Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

24 janeiro 2009

[761] Don't cry for me, Argentina!

«Nos últimos 10 anos, Portugal transformou-se num país altamente endividado ao exterior. A dívida é cerca de 90% do PIB, e todos os anos acrescentamos 8 a 9%. Se, de repente, os estrangeiros deixassem de nos emprestar este dinheiro, Portugal teria uma crise económica como nunca teve no último século.
(...) desde 1999, a diferença entre a taxa de juro que os portugueses e os alemães pagam nas suas dívidas tem sido quase zero.
Nos últimos meses, aconteceu uma coisa quase impensável: esta diferença, ou spread, trepou para os 1,1%! Este número diz que os mercados internacionais acham que é bem provável que Portugal deixe o euro ou declare falência nos próximos 10 anos. Os dois riscos não são independentes, pois se Portugal não pagar as dívidas, pode ser expulso do euro; basta lembrar que um dos maiores detentores da dívida portuguesa é o próprio BCE. Esta semana, mais uma má notícia, quando a S&P reviu para cima a sua avaliação, ou rating, do risco da dívida portuguesa.
A probabilidade desta catástrofe ainda é pequena. Mas, para quem acompanhou o que aconteceu na Argentina, só o facto de ela estar na mesa é suficiente para fazer perder o sono.»
(Ricardo Reis, "O verdadeiro pânico", Expresso online, 21-1-2009)

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