. Capdevilla demonstrou que os enteados não têm o mesmo estatuto dos filhos;
5. Se Cardozo já não aguenta o jogo todo que entre só na 2.ª parte, a tempo de marcar dois golos;
6. Nuno Gomes e Ruben Amorim voltarão ao Benfica, não se sabe é quando nem como;
7. O Braga conseguiu fazer um prato gourmet dos restos do Benfica, Sporting e Porto;
8. Na Luz, o Braga provou que jogar melhor do que o Chelsea não garante pontos;
9. Como estamos na Páscoa, "El Conejo" vai ser a arma secreta para Londres;
10. O Sporting parece que vai ter finalmente um papel relevante no campeonato: ajudar a decidir quem será o campeão.
10. O Sporting parece que vai ter finalmente um papel relevante no campeonato: ajudar a decidir quem será o campeão.
(Núncio, comentário a "10 notas sobre o jogo de ontem e os que hão-de vir", Catedral da Luz, 1-4-2012)
31 março 2012
[1382] Serviço público (45): se conduzires, não atendas o telemóvel
Atenda o telemóvel e veja o que acontece: anúncio comercial da Polícia chilena.
[1381] We, the people (not "we, the men" or "we, the women")
Começo por fazer uma necessária declaração de interesses: não aprecio igualdades forçadas por decreto para determinadas franjas sociais nem anacronismos ou descontextualizações históricas.
Por isso, discordo de uma visão da história à luz dos nossos olhos. Basta referir, para demonstrar o erro, que daqui a 200 anos, muitos historiadores também acharão bizarros ou inaceitáveis, à luz dos seus olhos, comportamentos e acontecimentos que muitos de nós, hoje, entendem justos, "modernos" ou dignos.
Também por isso prefiro falar de pessoas, sem dicotomias ou maniqueísmos. Entendo que há hoje um excesso de confronto social entre homens e mulheres, brancos e negros, ricos e pobres, doentes e saudáveis, que, equivocamente, se julga ser atenuado pelas tais medidas administrativas que tudo normalizam e harmonizam.
O serviço nacional de saúde não é para pobres ou desfavorecidos, é para contribuintes, que são pessoas. Os lugares dirigentes não são para homens ou mulheres, são para as pessoas mais aptas a dirigir. A televisão não é para esbeltos, é para jornalistas competentes. A violência doméstica não é exercida sobre mulheres, mas sobre vítimas (que são também crianças, idosos, homens). E por aí fora...
Aliás, termino dizendo que mal estaria a nossa geração se reduzisse a dignificação da pessoa (e, por isso, também das mulheres) a um mero projecto de poder ou de administração. Há muitas formas de dignificar cada um de nós e, se calhar, poucas passarão por carreiras profissionais frias, ambiciosas e solitárias...
(Núncio, comentário a "A Mulher e as mulheres", O Diplomata, 8-3-2012)
23 dezembro 2011
[1380] As palavras dos outros (110): um rico Natal
«A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos. Mas ricos sem riqueza.» (Mia Couto)
12 dezembro 2011
[1379] Poupa tu que eu já dei para esse peditório...
Moral da história (se é que há alguma): o país precisa MUITO de poupar, mas “comigo não, violão”.
Há demasiadas freguesias? Reduzam as do município vizinho que as nossas existem há muito tempo.
O IVA precisa de aumentar? Nos meus produtos e serviços a taxa já é muito alta.
O Parlamento tem deputados e assessores a mais? A representatividade assim o exige.
A frota automóvel do Estado é exagerada? A dignidade das funções assim o exige.
Os administradores das empresas públicas ganham muito? Tem de ser, senão vão-se embora.
O Estado tem de retirar-se da economia? Não pode, caso contrário a maior parte das empresas não sobrevive.
And so on and on and on…
31 outubro 2011
[1378] Vox lectori (5): diagnóstico dos principais problemas do Portugal contemporâneo
Fechada a consulta, que mantivemos aberta durante vários meses até ao dia do 101.º aniversário da República, quiseram participar 27 leitores, os quais podiam indicar os três problemas mais graves. Foram os seguintes os resultados (sem garantias de representatividade da população portuguesa):
1. Corrupção..........................................48%
2. Incompetência política...........................37%
3. Apatia social ......................................33%
4. Peso da maçonaria...............................25%
5. Impreparação dos gestores / empresários....25%
6. Fraca produtividade.............................25%
7. Baixas qualificações.............................25%
8. Retrocesso agrícola / industrial................18%
9. Sistema político desadequado..................11%
10. Burocracia.......................................11%
25 outubro 2011
[1376] Portugal é mais que futebol (71): "something for your mind, your body and your soul"
Ele é o Rui Machado no ténis, o Couceiro no futebol russo e o Pacheco no chinês, o Filipe Oliveira Baptista na moda, o Luís Onofre no calçado... e o Pete Tha Zouk na dance music!
23 outubro 2011
[1375] E não se pode exterminá-los?
Muitos acham, agora, que o "problema" português é a despesa pública, que não há nada de errado com o sector produtivo (privado), nem salários, nem produtividade, nem tributação.
Bem, podem extinguir a Administração Pública e, de seguida, a Presidência, o Governo, o Parlamento.
Cria-se um Estado anárquico, em auto-gestão, sob o lema "lei sem coacção". Cada um vive como quer e faz o que quer. Sem consequências.
Os pobres, os doentes e os idosos ficam entregues a si mesmos.
Tudo menos assumirmos, cidadãos, eleitores e contribuintes, as nossas responsabilidades... Cumprirmos escrupulosamente os nossos deveres cívicos, fiscais e sociais, vivermos regradamente, trabalharmos empenhadamente, respeitarmos a Natureza, entregarmos o mundo melhor do que o recebemos.
14 outubro 2011
[1374] Portugal é mais do que futebol (70): mais vale tarde...
Parabéns atrasados, mas merecidos, a Hélder Rodrigues, campeão mundial de todo-o-terreno em motociclismo e às selecções nacionais de Portugal em futebol sub-20 (vice-campeões do mundo), hóquei em patins sub-20 (vice-campeões do mundo) e ténis de mesa masculino (medalha de bronze no Campeonato da Europa de 2011).
[1373] Janela indiscreta (14): e não se apuram responsabilidades?
«Pode ser grande a origem externa das nossas dificuldades. Mas a verdade é que é isso mesmo o que se pede aos governantes: que prevejam dificuldades, que previnam problemas e que protejam os seus povos durante as tempestades".
«Tivemos exatamente o contrário: as autoridades acrescentaram às dificuldades, não só pelas suas decisões, como também pelo seu comportamento teimoso e abrasivo».
(António Barreto, "Governantes enganaram população e omitiram factos que levaram à quase bancarrota", MSN Notícias, 10-10-2011)
06 outubro 2011
[1372] Confessionário (4): Quem sou eu?
Na ficha de qualquer loja sou CLIENTE, no restaurante FREGUÊS, quando alugo uma casa sou INQUILINO, nos transportes públicos sou PASSAGEIRO, nos correios REMETENTE, nas lojas sou CONSUMIDOR e nos serviços sociais sou UTENTE.
Para o Estado sou CONTRIBUINTE, se vendo algo importado sou CONTRABANDISTA, se revendo sou VIGARISTA, se não pago impostos sou IMPOSTOR, se descubro uma maneira de receber um pouco mais sou CORRUPTO.
Para votar sou ELEITOR, para os sindicatos sou MASSA SALARIAL, nas viagens TURISTA, caminhando na rua PEDESTRE, se passeio sou TRANSEUNTE, se sou atropelado SINISTRADO e no hospital PACIENTE.
Nos jornais viro VÍTIMA, na biblioteca sou LEITOR, se ouço rádio OUVINTE, a ver um espectáculo sou ESPECTADOR, a ver televisão sou TELESPECTADOR, no campo de futebol sou ADEPTO e na Igreja sou IRMÃO.
Quando morrer... uns dirão que sou FINADO, outros DEFUNTO, para outros estou EXTINTO, para o povão só mais um que deixou de fumar! Em certos círculos espiritualistas serei DESENCARNADO, os evangélicos dirão que fui ARREBATADO...
E o pior de tudo é que, para os governantes, sou apenas um IMBECIL! E pensar que um dia quis ser EU. SIMPLESMENTE.
(Anónimo. Adaptado. Cortesia da leitora NA, por email)
27 setembro 2011
[1371] O passado mora mesmo lá atrás
Não sei se é verídica a cena relatada no post anterior, mas é um testemunho sociológico notável! Gostei especialmente da utilização das mães (ou dos pais) como taxistas dos filhos. Esquecemo-nos de como o consumo de gasolina é economica e ambientalmente nefasto para o futuro, no qual viverão justamente os nossos filhos, bem pior do que nós, que já vivemos pior do que os nossos pais.
Tornámo-nos egoístas e hedonistas. Só pensamos na nossa vidinha e na forma como a tornar (mais) confortável e prazerosa. Esquecemos tudo e todos que nos rodeiam. Não ensinamos nada a ninguém e raramente aceitamos ensinamentos de alguém.
A vida hoje é uma sequência de eventos, dentro de um automóvel: ir para o escritório ou para a escola, fazer (muitas) compras, ir pôr e buscar a mulher e os filhos, ir ao ginásio ou ao cabeleireiro.
Os governos, crentes da nova "religião" científico-tecnológica, também contribuem para este estado da arte de vida: não há transportes públicos suficientes, os colégios deixaram de ir pôr e buscar as crianças gratuitamente, as refeições nas cantinas e nos refeitórios são gordurosas e pouco higiénicas, não se subsidiam as famílias, mas sim os abortos, diminuem os espaços verdes e aumentam os centros comerciais, em nossa casa crescem os electrodomésticos e afins, mas diminuem os livros e os jogos didácticos, coleccionamos viagens e fotografias, mas sabemos cada vez menos de sociologia, história e arte.
Somos (mais) felizes e saudáveis? A resposta sabe-a o farmacêutico...
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