Sobre peixeiradas e lateralidades não vou pronunciar-me.
Apenas gostaria de contribuir para a discussão democrática (que se quer elevada) com três notas:
1. Surpreende-me que se confunda "programa eleitoral" com "programa de Governo", sobretudo tratando-se de uma especialista na matéria.
2. Confunde-me que se argumente que esta é a maior crise internacional depois de uma série de eventos, a gosto (da crise do petróleo de 1973, da 2.ª Guerra Mundial, da Grande Depressão de 1929, etc.) e não se explique por que é que, sendo tão severa, "só" três Estados tiveram necessidade de um resgaste financeiro, se estima que Portugal seja o único Estado da UE (e da OCDE) a ter crescimento negativo pelo menos em 2011/12 e seja também Portugal o Estado da UE que menos cresce (e mais divergiu da média europeia), desde há, seguramente 10 anos (muito antes, portanto, da crise do "subprime").
3. Choca-me que as vozes que agora pedem clemência na avaliação do Executivo por não ter atingido os objectivos do seu "programa de Governo" (agora sim) - dado que eram impossíveis de alcançar, não por erros políticos, económicos e financeiros próprios, mas em virtude da referida crise - tenham calado a falaciosa campanha eleitoral de Setembro de 2009, toda ela feita no pressuposto de que a grave crise não tinha chegado a Portugal (o que até tinha permitido um dos maiores aumentos dos vencimentos da Função Pública nos últimos 30 anos) e tenham colaborado na humilhação pública da única pessoa que anunciou, à época, que estávamos endividados.
Certamente não é por não estarmos endividados que estamos agora a ser financeiramente resgatados.
Apenas gostaria de contribuir para a discussão democrática (que se quer elevada) com três notas:
1. Surpreende-me que se confunda "programa eleitoral" com "programa de Governo", sobretudo tratando-se de uma especialista na matéria.
2. Confunde-me que se argumente que esta é a maior crise internacional depois de uma série de eventos, a gosto (da crise do petróleo de 1973, da 2.ª Guerra Mundial, da Grande Depressão de 1929, etc.) e não se explique por que é que, sendo tão severa, "só" três Estados tiveram necessidade de um resgaste financeiro, se estima que Portugal seja o único Estado da UE (e da OCDE) a ter crescimento negativo pelo menos em 2011/12 e seja também Portugal o Estado da UE que menos cresce (e mais divergiu da média europeia), desde há, seguramente 10 anos (muito antes, portanto, da crise do "subprime").
3. Choca-me que as vozes que agora pedem clemência na avaliação do Executivo por não ter atingido os objectivos do seu "programa de Governo" (agora sim) - dado que eram impossíveis de alcançar, não por erros políticos, económicos e financeiros próprios, mas em virtude da referida crise - tenham calado a falaciosa campanha eleitoral de Setembro de 2009, toda ela feita no pressuposto de que a grave crise não tinha chegado a Portugal (o que até tinha permitido um dos maiores aumentos dos vencimentos da Função Pública nos últimos 30 anos) e tenham colaborado na humilhação pública da única pessoa que anunciou, à época, que estávamos endividados.
Certamente não é por não estarmos endividados que estamos agora a ser financeiramente resgatados.
(Núncio, comentário a "Mais do mesmo, diz uma espécie de voto nulo", Aspirina B, 28-4-2011)
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