Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

06 outubro 2012

[1399] Os pontos das pastas (IV): 1.ª avaliação de PPC

Em dia da celebração da República e estando o XIX Governo Constitucional em funções há 15 meses (não se sabendo hoje quantos mais estarão), faz-se aqui a avaliação da actuação dos seus ministros (1), na sequência de outras avaliações anteriores, com base nos critérios e ponderações que sempre usamos. São eles (entre parêntesis, a sub-escala a ter em conta):
- (2) competência técnica (0-7 valores);
- (3) capacidade de execução (0-6 val.);
- (4) discurso político (0-4 val.); e
- (5) poder comunicacional (0-3 val.).
Por competência técnica entendemos o conhecimento que o ministro revelou ter da área tutelada e a aptidão para analisar e discutir os assuntos. A capacidade de execução aprecia o poder de concretização das políticas desenhadas e dos objectivos definidos. Os outros critérios respeitam a duas qualidades que se reputam essenciais num ministro: a densidade e consistência do discurso político (isto é, a coerência entre a "cartilha" e a praxis) e a capacidade de comunicação com os eleitores/cidadãos.
A pontuação total (6) corresponde à soma dos pontos obtidos nos quatro critérios, na escala habitual (0-20 valores).
*
(1) Ministros   / (2) Compet. / (3) Execução / (4) Discurso / (5) Comun. / (6) Total / (7) Obs.
Paulo Macedo .......5.0 ............... 4.5 .............2.0 .......... 1.0 ......... 12.5
Aguiar Branco ...... 4.0 ............... 4.0 ............ 2.5 .......... 2.0 ......... 12.5
Paulo Portas ........ 4.0 ............... 3.5 ............ 2.5 .......... 2.0 ........  12.0        (-)
Nuno Crato ......... 5.0 ............... 3.0 ............ 2.0 .......... 1.0 ......... 11.0        (+)
Vítor Gaspar ....... 5.5 ...............3.5 ............ 1.0 ........... 0.5 ........ 10.5        (R)
P. Passos Coelho ... 3.5 ............... 3.5 ............ 1.5 .......... 2.0 ......... 10.5        (+)
Paula T. da Cruz ... 4.5 ............... 2.5 ...........  1.5 .......... 1.5 ......... 10.0
Assunção Cristas ... 3.5 .............. 3.0 ............ 2.0 .......... 1.5 .......... 10.0
Mota Soares ........ 3.0 .............. 3.5 ............ 1.5 .......... 1.5  .......... 9.5
Álvaro S. Pereira .. 4.0 ............... 2.5 ............ 1.0 .......... 1.0 .......... 8.5     (+) (R)
Miguel Macedo ..... 2.5 .............. .3.0 ............ 1.0 .......... 1.5........... 8.0     (-) (R)
Miguel Relvas ...... 2.0 ............... 2.0 ............ 1.5 .......... 2.0 .......... 7.5        (R)
*
O campo das Observações (7) regista a perspectiva, positiva (+) ou negativa (-), para a próxima avaliação ("R" significa "remodelável").
Em resumo, quatro avaliações negativas, por razões diversas. Boas perspectivas para Crato, arrumada a casa, e o primeiro-ministro, se aguentar mesmo o barco. Santos Pereira pode melhorar, se ficar, o que se duvida. Gaspar não deve resistir à falta de "mundo real". Portas parece cada vez mais distante. Relvas é um caso perdido e Miguel Macedo não tem pulso para as polícias.

[1398] Notas pessoais sobre uma remodelação anunciada

1. Não deve ser feita antes de aprovado o OE 2013. Diria que imediatamente após a 7.ª avaliação do Memorando (Fevereiro de 2013).
2. Deve dar alguma densidade política às pastas até aqui excessivamente técnicas (Finanças, Economia e Segurança Social).
3. Deve ser feito um reajustamento da orgânica do Governo. O Emprego deve ser subtraído à Economia e voltar à Segurança Social para reequilibrar estes dois ministérios. A Agricultura poderia ficar na Economia e o Mar regressar à Defesa Nacional, ficando o actual MAMAOT com o AOT (Ambiente e Ordenamento do Território). 
4. Daqui que se adivinhe a necessidade de substituir Vítor Gaspar (que daria um excelente Governador do Banco de Portugal) e Álvaro Santos Pereira (a menos que lhe seja retirada a pasta do Emprego). Bagão Félix seria um bom regresso ao Trabalho e Segurança Social e a Administração Interna precisa de um ministro mais vigoroso e respeitado.

05 outubro 2012

[1397] Citações do mundo: pensamento republicano

«O preço a pagar pela tua não participação na política é seres governado por quem é inferior
(Platão, o filósofo, 428 – 347 a.C.)

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