«As detenções dos nossos inimigos são prova do bom funcionamento da Justiça. As dos nossos amigos são exageros de juízes justiceiros e só em caso de perigo de fuga deveriam ocorrer.
As provas contra os nossos amigos são sempre frágeis. As contra os nossos inimigos são muito fortes.
Os processos contra os nossos amigos devem permanecer sempre em segredo de justiça para preservação do seu bom nome e da presunção da sua inocência. Nos processos contra os nossos inimigos, o segredo de justiça é manifestamente exagerado e anti-democrático, até porque eles têm meios suficientes de defesa.
Os nossos amigos não cometem crimes, apenas cometem erros políticos. Os nossos inimigos são criminosos do pior. Os processos contra os nossos amigos não devem ter leituras políticas, porque à Justiça o que é da Justiça. Os processos contra os nossos inimigos justificam a demissão de ministros e até do Governo.»
(Portugal Real, "A diversidade da fauna e flora", em comentário a "Sócrates: a justiça a mudar ou a exagerar?", Expresso on line, 22-11-2014)