«(...) insistir nesse chavão “derrotar a Direita” (ou o inverso) acho que empobrece o discurso político e rompe com uma tradição verdadeiramente democrática que é a da alternância. Se “a Direita” (ou “a Esquerda”) estivessem sempre no poder teríamos uma democracia “à mexicana”. É isso que queremos?
Por outro lado, nem sempre os candidatos ou os projectos da “Esquerda” (ou da “Direita”) são melhores, por força das circunstâncias, do momento, da conjuntura, da geração, do líder, do que seja. Eleger sempre, acriticamente, esses projectos/candidatos seria também um duro golpe no regime.
Onde quero chegar? Que, em vez de entrar nesta luta negativa contra a “direita” ou a “esquerda”, devemos aderir positivamente a candidaturas em nome do que defendem e da credibilidade dos seus agentes. E, como saberá melhor do que eu, nem sempre os candidatos da dita “Esquerda” são melhores…
Em resumo, “voto na Jaquina porque ela é uma excelente candidata, conhece profundamente o município, propõe-se fazer isto e aquilo e aqueloutro, na lista dela está o Zulmiro e o Benvindo, cuja coerência e ética muito aprecio e também acho que é tempo do executivo mudar de actores e políticas”.
Não é muito melhor do que dizer apenas “voto na Jaquina porque não quero que a Direita (Esquerda) ganhe”?
(Núncio, comentário a "Voto útil, um exemplo", Cipriano Justo, Eleições 2009, 3-8-2009)
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