Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

10 outubro 2009

[1035] As palavras dos outros (60): contra a corrente

«Em alguns jornais perdeu-se o pudor.
(...) em períodos de campanha, os jornais evitavam dar à estampa pretensos escândalos de contornos duvidosos, recusando o papel de correias de transmissão de interesses partidários. Mas esse pudor desapareceu. (...)
Este lamentável episódio [das escutas] não colocou mal o Presidente da República – que, atacado em toda a parte com uma ferocidade e uma violência nunca vistas, soube manter a compostura e agir com dignidade. (...)
Cavaco – repito – mostrou-se sereno. A nossa intelligentsia, pelo contrário, deu uma triste imagem de si própria. Deixou-se manipular, instrumentalizar, mostrou falta de memória e de ponderação, inexplicável nervosismo, irresponsabilidade extrema. (...)
Não está na cara que, mesmo aqueles que não gostam de Cavaco, não têm a mínima vantagem numa fragilização do Presidente, que é o único garante de um certo pluralismo?
O certo é que, nestes tempos difíceis em que o sectarismo campeia, ninguém mais, além do Presidente da República, está em condições de só ter em vista o interesse comum
(José António Saraiva, "Está tudo doido em Portugal?", Política a Sério, Sol, 9-10-2009)

Sem comentários:

Arquivo do blogue

Seguidores