Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

13 dezembro 2015

[1439] Early Sunday evening: dispensam-se flores

Trazer a sociedade civil para a res publica é, em geral, bom. Cientistas, sociólogos, desportistas, médicos, actores... Se tiverem pensamento próprio e a coragem de passar do pensamento à acção, melhor!
Mas há riscos, o maior é o de serem esmagados pelo peso do poder! No final do dia, nem ganhou a governação, nem ganhou a sociedade civil...

[1438] As palavras dos outros (121): prova de vida

«O que eu mais queria /
Era provar para todo o mundo /
Que eu não precisava /
Provar nada para ninguém» 
(Legião Urbana, "Quase sem querer", Brasil)

10 agosto 2015

[1437] Os pontos das pastas (VII): fim de legislatura ou fim de ciclo?

Em período estival, quase no início da campanha eleitoral, fazemos a última avaliação do (1) XIX Governo Constitucional, em funções há quatro anos, três deles em execução de um programa de assistência económico-financeira, após resgate internacional solicitado pelo XVIII Governo Constitucional. Trata-se, a final, de um balanço, sobretudo para os ministros que se mantiveram no governo durante toda a legislatura.
Os critérios e as ponderações são as de sempre:
(2) competência técnica (de 0 a 7 valores),
(3) capacidade de execução do programa (de 0 a 6),
(4) densidade do discurso político (de 0 a 4) e
(5) poder comunicacional (de 0 a 3).
A pontuação total (6) corresponde à soma dos pontos obtidos nos quatro critérios, na escala habitual (0-20 valores= 7+6+4+3).
*
(1) Ministros   /   (2) Compet.  /  (3) Execução  /  (4) Discurso  /  (5) Comun.  /  (6) Total / (7) Obs.
Paulo Macedo ....... 6.0 .............. 4.5 .............. 2.0 ........... 2.0 ............ 14.5
Aguiar Branco ....... 4.0 .............. 5.5 .............. 2.5 ........... 1.5 ............ 13.5                G
Maria Luís A. ........ 5.0 .............. 4.5 .............. 1.5 ........... 2.0 ............ 13.0         (++) G
J. Moreira da Silva.. 5.5 .............. 4.5 .............. 1.5 ........... 1.0 ............ 12.5                G
Miguel P. Maduro... 4.5 .............. 4.5 .............. 1.5 ........... 1.0 ............. 11.5
P. Passos Coelho ... 3.5 .............. 4.5 .............. 2.0 ........... 1.5 ............. 11.5         (+)  G
Assunção Cristas ... 4.5 .............. 3.5 .............. 1.0 ........... 2.0 ............. 11.0         (+)  G
Paulo Portas ........ 4.5 ............... 2.5 ............ 1.0 ............ 2.5 ............ 10.5                G  
Pires de Lima....... 3.5 ............... 3.5 ............. 1.5 ........... 2.0 ............. 10.5          (-)
Nuno Crato ......... 5.0 ............... 2.5 ............. 2.0 ........... 0.5 ............. 10.0         (--)
Paula T. da Cruz ... 4.0 ............... 3.0 ............  1.5 ..........- 0.5 ............. 09.0         (--)
Mota Soares ........ 3.5 ............... 3.0 ............. 1.0 ........... 1.5  ............ 09.0  
Marques Guedes.... 3.5 .............. 3.0 ............. 0.5 ........... 1.0 .............. 08.0               G
Rui Machete......... 3.0 .............. 4.0 ............. 0.5 ........... 0.5 ............. 08.0           (-)
Anabela Rodrigues. 2.5 ...............1.5 ............. 0.5 ........... 0.5.............. 05.0          (--)
    
       *
O campo das Observações (7) regista o balanço final: superou as (minhas) expectativas (+) ou defraudou-as (-). Se o próximo governo vier a ser composto pela actual coligação, a letra "G" significa que, a meu ver, aquele ministro tem hipóteses de continuar a fazer parte.
Em resumo, quatro avaliações bastante positivas, três medianas, três sofríveis e cinco negativas. Paulo Macedo e Aguiar Branco confirmam a avaliação segura que sempre tiveram e Maria Luís e Passos Coelho tiveram um final de legislatura claramente ascendente. As ministras da Justiça e da Administração Interna, esta com apenas uma avaliação, são, com Nuno Crato, as maiores decepções.

[1436] Poesia do mundo: postal de regresso para o(s) amigo(s) de longe

«Amigo, estás longe. E a tua vida
está envolta em cores que eu não vejo.
E a minha vida está envolta em cores
que eu não vejo».
(Sandro Penna, "No Brando Rumor da Vida", Assírio & Alvim, 2003)

03 janeiro 2015

[1435] Late Saturday afternoon: um novo ano ou um ano novo?

«Muitos (e)leitores, como alguns neste fórum, perguntam, como balanço antecipado da actual legislatura, se estamos melhores hoje do que em Junho de 2011.
Só a mera pergunta é reveladora, sem querer ser indelicado, de uma ignorância ou, pior, de uma inconsciência assustadoras.
Em 2011, a República Portuguesa entrou, dito de uma forma simples, em "insolvência": não tinha tesouraria suficiente para pagar salários, pensões, empréstimos, juros. Não vou discutir aqui nem agora - embora seja importante fazê-lo um dia - se isso se deveu apenas à governação dos últimos seis, dezasseis ou vinte e oito anos... sei que não podemos estar sempre a reviver o passado mais ou menos glorioso, sobretudo como se não tivéssemos nada a ver com isso, como se quem governasse este país não fossem os portugueses, há quase 1000 anos!
Como pode um país tentar sair de uma crise profunda sem dor, sem esforço, sem auto-crítica? Insinuar que, afinal, em 2011 ou em 2009 ou em 2004 é que estávamos bem é quase insultuoso.
No meio dos escombros, convém não esquecer que os bombeiros podem ter deixado a casa inundada, mas quem destruiu os móveis, os quadros, as jóias foi o incendiário!»
(Portugal Real/Núncio, "Tiros no pé presidencial", Rádio Renascença on line, 02-01-2015)

Arquivo do blogue

Seguidores