Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

21 julho 2009

[914] LisBOA ALIANÇA

«(…) definição de “posturas” estratégicas [que] transformará, à luz de um pragmatismo cego, os partidos em plataformas formais de negociação no acesso ao poder, destituindo-os das suas identidade ideológicas…»
Gosto desta frase, reflexo de uma boa análise de quem está atenta aos perigos do acesso ao poder, em si mesmo, sem missão nem visão.
Mas não é o “acordo coligatório” (grrrr!) em Lisboa o resultado de um pragmatismo cego, apenas com um objectivo: que determinado candidato não vença, custe o que custar?
(...) acha natural (e desejável) que uma candidatura agrege tantas correntes e movimentos que se torne quase impossível definir os seus traços identitários e a sua linha programática?
E não, não me diga que é tudo “Esquerda” porque ambos sabemos que não é resposta. Se fosse, teríamos o sistema partidário norte-americano, só dois partidos.
(...) não tendo nenhum prazer em acertar previsões, temo que uma aliança tripartida (PS+Lisboa é Gente+Cidadãos com Lisboa, sem esquecer o “independente” Salgado e os apoios tão extremos como Saramago e Júdice) se torne num projecto sem consistência, sem identidade.
E, lembro, uma candidatura tão “versátil” sobre a qual ainda paira essa dúvida: que fará Costa (e, sucessivamente, Roseta) se o PS entrar em sucessão directiva mais cedo do que o previsto? O n.º 1 e a n.º 2 abandonam a CML?!
Gosto de António Costa, mas acho que, desta vez, a reconhecida sensatez e habilidade política foram cegadas pela obsessão anti-PSL.
(Núncio, comentários a "A gravidade do risco democrático", Ana Paula Fitas, Eleições 2009, 18-7-2009)

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