Uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma... Pobre povo, triste fado!
5 comentários:
Anónimo
disse...
Nem toda a gente tem o dom de vislumbrar a paisagem desértica pelo seu óculo. Tais visões só são permitidas a ELEITOS como é o seu caso. O povo é ESTÚPIDO e o senhor é GENIAL.
partilho inteiramente da sua observação, que é uma evidência histórica. Por isso, devemos todos evitar que se crie, em Portugal e na Europa, tal contexto crítico. Como se faz isso? Entre outras maneiras, tornando o eleitorado mais informado e exigente, os parlamentos mais fiscalizadores, o presidente da República menos decorativo, os governos mais competentes, os políticos e gestores menos demagogos e impreparados, etc., etc., etc. É que eu também desejo, não sei se percebeu, que isto não resvale para a "catástrofe"...
Era consensual que o País precisava de equilibrar as suas finanças públicas. O Estado gastava muito e só havia uma hipótese de redenção: aparecer um primeiro-ministro que atacasse em todas as frentes, doesse a quem doesse, e com isso pudesse oferecer um futuro às próximas gerações. Seria necessário que esse futuro líder não vivesse atormentado com a gestão dos ciclos eleitorais, fundamental que governasse quatro anos sem ter como principal objectivo a vitória nas eleições seguintes.
Agora parece ser consensual, para muitos dos que defendiam tal solução há menos de um ano, que o governo liderado por José Sócrates está a ir depressa de mais. Os grandes e mais poderosos países são os que não vivem obcecados com o défice porque só assim o investimento, a competitividade e a confiança não são abaladas. De repente, para quase todos, a política é uma espécie de não lugar, uma espécie de reduto de burocratas e técnicos de economia onde os políticos e a Política já não têm expressão. Além do mais, os cidadãos não deveriam pagar, sobretudo a classe média, que é sempre a mais afectada, pela ineficácia e incompetência dos sucessivos governos. O facto de José Sócrates ter abdicado da sua reforma e de ter atingido privilégios de políticos foi mero populismo e passou a ser perigoso, na sua óptica, ter o poder entregue a alguém que parece não viver atormentado com o que dele dizem na rua.
Há uns meses, em plena crise institucional, e antes das suas polémicas decisões, o Presidente da República era consensualmente citado como o farol de segurança e estabilidade de que os portugueses necessitavam. Quando o tempo era de chinfrim, felizmente existia alguém que mantinha a serenidade e a calma, alguém que falava claro ao País. Mas muitos dos que defendiam Jorge Sampaio e o distinguiram como porto de abrigo do regime foram os que, durante todo o seu primeiro mandato, o acusaram de não falar claro aos portugueses, de ter uma noção limitativa da função de presidente, o que, a prazo, reduziria o cargo a um mero simbolismo formalista.
No futebol, outros fazedores de opinião, embora caldeados pela mesma largueza de espírito, defendiam que o treinador do Benfica estava totalmente ultrapassado. Que Trapattoni não tinha mão no balneário, que era incapaz de tirar dos jogadores o que estes tinham de melhor, que o Benfica não tinha fio de jogo, que não estudava os chamados lances de bola parada, que não era uma equipa mas sim um embuste. Muitos dos mesmos, poucos meses depois, defendiam que velhos são os trapos, que Trapattoni tinha conseguido fazer de jogadores medíocres verdadeiros campeões, que o Benfica era uma equipa lutadora e pragmática à semelhança do seu técnico, que era especialista nos lances de bola parada, que era um verdadeiro colectivo.
É por tudo isto que a acusação de Campos e Cunha, ministro das Finanças, não faz qualquer sentido. As críticas que lhe fizeram, justas ou injustas, não foram feitas por alguém nos jornais ou televisões o querer atacar pessoalmente. Luís Campos e Cunha não vai demorar muito a compreender que, para os media, passou a ser uma imagem e deixou de ser uma pessoa. Uma imagem que, em cada momento, poderá ser diabolizada, mitificada ou abandonada.
O mundo da informação é virtual, o que é verdade hoje, na maior parte dos casos, pode não o ser amanhã. E os que existem no mundo mediático são produtos de uma ficção que os ultrapassa. Os melhores são os que conseguem reconhecer-se quando se olham ao espelho e prosseguir no caminho que escolheram. Os outros são para queimar na fogueira quando já estiverem suficientemente gastos.
P.S. Se fosse mais pragmático como o Sr. Straw e menos pietista e pedagógico do que o P. João Seabra outro galo cantaria...
...É estranho como o nome Olímpia pode originar confusão de géneros no responsável por este blog. De duas uma: ou ele enlaça com o Renas e Veados ou suspeita que por detrás de uma Olímpia está sempre um grande Olímpio...
5 comentários:
Nem toda a gente tem o dom de vislumbrar a paisagem desértica pelo seu óculo.
Tais visões só são permitidas a ELEITOS como é o seu caso.
O povo é ESTÚPIDO e o senhor é GENIAL.
"Os críticos dos regimes democráticos apresentaram sempre motivos catastrofistas para justificarem as ditaduras".
Cara/o Olímpia:
partilho inteiramente da sua observação, que é uma evidência histórica. Por isso, devemos todos evitar que se crie, em Portugal e na Europa, tal contexto crítico. Como se faz isso? Entre outras maneiras, tornando o eleitorado mais informado e exigente, os parlamentos mais fiscalizadores, o presidente da República menos decorativo, os governos mais competentes, os políticos e gestores menos demagogos e impreparados, etc., etc., etc.
É que eu também desejo, não sei se percebeu, que isto não resvale para a "catástrofe"...
reprobo cita:O que é verdade hoje?
LUÍS OSÓRIO
Era consensual que o País precisava de equilibrar as suas finanças públicas. O Estado gastava muito e só havia uma hipótese de redenção: aparecer um primeiro-ministro que atacasse em todas as frentes, doesse a quem doesse, e com isso pudesse oferecer um futuro às próximas gerações. Seria necessário que esse futuro líder não vivesse atormentado com a gestão dos ciclos eleitorais, fundamental que governasse quatro anos sem ter como principal objectivo a vitória nas eleições seguintes.
Agora parece ser consensual, para muitos dos que defendiam tal solução há menos de um ano, que o governo liderado por José Sócrates está a ir depressa de mais. Os grandes e mais poderosos países são os que não vivem obcecados com o défice porque só assim o investimento, a competitividade e a confiança não são abaladas. De repente, para quase todos, a política é uma espécie de não lugar, uma espécie de reduto de burocratas e técnicos de economia onde os políticos e a Política já não têm expressão. Além do mais, os cidadãos não deveriam pagar, sobretudo a classe média, que é sempre a mais afectada, pela ineficácia e incompetência dos sucessivos governos. O facto de José Sócrates ter abdicado da sua reforma e de ter atingido privilégios de políticos foi mero populismo e passou a ser perigoso, na sua óptica, ter o poder entregue a alguém que parece não viver atormentado com o que dele dizem na rua.
Há uns meses, em plena crise institucional, e antes das suas polémicas decisões, o Presidente da República era consensualmente citado como o farol de segurança e estabilidade de que os portugueses necessitavam. Quando o tempo era de chinfrim, felizmente existia alguém que mantinha a serenidade e a calma, alguém que falava claro ao País. Mas muitos dos que defendiam Jorge Sampaio e o distinguiram como porto de abrigo do regime foram os que, durante todo o seu primeiro mandato, o acusaram de não falar claro aos portugueses, de ter uma noção limitativa da função de presidente, o que, a prazo, reduziria o cargo a um mero simbolismo formalista.
No futebol, outros fazedores de opinião, embora caldeados pela mesma largueza de espírito, defendiam que o treinador do Benfica estava totalmente ultrapassado. Que Trapattoni não tinha mão no balneário, que era incapaz de tirar dos jogadores o que estes tinham de melhor, que o Benfica não tinha fio de jogo, que não estudava os chamados lances de bola parada, que não era uma equipa mas sim um embuste. Muitos dos mesmos, poucos meses depois, defendiam que velhos são os trapos, que Trapattoni tinha conseguido fazer de jogadores medíocres verdadeiros campeões, que o Benfica era uma equipa lutadora e pragmática à semelhança do seu técnico, que era especialista nos lances de bola parada, que era um verdadeiro colectivo.
É por tudo isto que a acusação de Campos e Cunha, ministro das Finanças, não faz qualquer sentido. As críticas que lhe fizeram, justas ou injustas, não foram feitas por alguém nos jornais ou televisões o querer atacar pessoalmente. Luís Campos e Cunha não vai demorar muito a compreender que, para os media, passou a ser uma imagem e deixou de ser uma pessoa. Uma imagem que, em cada momento, poderá ser diabolizada, mitificada ou abandonada.
O mundo da informação é virtual, o que é verdade hoje, na maior parte dos casos, pode não o ser amanhã. E os que existem no mundo mediático são produtos de uma ficção que os ultrapassa. Os melhores são os que conseguem reconhecer-se quando se olham ao espelho e prosseguir no caminho que escolheram. Os outros são para queimar na fogueira quando já estiverem suficientemente gastos.
P.S. Se fosse mais pragmático como o Sr. Straw e menos pietista e pedagógico do que o P. João Seabra outro galo cantaria...
...É estranho como o nome Olímpia pode originar confusão de géneros no responsável por este blog.
De duas uma: ou ele enlaça com o Renas e Veados ou suspeita que por detrás de uma Olímpia está sempre um grande Olímpio...
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