Por estar associada ao anterior regime político, a expressão utilizada pelo PR pode ser equívoca e ferir a sensibilidade de alguns portugueses. Mas ainda mais equívoco pode ser o silêncio que se lhe seguiu.
Cavaco, para o bem e para o mal, fala pouco e sempre com um critério, embora coerente, muito pessoal. Mas haja algum assessor, ou a Maria, que lhe diga que, em determinadas situações (como esta), calar pode ser bem mais embaraçoso do que pedir desculpa ou esclarecer.
Fale, homem! Explique-se.
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P.S. Conviria, já agora, desconstruir este conceito de democracia "palaciana" mais próprio do Iluminismo e que parece tão caro aos dois ocupantes dos Palácios de Belém e S. Bento.
Em regimes democráticos, livres e "modernos" (como gosta o segundo de dizer), os assuntos não se debatem atrás dos panos nem se remete toda a discussão para dentro de portas. Ou as matérias são reservadas (e esse elenco constitucional e legal está feito) ou não são. E não sendo, os cidadãos, contribuintes e eleitores, têm o direito não só de opinar sobre elas como de conhecer o pensamento dos titulares do poder político.
A menos que a escuridão dos gabinetes sirva para disfarçar a falta de opinião...
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