Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

08 abril 2007

[459] O senhor dos anéis

"É exactamente por ser assim que nos podemos perguntar por que razão demorou tanto tempo, dois anos [desde que António Balbino Caldeira, do "Portugal Profundo"] até se ver a questão tratada num jornal de referência, o Público. (...)
"A resposta a esta questão diz-nos muito sobre os males do jornalismo português, a sua complacência e deslumbramento com o poder, quando não a sua dependência dos "poderes", a começar pelas "fontes amigas" tão importantes para a carreira de um jornalista, a sua falta de coragem cívica, em particular quando tem que quebrar as regras não escritas do pack journalism. (...)
"A não existir dolo, nem facilitação gravosa e excepcional no processo académico do primeiro-ministro, o que sobrará de toda esta questão é bem mais grave do que saber se José Sócrates é ou não engenheiro, agente técnico, ou estudante finalista: é o modo como a comunicação social se coloca perante o poder socialista. É por isso que a grande esperança governativa é que o assunto morra por si, mesmo indo-se os anéis (os títulos académicos), mas ficando os dedos e os seus fios visíveis e invisíveis, os mecanismos que do poder chegam às redações, explicando muita e muita coisa que escapa ao olhar do cidadão desprevenido destes meandros vitais do poder dos nossos dias."
(J. Pacheco Pereira, "À espera que os assunto morra por si...", Abrupto, 8-4-2007)

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