A «autonomia externa de "mão estendida"» a que se refere, e bem, Maria José Morgado não é figura de retórica judiciária nem soundbite publicitário. É a mais realista e desconsolada descrição do Ministério Público português.
A guia de transporte ainda não foi emitida? Pede-se à funcionária da contabilidade. É preciso um telemóvel para um procurador? Telefona-se ao chefe de divisão. Falta um computador num gabinete? Contacta-se o director de serviços. A aplicação informática está muito pesada? Fala-se com o subdirector-geral. A sala de audiências é desajustada? Solicita-se a intervenção do director-geral. O novo regulamento não trouxe melhorias? Roga-se ao secretário de Estado. O subsídio de compensação está desactualizado? Tenta convencer-se o ministro.
O MP de mão estendida perante a Administração Pública. Cuja hierarquia é o Governo, chefiado pelo Primeiro-Ministro.
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