Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

28 março 2005

[15] O glorioso mundo do sport

Faltam oito jornadas para terminar a actual edição da Superliga portuguesa de futebol.
A época é assinalada por dois factos assaz relevantes e inéditos. Um de natureza desportiva; outro de carácter inominado, diria.
Em primeiro lugar, esta é a primeira vez, em quase 70 anos de competição, que cinco clubes podem realisticamente aspirar ao título de novo campeão nacional. Todos pertencem ao famoso eixo litoral, elitista e liberal de Braga a Setúbal. Todos têm estádios modernos, de raiz ou restaurados. Et pour cause...
Por outro lado, está em curso, também pela primeira vez, uma complexa e mediática investigação criminal sobre o misterioso triângulo não das Bermudas, mas dos "patos-bravos" (será que há patos bravos nas Bermudas?). Não sei o que vai acontecer a esse processo. Sei que os arguidos se presumem inocentes até serem definitivamente condenados, mas sei também que, condenados, absolvidos ou despronunciados, estes ou outros, nada me convencerá de que o jogo tem sido limpo nas últimas décadas.
Concomitantemente, operações semelhantes se desenvolvem na França, Alemanha, Croácia, Roménia, Rússia, Coreia, entre outros, indiciando que possa haver uma rede (ou várias redes) organizada(s) de corrupção desportiva, branqueamento de capitais e tráfico de influências.
Nos últimos anos, provas como o mítico Tour de France e organizações tão nobres como o COI foram fortemente sovadas na sua respeitabilidade e honorabilidade. Compraram-se delegados, doparam-se atletas, suicidaram-se visados, desfizeram-se sonhos... Em troco de quê? Money, money, money!
Citius, altius, fortius? Talvez, quando o desporto for devolvido à sua verdadeira dimensão de lazer e formação...

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