Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.
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06 junho 2009

[883] Early Saturday afternoon: qual o teu discurso?

QUANDO SE TEM DOUTORAMENTO:
Dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido através da fervura e da evaporação de H2O do líquido resultante da prensagem do caule da gramínea Saccharus officinarum Linneu, 1758, isento de qualquer outro tipo de processamento suplementar que elimine suas impurezas, quando apresentado sob a forma geométrica de sólidos de reduzidas dimensões e arestas rectilíneas, configurando pirâmides truncadas de base oblonga e pequena altura, uma vez submetido a um toque no órgão do paladar de quem se disponha a um teste organoléptico, impressiona favoravelmente as papilas gustativas, sugerindo impressão sensorial equivalente à do mesmo dissacarídeo em estado bruto, que ocorre no líquido nutritivo de alta viscosidade, produzindo nos órgãos especiais existentes na Apismellifera, Linneu, 1758. No entanto, é possível comprovar experimentalmente que esse dissacarídeo, no estado físico-químico descrito e apresentado sob aquela forma geométrica, apresenta considerável resistência a modificar apreciavelmente suas dimensões quando submetido a tensões mecânicas de compressão ao longo do seu eixo em consequência da pequena capacidade de deformação que lhe é peculiar.
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QUANDO SE TEM MESTRADO:
A sacarose extraída da cana de açúcar, que ainda não tenha passado pelo processo de purificação e refinação, apresentando-se sob a forma de pequenos sólidos tronco-piramidais de base retangular, impressiona agradavelmente o paladar, lembrando a sensação provocada pela mesma sacarose produzida pelas abelhas num peculiar líquido espesso e nutritivo. Entretanto, não altera as suas dimensões lineares nem as suas proporções quando submetida a uma tensão axial em consequência da aplicação de compressões equivalentes e opostas.
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QUANDO SE TEM LICENCIATURA:
O açúcar, quando ainda não submetido à refinação e apresentando-se em blocos sólidos de pequenas dimensões e forma tronco-piramidal tem o sabor deleitável da secreção alimentar das abelhas; todavia, não muda as suas proporções quando sujeito a compressão.
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QUANDO SE TEM ENSINO SECUNDÁRIO:
O açúcar não refinado, sob a forma de pequenos cubos, tem o sabor agradável do mel, mas não muda de forma quando pressionado.
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QUANDO SE TEM ENSINO BÁSICO:
Açúcar mascavado em cubinhos tem sabor adocicado, mas não é macio nem flexível.
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QUANDO NÃO SE TEM INSTRUÇÃO:
Rapadura é doce, mas não é mole, não!
(adaptado de texto anónimo enviado por e-mail: cortesia da leitora )

21 março 2009

[821] Três anos depois

1 - Prezo muito os direitos e as liberdades, sobretudo de opinião e expressão. Mas também advogo que todo o exercício das liberdades, necessariamente subjectivo, deve ser responsável e ético. O que implica seriedade intelectual.
2 - Cavaco é mais do que um homem sério, é dos poucos Estadistas que a III República gerou. Os sinais do seu Estadismo estão à vista de todos, dado que - desde 1980 - podem ser democraticamente escrutinados. Apenas deixo dois: sai sempre dos cargos da forma como entrou, livre e limpo; não se lhe conhece qualquer aproveitamento financeiro ou profissional dos seus cargos.
3 - O "sábio equilíbrio de poderes" exige que, às vezes, o PR faça de Provedor de Justiça, de Procurador-Geral da República e de Presidente do Tribunal de Contas.
4 - O veto do PR é um dos exemplos desse equilíbrio e não me impressionam nada as resoluções da AR votadas por unanimidade. O discurso do PR, deste e dos antecessores, tem de ser, muitas vezes, o do professor que ensina os discípulos a pensar. É o mais alto magistrado da Nação.
5 - Em matéria de generalidades e banalidades, convido-o a reler os discursos do PM (não só deste), dos ministros, dos reguladores. E olhe que expressar o senso comum já não é pouco, porque muitos nem sequer isso têm... Até pessoas insuspeitas como Vicente Jorge Silva e Vasco Pulido Valente já reconheceram a qualidade dos discursos do PR.
6 - A costela de executivo ainda está lá. Mas nós não temos só uma costela...
(Núncio / Portugal Real, comentário a "Na cabeça de Cavaco", Expresso on line, 21-3-2009)

11 novembro 2008

[705] As palavras dos outros (24): amor ao país e si próprio

«Today, I was a candidate for the highest office in the country I love so much. And tonight, I remain her servant.»
(John McCain, Discurso final da sua campanha, 4-11-2008)

26 abril 2008

03 maio 2006

[266] Insuspeita, mas tardia, adesão?

"Não tenho dúvidas em declarar que este primeiro discurso de Cavaco Silva é o discurso estrategicamente mais bem concebido da história dos discursos presidenciais no dia 25 de Abril, e tenho presente os mais importantes de Ramalho Eanes em 1977 e 1978, e o de Jorge Sampaio em 2003. Mário Soares nunca pretendeu traçar um caminho político através desse meio."
(José Medeiros Ferreira, "A inspiração presidencial", DN, 2-5-2006: sublinhado nosso)
*
Para além do desonesto "age issue" (Cavaco inicia o mandato presidencial com 66 anos, apenas mais 4 do que Soares quando o iniciou, e, se por acaso, este foi considerado "jovem" na última campanha eleitoral, tal deve-se ao facto do candidato apoiado por JMF ter 82 anos!), registo a moderação e até adesão (parcial) ao discurso do Presidente, a contrastar com os violentos e despropositados ataques que este "bicho carpinteiro", acolitado pela mocita Amaral Dias, desferiu no Professor e até na mandatária médica-fadista.
Afinal, o que se ganha em golpes destes?

26 abril 2006

[248] Late night: adesão surpreendente

«Não votei em Cavaco Silva, mas não me lembro de um discurso presidencial dos últimos dez a quinze anos que tivesse posto assim o dedo na maior ferida portuguesa. Só por isso - e não é dizer pouco - fizeram sentido estes 32 anos do 25 de Abril.»
(Vicente Jorge Silva, "25 de Abril: as surpresas de Cavaco", DN, 26-4-2006)

25 abril 2006

[246] A encruzilhada

«Cavaco Silva sublinhou que, 32 anos após a revolução, "Portugal continua numa encruzilhada entre o passado e o futuro, continua a ser um país fortemente marcado pelo dualismo do seu desenvolvimento", lembrando as desigualdades entre o interior e o litoral e, sobretudo, as desigualdades sociais.»
(O Presidente da República, no discurso na 32.ª sessão solene comemorativa da revolução de 25 de Abril de 1974: sublinhado nosso)
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Estar numa encruzilhada não seria demasiado preocupante (dado o contexto histórico, social e financeiro), se houvesse liderança e missão (e por liderança não entendo a voz de nenhum homem providencial; pode ser, o que nunca ocorre a ninguém, a liderança de uma equipa).
Não nos devemos esquecer que, em menos de um século, Portugal teve um duro revés histórico e económico (o Ultimatum), sofreu três revoluções ("orgulhosamente" não sanguinárias), assitiu à queda da monarquia de quatro dinastias e oito séculos, implantou três repúblicas, suportou um Estado Novo autoritário e um PREC destrambelhado, conduziu uma guerra colonial inglória e muito sofrida (embora tenha evitado, para o bem e para o mal, a II Grande Guerra) e, last but but least, aderiu ao "clube dos ricos" (sendo um remediado)...
O sinal mais preocupante, quanto a mim, desta encruzilhada e a razão por não termos, provavelmente, saído dela há mais tempo, é dado pelos protagonistas institucionais, cujos rostos - no poder político (central e local), económico, financeiro (sobretudo a Banca), sindical, social (as mesmas obras de sempre) e cultural (incluindo artístico) - continuam a ser, na maioria, os mesmos de há 30 anos atrás. Sem "recauchutagem" nem formação profissional...
Basta ver os autarcas "dinossáurios" (sem ofensa) por esse país fora e os sindicalistas "cristalizados" por essas associações fora... Atente-se no leque de titulares de cargos políticos (incluindo a Madeira, claro), onde raramente se encontra um "novo rosto" (excepção, curiosamente, para o Primeiro-Ministro, o qual, no entanto, vai beber na mesma fonte dos seus pares).
Nada disto seria grave se, ao menos, tivéssemos uma "sociedade civil" pujante, esclarecida, entusiasmada...

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