Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

12 agosto 2010

[1209] Neoesclavagismo

Escraviza-se o trabalhador, fazendo-o penar até não ter nem força nem tempo para mais nada. Para ler, para viajar, para socializar. Para tratar dos netos. Já alguém avaliou a falta que os avós fazem no desenvolvimento das crianças? E no voluntariado social e cultural, muitas vezes assegurado por reformados?
Por outro lado, é inadequado fixar uma idade muito avançada para aposentação/reforma, sem considerar a alta taxa de desemprego dos jovens. Estamos a forçar o trabalho sénior sem proteger o trabalho júnior. E sem atender às diferenças significativas da esperança média de vida entre povos. Um trabalhador sueco ou espanhol que se aposente aos 65 anos tem ainda a esperança de viver mais 16 anos (a média de homens e mulheres); o português viverá apenas mais 13 anos.
Finalmente, um povo esgotado é um pouco apático, que não se ocupa das questões cívicas e democráticas. Mas deve ser isso mesmo que se pretende. Mais idosos, menos jovens. Mais conformismo, menos criticismo.
(Núncio / Portugal Real, comentário a "Alemanha quer passar idade de reforma para 70 anos", Expresso on line, 12-8-2010)

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