Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

15 março 2009

[817] Portugal real

Não advogo nenhum choque de gerações nem faço o culto da juventude.
Acho que Portugal tem vindo a empobrecer e, pior, a conformar-se com a sua irrelevância, bem patente nos discursos sobre a "Ibéria", no acordo ortográfico com o Brasil e nos protocolos e contratos com regimes unipessoais (Venezuela, Líbia, Angola).
Desde, pelo menos, 1999 que nos tornámos patéticos. Líderes que se demitem por perderem o controlo do seu partido, que interrompem a legislatura e largam as suas responsabilidades para irem assumir outro cargo, que não estavam preparados para ser primeiro-ministro e se deslumbram com o cargo e que não têm qualquer consistência política e ética para chefiar um Governo.
Valoriza-se mais a imagem e a forma do que o conteúdo. O pragmatismo expulsou o Estadismo. A seriedade e honestidade é coisa de "velhos". A tecnologia é endeusada e o ensino é confundido com animação sócio-cultural.
Mas reitero o que já disse oportunamente: não quero "evangelizar" ninguém. Deixem-me expressar as minhas ideias, enquanto há liberdade de opinião. Cada um que decida o que quer dar e exigir do país. Eu quero dar e receber mais. Muito mais. Quem se contentar com o que tem, que seja feliz.
(Núncio / Portugal Real, idem, Expresso on line, 14-3-2009)

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