Segredo profissional (médicos, advogados e padres), sigilo bancário e segredo de justiça.
Na sociedade neo-liberal, as grandes transacções são negociadas com a máxima discrição (how convenient to illicit trade, right?), em hóteis de luxo ou estâncias balneares. Nada mais apropriado, atendendo aos serviços que serão prestados, logo em seguida, a quem aceita contratar...
Na sociedade laica, os crentes esperam que as suas públicas virtudes não sejam manchadas pela confissão dos seus vícios privados. É tão adequada a separação entre o terreno e o celestial. Os curas, por seu lado, não descuram nenhum detalhe da vida contemporânea. É frequente vê-los, nas modernas catedrais, a confessar os fiéis adeptos dos deuses modernos...
No direito da sociedade, advogados e magistrados manipulam o processo como quem brinca com um "action man", tornando, muitas vezes, as suas actividades num exercício gratuito do poder. Gratuito, mas nada desinteressado... Ou alguém julga que as fotocópias não são pagas?
Acontece estarmos também na sociedade da informação. Paradoxalmente, tudo se revela, nada se esconde. A transparência é total, dos tecidos às luzes! Publicam-se cartas trocadas, divulgam-se documentos pessoais, mostram-se tatuagens corporais, devassa-se a vida intíma, revelam-se conversas privadas... Tudo em nome da democracia. Como se "o governo do povo, pelo povo e para o povo" devesse buscar outra coisa que não a dignidade da pessoa humana, que é o maior bem comum!
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