(Exame Expresso, 30-4-2010)
Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.
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30 abril 2010
20 setembro 2009
[1010] Early Sunday afternoon: preguiça dominical com humor conjuntural
Um português toma calmamente o café quando um espanhol, a mascar pastilha elástica, vem sentar-se ao seu lado. O português ignora o espanhol que, inconformado, começa a conversar:
- Vocês comem estes pãezinhos inteiros?
- Português (de mau humor): Claro.
- Nós não. Comemos só o miolo, a casca juntamos, processamos, transformamos em croissants e vendemos para Portugal.
O português não responde. O espanhol insiste:
- Vocês comem esta compota com o pão?
- Sim.
- Espanhol: Nós não. Ao pequeno almoço comemos frutas frescas descascadas, juntamos as cascas e as sementes, processamos, transformamos em compotas e exportamos para Portugal.
O português, nessa altura, decide responder:
- E o que é que fazem aos preservativos depois de usados?
- Deitamos fora, logicamente!
- Nós não. Guardamos em caixotes, processamos, transformamos em pastilhas elásticas e vendemos para Espanha.
17 setembro 2009
[1002] TGV: Todos "Gabam" a Velha
A dimensão do respeito pelo Estado Português é o que me interessa neste assunto [dos comentários da imprensa e do governo espanhóis à posição de MFL sobre o TGV]. Tudo o resto é espuma.
[O relevante seria notar que o destaque que um Estado está a dar ao processo eleitoral de outro, para além de violar um princípio fundamental de direito internacional (não ingerência nos assuntos internos de cada Estado), prova que, afinal, os espanhóis estão mesmo a tentar condicionar as opções portuguesas quanto à rede de alta velocidade.] É por isso que somos pequeninos. Permitimos que outros ataquem os nossos e apouquem o país.
Lembra-se do Rei de Espanha (secundado pelo próprio Zapatero, socialista) ter repudiado veementemente um ataque de Chávez ao primeiro-ministro cessante, Aznar, popular democrático, não lembra?
Porquê? Porque não era um ataque a Aznar, era um ataque a Espanha, aos seus políticos e à sua independência. Aqui, bate-se palmas a quem ofende "a outra senhora" (ou qualquer outro), julgando que isso fortalece JS. Puro engano...
(Pepe, comentário a "3 portugueses, 3 atitudes", Simplex, 16-9-2009)
14 setembro 2009
[997] Los abrazos rotos
Mais um sinal de provincianismo [a discussão em curso sobre o TGV e as intervenções de governantes espanhóis sobre o assunto].
Na Alemanha, que vai a votos no mesmo dia, seria caricato perder-se um minuto que fosse a discutir o que pensa Sarkozy ou Brown das propostas dos líderes alemães.
Aliás, é um princípio democrático que os Estados não se envolvem na campanha eleitoral dos outros. Imaginem que agora vinha o primeiro-ministro dinamarquês [onde, fazendo também parte da União Europeia, não há TGV] defender os pontos de vista de MFL, contra os de JS e do PSOE...
(Núncio / Portugal Real, comentário a "Manuela cavalga cruzada nacionalista", Expresso on line, 14-9-2009)
[996] "Paz, Pão, Povo e Liberdade / Todos Sempre Unidos / No Caminho da Verdade"
O povo deveria ajudar a padeira a pegar na pá, o pão ficou muito cozido, o lume estava forte de mais. É preciso água nessa fervura.
Será que Aljubarrota vai repetir-se? E quem vai contar a verdade desta história?
25 outubro 2006
[378] A crise em Portugal, vista por Espanha
«A crise em Portugal foi tema de um documentário de 45 minutos transmitido ontem à noite no programa "En Portada", um dos principais espaços de grande reportagem do canal 2 da televisão espanhola, TVE. A descrição foi a de um país que "é o mais desigual da Europa, onde 20 por cento da população roça a pobreza" e no qual a população vive "com a auto-estima mais baixa da UE a 25", num clima de "depressão e desânimo".
Percorrendo Portugal de Norte a Sul e registando declarações de membros do Governo, especialistas, académicos, autarcas e cidadãos anónimos, o programa abordou alguns dos aspectos mais preocupantes da realidade social e económica portuguesa.
Temas como a desertificação, o isolamento do interior, o fecho de serviços de saúde e escolas devido ao despovoamento de várias regiões, a burocracia, os atrasos nas obras e as perdas de empregos na indústria marcaram a viagem da equipa de reportagem espanhola.
O documentário visitou, entre outras, povoações como Escalhão, próximo do Vale do Côa, onde um pastor dizia que "até as pedras levam", numa referência à venda de granito para Espanha.
A aldeia de Rabal, Bragança, a cidade de Mirandela, em Trás-os-Montes, as lotas de Peniche e de Lagos foram algumas das regiões percorridas. Ao longo dos 45 minutos, o documentário descreveu a situação que vivem povoações isoladas "onde o ciclo vicioso" do despovoamento levou os habitantes a sentirem-se isolados e esquecidos pelos centros de poder.
"A economia expandiu-se, com a adesão à Europa, mas não se modernizou", referia o documentário, notando, por exemplo, a falta de modernização de algumas fábricas têxteis ou as dificuldades da frota de pesca portuguesa que traz para terra apenas 25 por cento do que o país consome.
O documentário incluiu referências aos 60 milhões de euros acima do previsto que custaram os estádios do Euro 2004, aos atrasos na extensão do Metro e no Túnel do Marquês.
Difícil situação económica:
Com declarações de Victor Constâncio, sobre o défice das contas públicas, do ministro da Economia Manuel Pinho, sobre os objectivos do Governo de "ajustar as contas públicas e estimular empresas privadas", o documentário procurou apresentar um retrato da situação económica em Portugal.
Referiu, por exemplo, que "no meio da crise, o sector da banca registou um aumento de 30 por cento nos lucros" e que, "numa contradição evidente", Portugal tem "um dos espaços comerciais maiores da Europa". "Apesar de tudo, o consumo teima em não baixar", comentou o autor da reportagem.
Aludindo à governação de José Sócrates, o documentário referiu que o primeiro- ministro "não tem contestação no Governo", que as críticas da oposição "são débeis" e que, ao fim do mandato, "o sucesso ou o falhanço da agenda de governação dependerá exclusivamente do chefe do Governo".
Apesar da crise, o documentário dá conta dos esforços em várias áreas para ultrapassar a situação, modernizar a indústria, requalificar zonas turísticas no Algarve e reforçar o investimento em investigação e tecnologia.
Como exemplo, cita o sucesso de algumas fábricas de têxtil e calçado, o modelo adoptado na AutoEuropa e os avanços no sector da cortiça, visitando ainda o centro de formação de Famalicão.
Igualmente a merecer atenção a tentativa de várias zonas mais isoladas do interior português de apostarem em acções conjuntas transfronteiriças com vizinhas espanholas, no intuito de criar "euro-regiões" que possam beneficiar de mais apoios europeus.
"É um país sereno, educado, por vezes lento, que luta à sua maneira para sair da crise. Das várias crises", conclui o documentário.»
Percorrendo Portugal de Norte a Sul e registando declarações de membros do Governo, especialistas, académicos, autarcas e cidadãos anónimos, o programa abordou alguns dos aspectos mais preocupantes da realidade social e económica portuguesa.
Temas como a desertificação, o isolamento do interior, o fecho de serviços de saúde e escolas devido ao despovoamento de várias regiões, a burocracia, os atrasos nas obras e as perdas de empregos na indústria marcaram a viagem da equipa de reportagem espanhola.
O documentário visitou, entre outras, povoações como Escalhão, próximo do Vale do Côa, onde um pastor dizia que "até as pedras levam", numa referência à venda de granito para Espanha.
A aldeia de Rabal, Bragança, a cidade de Mirandela, em Trás-os-Montes, as lotas de Peniche e de Lagos foram algumas das regiões percorridas. Ao longo dos 45 minutos, o documentário descreveu a situação que vivem povoações isoladas "onde o ciclo vicioso" do despovoamento levou os habitantes a sentirem-se isolados e esquecidos pelos centros de poder.
"A economia expandiu-se, com a adesão à Europa, mas não se modernizou", referia o documentário, notando, por exemplo, a falta de modernização de algumas fábricas têxteis ou as dificuldades da frota de pesca portuguesa que traz para terra apenas 25 por cento do que o país consome.
O documentário incluiu referências aos 60 milhões de euros acima do previsto que custaram os estádios do Euro 2004, aos atrasos na extensão do Metro e no Túnel do Marquês.
Difícil situação económica:
Com declarações de Victor Constâncio, sobre o défice das contas públicas, do ministro da Economia Manuel Pinho, sobre os objectivos do Governo de "ajustar as contas públicas e estimular empresas privadas", o documentário procurou apresentar um retrato da situação económica em Portugal.
Referiu, por exemplo, que "no meio da crise, o sector da banca registou um aumento de 30 por cento nos lucros" e que, "numa contradição evidente", Portugal tem "um dos espaços comerciais maiores da Europa". "Apesar de tudo, o consumo teima em não baixar", comentou o autor da reportagem.
Aludindo à governação de José Sócrates, o documentário referiu que o primeiro- ministro "não tem contestação no Governo", que as críticas da oposição "são débeis" e que, ao fim do mandato, "o sucesso ou o falhanço da agenda de governação dependerá exclusivamente do chefe do Governo".
Apesar da crise, o documentário dá conta dos esforços em várias áreas para ultrapassar a situação, modernizar a indústria, requalificar zonas turísticas no Algarve e reforçar o investimento em investigação e tecnologia.
Como exemplo, cita o sucesso de algumas fábricas de têxtil e calçado, o modelo adoptado na AutoEuropa e os avanços no sector da cortiça, visitando ainda o centro de formação de Famalicão.
Igualmente a merecer atenção a tentativa de várias zonas mais isoladas do interior português de apostarem em acções conjuntas transfronteiriças com vizinhas espanholas, no intuito de criar "euro-regiões" que possam beneficiar de mais apoios europeus.
"É um país sereno, educado, por vezes lento, que luta à sua maneira para sair da crise. Das várias crises", conclui o documentário.»
(21.10.2006 - 13h58, Lusa)
25 abril 2006
[247] O "upgrade" e o vírus
A Espanha - que, ao que parece, se tornou modelo de todos e para tudo - fez um "upgrade" político e constitucional semelhante ao nosso e, et pour cause, conseguiu renovar todo o ambiente social e político, desde rostos a práticas. Suárez, González e outros já deram para o peditório da história e passaram a vez... Até o gallego (ao contrário do seu "parceiro" madeirense) já é história! E os resultados dessa renovação saltam à vista.
Deste lado da raia, ao contrário, temos ex-presidentes octogenários candidatos ao mesmo lugar que ocuparam há 20 anos atrás e temos banqueiros e sindicalistas que presidem às suas organizações (quase) desde a revolução (no caso dos primeiros, temos até as mesmíssimas famílias poderosas que já geriam os dinheiros privados no tempo da "outra Senhora"). E até temos autarcas que exerce(ra)m o poder local, servindo dois regimes e duas Constituições! É preciso dizer mais?
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