«Não me lembro, embora não seja especialista em desporto (muito menos comparado), de um clube ganhar tanto, durante tantos anos, e ser tão pouco "amado".
É da condição humana associarmo-nos aos vencedores. Porque ninguém gosta de estar do lado dos perdedores.
É por isso que, quase sempre, o partido vencedor sobe, nas semanas seguintes a uma eleição, na sua popularidade, mesmo sem tem feito ainda nada para tal.
É, por isso, também que um clube ganhador se torna admirado, passa a ter mais adeptos e simpatizantes. Por exemplo, o Chelsea, um clube londrino de bairro que tem crescido imenso desde as vitórias recentes, curiosamente com a participação de um português.
O FCP é um "case study" e não vejo ninguém interessado nele.
Trata-de de um clube que tem tido importantes vitórias nacionais e internacionais desde há cerca de duas décadas (não curo aqui de saber a que preço), mas que - em vez de se tornar popular e agregador - se tornou "antipático", agressivo, populista, regionalista e continua com uma base de apoio social e geograficamente muito limitada.
Ninguém quer saber porquê?»
(Núncio, em comentário a "Uma não-existência", in Quarta República, 28-3-2008)