Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.
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27 setembro 2014

[1431] Janela indiscreta (21): a quem interessa uma cidadania por «castas»?

Alguns parecem esquecer que a verdadeira cidadania não distingue os seus membros entre políticos e não políticos. Isso era no tempo da polis, em que a "democracia ateniense" apenas acolhia homens adultos e livres, logo afastando mulheres, estrangeiros e escravos.
O corolário dessa isonomia é a igualdade de todos perante a Lei, o Direito e a Justiça. E essa igualdade leva-nos à questão dos deveres e dos direitos. Os cidadãos que, em representação dos seus pares, exercem cargos ou funções públicos, gozam das mesmas prerrogativas próprias de um Estado de Direito, como o direito ao bom nome, a presunção de inocência (da qual decorre a regras de que quem acusa é que tem de provar) ou o direito à reserva da sua privacidade. 
Qualquer outra interpretação só seria legítima num Estado neocorporativo, oligárquico ou até oclocrático. Os políticos, que - pelo menos em República - exercem funções temporariamente, são do povo e governam pelo povo e para o povo. E eu não quero fazer parte de um povo "voyeurista", maniqueísta, alienado ou menorizado.
Parece que, muitas vezes, demasiadas vezes, nos esquecemos de que, num Estado de Direito democrático, não há "eles" e "nós" e de que, dada a mobilidade social, a plena capacidade eleitoral activa e passiva e a limitação de mandatos, (quase) todos podem vir, mais cedo ou mais tarde, a estar no lugar "deles", ou seja, hoje somos representados por pares nossos, amanhã poderemos vir a representá-los, com a plenitude dos nossos direitos e deveres cívicos.
Pressupor que um concidadão, por estar na política, é vigarista ou aldrabão é exactamente o mesmo que atribuir a outras classes de concidadãos (professores, diplomatas, comerciantes, magistrados, empresários e muitos outros) todos os vícios da humanidade. E coitados daqueles que tiverem mais do que uma actividade ou profissão...

17 setembro 2010

[1232] As palavras dos outros (89): mau? Não, péssimo!

«A cobertura jornalística do caso Casa Pia é, desde a sua origem, paradigmática do pior que se faz em jornalismo».
(Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas, "Conselho Deontológico critica cobertura jornalística do caso Casa Pia", A Bola on line, 17-9-2010: sublinhado nosso)

13 fevereiro 2010

[1103] O regime de um homem só?

Goste-se muito, pouco ou nada do Primeiro-Ministro, do titular do cargo (que da pessoa é irrelevante gostar ou desgostar), nada pode ser pior para um regime democrático - feito de cargos, de instituições, de leis, de poderes, de equilíbrios, de limites, de direitos e deveres, de alternância e cooperação - do que o culto da personalidade.
É sempre este vício, ensina-nos a história para quem a saiba ler e interpretar, que convoca populismos e demagogias que degeneram regimes.
(Núncio, comentário a "Floribella ou Mike Tyson?", Aspirina B, 13-2-2010)

20 dezembro 2008

[731] Popular mas não populista

«Nós somos o grande partido popular da esquerda democrática e moderna em Portugal»
(José Sócrates, "Polémica socialista - Sócrates responde a Alegre que Governo «honra história do PS»", Sol online, 17-12-2008)
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«Populismo quer dizer demagogia infrene, exploração das emoções, primarismo ideológico, culto quase messiânico do líder, cumplicidade activa com a comunicação social tablóide, espectacularização da política, atenção exclusiva ao curto prazo, desprezo pelas regras institucionais
(Augusto Santos Silva, "Hoje é dia de recordar o que é o populismo", Fundação Respublica)
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Post scritpum: «SÓCRATES. Explica confronto com Cavaco (no Estatuto dos Açores) pela necessidade de acalmar o PS. Fraco argumento. E muito fraco líder que o invoca.» (Marcelo Rebelo de Sousa, "Alçada, Pedro Leitão e Açores", 7-12-2008)

20 julho 2008

[646] Bota aqui o teu boto

Este maniqueísmo partidário é um dos sinais mais evidentes da pobreza intelectual que marca o estado da arte eleitoral em Portugal. Esta visão acrítica e boçal da política, este insulto permanente na rua e no Parlamento, denegrindo pessoas e instituições, não faz senão afastar gente decente.
Afinal, parece que a má moeda é que está a circular...
(Núncio, comentário a «Secretário-geral do PS encerra Congresso Nacional da JS», Público online, 20-7-2008)

01 junho 2008

[594] Mãe, afasta de mim esse populista!

«Não querendo melindrar ninguém, muito menos o blogger, qualquer vitória que servisse para travar o populismo (ainda por cima superficial e impreparado) seria sempre uma vitória expressiva e moralizadora.
Por outro lado, já se esqueceram do candidato que ganhou o congresso por um voto e veio a ser o primeiro-ministro mais marcante desta república?»
(Núncio, em comentário a "Presunção e água benta...", O Andarilho, 31-5-2008)

11 maio 2008

[581] O virtuoso silêncio

"A maior desonestidade intelectual é achar que alguém com mais de 20 anos de exercício de cargos políticos (independentemente de subscrevermos ou não a sua forma de exercício) não tem uma ideia, um projecto, um programa…Meus caros, há pessoas que nem precisam de falar, a sua vida fala por elas e é por falarem pouco e trabalharem muito que criam um elo com os eleitores que é insuprível por qualquer imagem bonita: CONFIANÇA."
(Núncio, comentário a "Popularismo", aqui)

06 outubro 2007

[504] Adesão e respeito

Não sufraguei, como eleitor e cidadão, a escolha de Pedro Santana Lopes para a sucessão de Durão Barroso.
Não me entusiasma a nomeação do actual Procurador-Geral da República nem do actual Ministro da Administração Interna.
Não tenho especial admiração por Luís Filipe Menezes.
Não acompanho o estilo de Valentim Loureiro, Alberto João Jardim, Narciso Miranda, Francisco Louçã nem Paulo Portas.
Mas vivo num Estado democrático de Direito (?) e respeito os titulares, enquanto tais, dos cargos públicos e, entre estes, políticos.
Merecem-me igual respeito (institucional, se quiserem) o Presidente do Governo da Região Autónoma da Madeira e o Primeiro-Ministro. E os ex-primeiros-ministros. E os futuros presidentes da República. O respeito devido aos políticos não decorre da sua côr política. Nenhum político tem que pedir autorização a Belmiro de Azevedo, a Joaquim de Oliveira ou a Pinto Balsemão para ser e dizer o que quiser.
O que aconteceu a PSL no agora famoso programa da SIC e o que está agora a acontecer com LFM nas revistas del corazón é inaceitável porque revela uma parcialidade e uma acrimónia jornalísticas absolutamente indignas. A comunicação social não tem que gostar destas personalidades. Elas não têm que ser bonitas, elegantes, sociáveis, cultas, telegénicas, influentes.
Em democracia, todos são potenciais representantes do povo e é isso que é fascinante neste sistema político. O exercício do poder democrático não tem (não deveria ter) a ver com glamour ou fortuna ou retórica.
Interromper um ex-primeiro-ministro ou diminuir o novo líder da Oposição é um risco terrível! É, além do mais, entrar no jogo dos detractores do sistema, fazendo-o resvalar para os populismos musculados que estão a ser (ironicamente) sufragados democraticamente por esse mundo fora, com a cumplicidade (quando não com o apoio explícito) da comunicação social e de quem a administra.
Não tem autoridade, por isso, a comunicação social ao reagir tão mal ao seu novo Estatuto (que não subscrevo, obviamente), porque ele é o resultado lógico e previsível da estratégia de "diabolizar" os oponentes, de que ela tem sido a voz. A voz do dono.

02 dezembro 2006

[400] Deixem-me servir as pessoas...

"Não cometi crime nenhum. Crime é servir-se do poder em proveito pessoal, mas eu sempre servi as pessoas do meu concelho."
(Fátima Felgueiras, citada aqui)
*
O populismo no seu expoente! Evita não faria melhor...

14 maio 2006

[288] Os blogues dos outros: engana-me, que eu gosto...

"Não aprenderam nada com a história do século XX, pois não?
Um demagogo é sempre um demagogo e um populista é sempre um populista, seja na Venezuela ou no Nepal! Só porque não desejamos "palhaços nomeados pela CIA" [João Morgado Fernandes dixit] a governar a América Latina e o mundo não quer dizer que louvemos os Chavéz e Morales deste planeta! Ai, ai, este jornalismo..."
(Núncio, comentário ao post "Texto com três ahs", French Kissin', 6-5-2006)

03 maio 2006

[265] Que regime?

"Da democracia dos partidos regredimos para o plebiscito dos líderes."
(António José Teixeira, Editorial, DN, 3-5-2006)
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E do plebiscito dos líderes à democracia populista é um pulinho...

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