Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

28 janeiro 2006

[152] Y viva España, por supuesto!

«(...) Os esforços concertados [para desenhar uma solução para a EDP] de Manuel Pinho, deputado socialista, de Manuel Pinho, ministro socialista da Economia, e de Manuel Pinho, ex-funcionário do Espírito Santo; de António Mexia, presidente indigitado da EDP, de António Mexia, ex-ministro social-democrata da Economia, de António Mexia, ex-presidente da Galp, de António Mexia, ex-presidente da Transgás, e de António Mexia, ex-funcionário do Espírito Santo; de Joaquim Pina Moura, presidente da Iberdrola, de Joaquim Pina Moura, deputado socialista, de Joaquim Pina Moura, ex-ministro socialista, e de Joaquim Pina Moura, ex-funcionário do BCP, deram frutos neste início de ano novo, em cima da grande festa da Epifania!
«(...) A conquista económica de Portugal pela Espanha tem sido desejada pelos portugueses e apoiada pelos governos. (...) O agrado é generalizado. As vantagens para o consumidor indiscutíveis. É provável, como já se viu com o Corte Inglês, que os costumes portugueses, graças à influência espanhola, mudem mais rapidamente. A longo prazo? Não sabemos. O que acontecerá com as liberdades e a independência? Não sabemos. Para já, sabemos que eles são melhores e mais ricos. Porque trabalham para isso e defendem os seus interesses. E nós não. Nem uma coisa nem outra.»
(António Barreto, O exemplo vem de cima, Público, 8-1-2006)

24 janeiro 2006

[151] Late afternoon: (des)ilusões

«Há quem, à esquerda, exulte com a vitória à tangente de Cavaco. Pura ilusão. Essa pode ter sido a única bênção destas eleições para esse campo político - uma segunda volta, com os candidatos disponíveis, teria originado um autêntico fratricídio
(Editorial, DN, 24-1-2006)

22 janeiro 2006

[150] Um tempo novo com um rosto novo

"Com certeza que as coisas têm que acabar, é bom que haja rotação e não nos eternizemos nestas coisas. A democracia é isso mesmo. Com certeza que o país ganha com isso, com caras novas."
(Jorge Sampaio, 22-1-2006)
*
É isso que também espero. Portugal precisa de nós.

21 janeiro 2006

[149] Curiosidades ideológicas

«Sócrates não tem medo de Cavaco em Belém. Há uma convergência de estilo e de objectivos entre os dois. Mesmo a nível ideológico as diferenças não são muitas. Talvez Sócrates esteja mais perto da social-democracia reformista de Cavaco Silva do que do socialismo de Manuel Alegre».
(Paulo Lopes Marcelo, DE, 20-1-2006)

20 janeiro 2006

[148] Early night: citações transcendentes

«Há um Portugal triplo. Um nasceu com o próprio país: é esta alma da própria terra [...] que encontrará no fundo de cada português. O terceiro Portugal, que encontrareis à superfície dos portugueses visíveis, é aquele que [...] formou esta parte do espírito do português moderno que está em contacto com a aparência do mundo. Esta terceira alma portuguesa é apenas um reflexo mal compreendido do estrangeiro; [...] o Portugal essencial - a Grande Alma portuguesa, em toda a sua profundidade aventurosa e trágica - foi-lhe velada. [...] Há uma segunda alma portuguesa nascida [...] com o começo da nossa segunda dinastia e retirada da superfície da acção com o fim - o fim trágico e divino - desta dinastia. Depois da batalha de Alcácer Quibir [...], a alma portuguesa, que procurará em vão, tornou-se subterrânea. A partir daí, tornou-se verdadeira [...] e veio-nos de mistérios antigos e de sonhos antigos [...]. Ela chegará brevemente ao segundo dia da sua manifestação, e ver-se-á então que o que foi aventura material [...] tornar-se-á uma aventura formidável, supra-religosa (...)».
(Pedro Teixeira da Mota, Tradução da carta de Pessoa ao Conde de Keyserling, in Fernando Pessoa - a Grande Alma Portuguesa, Lisboa, Ed. Manuel Lencastre, 1988)

19 janeiro 2006

[147] Máscaras e fantasmas

Considero que Garcia Pereira e Cavaco Silva são os únicos verdadeiros candidatos a estas eleições presidenciais.
Reparem bem:
Mário Soares candidata-se contra Cavaco Silva.
Manuel Alegre candidata-se contra Mário Soares.
Francisco Louçã candidata-se contra Cavaco Silva e Jerónimo de Sousa.
Jerónimo de Sousa candidata-se contra Cavaco Silva, Francisco Louçã e Manuel Alegre.
De facto, as únicas verdadeiras candidaturas, pessoais, voluntárias, convictas (gostemos ou não dos seus protagonistas) são as de Cavaco Silva e Garcia Pereira.
P.S. Eu não estou contra nenhum, apenas a favor de Portugal. E Portugal precisa de nós.

16 janeiro 2006

[146] Aux electeurs, la parole!

«Porque [o Presidente da República] tem legitimidade soberana própria, pode chamar à pedra os outros poderes e exigir-lhes eficácia e integridade. Porque é o presidente de todos os portugueses, pode ter um papel decisivo na afirmação de valores, na pedagogia da actuação, na cultura de exigência de que Portugal tanto precisa. Um bom governo encontrará num bom presidente o seu maior aliado. Um bom juiz saberá que um bom presidente o apoiará quando for preciso demonstrar verdadeira independência. E um bom empresário voltará talvez a acreditar que vale a pena apostar no seu país, se um bom presidente fizer a apologia da racionalidade económica, da meritocracia, e da sã concorrência.»
(António Borges, 16-1-2006)

14 janeiro 2006

[145] Não há donos da Pátria nem da Liberdade!

«O nacionalismo deve mais à esquerda do que à direita. A ideia política de Pátria era alheia ao regime anterior à Revolução Francesa. Até aí, predominavam as fidelidades étnicas, religiosas e pessoais (ao rei, por exemplo). Contra o absolutismo real e o poder feudal da nobreza e do clero, a nação de cidadãos nasceu após 1789. Não por acaso, ligada ao serviço militar obrigatório (contra cuja abolição em Portugal votou M. Alegre).
«A partir de Rousseau, o movimento romântico valorizou a nação, contribuindo para inventar algumas tradições que passaram a funcionar como referências patrióticas. Foi o nacionalismo "de esquerda" que unificou a Itália. E que, na América Latina, iniciou a descolonização. Por cá, a grande arma da propaganda republicana no fim do séc. XIX era a exaltação patriótica. Recorde-se o envolvimento dos republicanos no centenário de Camões em 1880 ou na reacção ao humilhante ultimato britânico dez anos depois.
«Sendo um conceito moderno, afirmado sobretudo no séc. XIX e relançado com a descolonização posterior à Segunda Guerra Mundial e, depois, com o desfazer do império soviético, o nacionalismo terá cabimento no século XXI? Poderá ser dado à palavra Pátria "um sentido de modernidade e de futuro", como pretende Manuel Alegre? A resposta é sim, independentemente de esquerdas e de direitas. Por uma razão simples: o individualismo das sociedades actuais não elimina um dado básico que é a dimensão colectiva das pessoas. Nós somos em boa parte constituídos por factores comunitários que nos transcendem e não dependem da nossa escolha. Como a língua em que aprendemos a falar e a pensar.
«(...) Para muita gente, a Pátria ou, se quisermos, a Nação, é agora a sua principal ou até a única âncora no colectivo. Sem ela, as pessoas sentir-se-iam perdidas.»
(Francisco Sarsfield Cabral, A Pátria revisitada em tempo de crise, 14-1-2006)

[144] A febre de sábado à tarde

«Os portugueses não se podem conformar com a possibilidade de ser escolhido à primeira volta quem eles sabem que perderia à segunda volta. Isso seria uma enorme distorção do processo democrático».
(Alberto Costa, Leiria, 10-1-2006)
*
Leio, releio, belisco-me e, por momentos, creio estar louco.
Este senhor é ministro da Nação...

13 janeiro 2006

[143] Sensibilidade e bom-senso

«Sublinhando que Souto Moura "está muito fragilizado", a deputada do Bloco de Esquerda [Ana Drago] afirmou, contudo, que "é melhor ajudar o procurador a terminar o mandato com a maior dignidade possível", dado que haverá mudança de Presidente da República, que o procurador-geral está a seis meses do fim do mandato e dada a importância da investigação em curso no processo Casa Pia.»
*
Ora aqui está um bom exemplo (e os bons exemplos são para acolher, sobretudo inter pares) de como se pode ser ideologicamente progressista, politicamente incisivo, socialmente activo sem deixar de ser intelectualmente honesto e institucionalmente correcto.

12 janeiro 2006

[142] Early evening: quem é o Estadista?

«O que distingue o pequeno do grande político é que este sabe que a verdadeira realidade é a Nação e não o Estado».
(José Manuel Moreira, Diário Económico, 12-1-2006)

11 janeiro 2006

[141] Late morning: e se cada um fizer a sua parte, para começar, como eleitor?

«O próximo Presidente da República deverá contribuir – no quadro das suas actuais competências – para a “mudança de paradigma” de que o país precisa. Trocar o apelo recorrente “a todos os portugueses” pelo singular “a cada português” seria um bom começo.
«(...) Sabemos que o carácter não-executivo do PR e a sua eleição por voto directo concorrem para um quadro ideal de influência na esfera política - acima das questões partidárias e menos dependente dos ciclos eleitorais. Hoje, o dever do próximo PR é simples: contribuir para a “autonomização” do cidadão perante o Estado. O português médio é uma criança que vive à sombra do pai-Estado. Depende e gosta de depender dele. Mais: não pondera que isso possa algum dia mudar. Fala – sempre confiante e em alta voz – nos “direitos adquiridos”. No que concerne à esfera económica, esta forma de pensar enferma de um erro básico: pensar na riqueza como um “dado garantido”. Sucede que a riqueza precisa de ser criada para poder ser redistribuída. Não cai do céu. (...)
«A sabedoria popular diz-nos que “a necessidade aguça o engenho”. (...) É preciso soltar amarras. O paternalismo estatal exagerado compromete o nosso futuro. Reduzir o peso do Estado não chega. Urge discutir e implementar uma nova “matriz relacional” que tenha por base a liberdade e a responsabilidade individuais. Isto não é – ao contrário do que alguns querem fazer crer – incompatível com uma visão contratualista e (razoavelmente) solidária da sociedade. Esse “meio termo” ideal não é fácil de encontrar nem certamente de agradar a todos. (...) Mas ninguém disse que o desafio era fácil. Apenas urgente.
«Por isto, o próximo PR deverá deixar uma mensagem simples a cada português: “não perguntes pelo que o país pode fazer por ti, pergunta pelo que tu podes fazer por ti próprio”. O que se joga no dia 22 é muito claro: contribuir, ainda que mitigadamente, para a mudança de paradigma de que Portugal precisa ou deixar que tudo continue na mesma. O resto são pormenores
(Tiago Mendes, DE, 11-1-2006, tiago.mendes@st-catherines.oxford.ac.uk)

[140] Late night: ironia fina.

«Os bem-pensantes que subalternizam a economia e petulantemente qualificam os que com ela se preocupam de modestos guarda-livros, escriturários ou contabilistas estão enganados. Não se paga salários aos funcionários públicos e aos políticos, nem pensões aos reformados com a hipotética cultura dos que dizem conhecer os autos de Gil Vicente, as redondilhas de Camões ou os sonetos de Antero».
(Medina Carreira, 8-1-2006)

09 janeiro 2006

[139] E esta, hein? (singela homenagem a Fernando Pessa)

"P- Que país deixou [Cavaco Silva]?
"R- Com todos os erros, acabou por deixar um país mais moderno, mais igualitário e, apesar de tudo, um país um bocadinho mais preparado para se aguentar no mundo.(...)
"P- Conclusão do Cavaquismo?
"R- Primeiro, as acusações que eu rejeito: que ele promoveu o compadrio, o clientelismo e promoveu o "Estado Laranja"; que misturou os negócios com a política. Esses são defeitos estruturais da sociedade portuguesa, que não podem ser atribuídos ao dr. Cavaco. A nossa mais antiga literatura política acusa todos os Governos do mesmo. Muito limitou ele os estragos.
"P- E o dr. Mário Soares, nisto tudo?
"R- Não teve importância alguma. A história destes dez anos podia-se ter escrito sem uma única referência ao dr. Soares, excepto pela dissolução da Assembleia da República em 1987. Eu suspeito mesmo que o dr. Mário Soares gostaria que o dr. Cavaco lhe sucedesse, para preservar o prestígio do cargo. Se lhe sucedesse uma nulidade, o papel na história do primeiro Presidente da III República ficaria automaticamente desvalorizado. Ao passo que uma presidência do dr. Cavaco valorizava a presidência do dr. Soares".
(Entrevista de Maria João Avillez a Vasco Pulido Valente, Público/Magazine, 26-2-1995, via http://minharicacasinha.blogspot.com)
Lembro apenas que VPV apoia Soares, na actual eleição presidencial.

[138] E se, de repente, ele lhe oferecer flores?

E se a escolha do Prof. João Lobo Antunes (1) mais não for do que o sinal de que também Jorge Sampaio deseja Cavaco Silva em Belém?
Pensem bem, caros leitores...
(1) JLA foi o mandatário nacional de JS, papel que volta a exercer, 5 anos depois, na candidatura de CS.

05 janeiro 2006

[137] Avôzinho, está a ouvir-me?

"A verdade é que o candidato do PS não tem grandes propostas, limitando-se a ser o principal foco de crispação e de vitimização. É uma atitude relativamente inútil. Mas alguém o devia ter avisado sobre a verdadeira natureza dos valores republicanos: não há privilégios para ninguém".
(Francisco José Viega, JN, 5-1-2006)

04 janeiro 2006

[136] Testemunho (II)

«Há quem vote num político pela clubite no seu partido. Tal como se é adepto incondicional de um clube de futebol, também há pessoas que vestem a camisola de um partido e votam nele independentemente de quem o chefia e de quem faz eleger. Para esses não faz muito sentido falar da credibilidade dos políticos, mas para os outros, os que acham que a política não é futebol e os partidos não são clubes, faz todo o sentido falar do tema. Até porque uma parte considerável do eleitorado muda o seu voto conforme a credibilidade dos políticos (...).
«A credibilidade de um político não reside apenas no facto ou na qualidade de não mentir, de não faltar à palavra dada, de cumprir as promessas. Se fosse apenas isso, então qualquer boa pessoa seria um político credível. De um político espera-se competência e será tanto mais credível quanto mais competência demonstrar. Significa isto que a credibilidade de um político assenta na sua história. Acredita-se num político porque se conhece, porque deu provas no passado, porque serviu o país.
«(...) Se um político tem uma personalidade forte, se resiste a contratempos, se não cede a pressões, se é consequente nos seus actos, então dizemos que se tornou credível, que podemos acreditar e confiar nele. Se, pelo contrário, pautou a sua acção pela popularidade, andando de cá para lá conforme os ventos sempre em mudança da opinião pública, então duvidaremos que seja uma pessoa vertical, credível. Ora, um político que se mantém fiel a si mesmo nos sucessos e nas adversidades, nas vitórias e nas derrotas, que cumpre o seu programa e que não se desvia dos objectivos, é um político que adquire autoridade e ao qual se lhe reconhece autoridade. E quanto mais autoridade tiver maior credibilidade terá.
«Uma outra característica de um político credível e que decorre das citadas é a responsabilidade. (...) Não pode haver responsabilidade sem identidade e sem autoridade. A responsabilidade é a capacidade e o querer de acarretar com as consequências dos seus actos, sem arranjar bodes expiatórios ou desculpas esdrúxulas.Por fim, há o respeito. O respeito ganha-se e merece-se. Podemos não concordar com uma pessoa, podemos encará-la mesmo como adversária, mas podemos respeitá-la, ao passo que há pessoas do nosso lado que não são dignas de respeito. Quem é mais credível? Obviamente quem respeitarmos.
«Não vale a pena um político reivindicar credibilidade se não a sustentar com a integridade e a identidade do seu passado, a autoridade de quem cumpre, faz e manda e assume a acção, a responsabilidade de quem responde no presente pelo passado e responderá no futuro pelo presente e, por fim, o respeito de quem se dá ao respeito e não invoca afinidades de circunstância.
«Cavaco Silva é um homem e um político da maior credibilidade.»
(António Fidalgo, professor universitário)

[135] Testemunho

«Considerando-me uma pessoa da área da esquerda, isto é, que acredita nos valores sociais que possam conduzir a evolução da sociedade no sentido de uma maior justiça social, entendo que o Professor Cavaco Silva é o Candidato que reúne as melhores condições para presidir ao País na grave crise que atravessa.
«Começando pelo facto de o seu perfil de humanista e de verdadeiro social-democrata desde logo assegurar que é errónea toda a pretensão de o considerar um candidato da direita, acrescentaria que, durante a sua governação, e apesar de muitas vezes poder ter discordado de acções do governo que dirigiu, é inegável o crescimento de oportunidades gerado na sociedade portuguesa, o que imediatamente se traduziu num benefício das condições de vida do povo, que de algum modo começou a libertar-se da subserviência a que se habituara longamente (...). Talvez também por isso tenha sido o Primeiro-Ministro mais veementemente atacado, e sem tréguas, pela dita direita, como pelo baronato mais conservador e snobe do seu próprio partido.
«Por outro lado, assegurou ao longo da sua vida não apenas uma dedicação à causa pública em que avultou a sua honestidade de carácter e incorruptibilidade, (...) comportamento de contenção e de rigor que soube pôr o interesse nacional acima dos interesses politico partidários da sua área de filiação, o que se torna cada vez mais raro na política portuguesa.
«Foi decerto um dos poucos grandes políticos do século XX português.»
(Bernardo Pinto de Almeida, Poeta)

03 janeiro 2006

[134] Early evening: introspecção

«Alguém que quer ocupar a mais alta magistratura da nação, a primeira coisa que tem de aprender é a respeitar os outros».
(Cavaco Silva, 3-1-2006)

02 janeiro 2006

[133] Late afternoon: um ano razoável para todos!

Parafraseando um vulto excepcional, muito apreciado em certos salões intelectuais (geometricamente decorados) e tertúlias gastronómicas (lá para o Gambrinus), declarava alguém, solenemente, esta tarde que sou um "razoável" escritor (e tive sorte de não me considerarem igualmente um "razoável" jurista).
Será que tal entendimento já está a fazer escola? O de que quem não for prémio Nobel é apenas razoável?

[132] Alegre homenagem (II)

"Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.
"Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém me diz".
(Manuel Alegre, Trova do Vento que Passa)

[131] Alegre homenagem

" (...) Dos mitos nada sei. Falo dos vivos
dos que todos os dias ficam vencidos em Sagres
no mar dum íntimo cansaço."

(Manuel Alegre, Crónica dos Filhos de Viriato)

[130] Late morning: interlúdios (II)

«Um pobre é sempre pragmático. A necessidade aguça o engenho e os carenciados são astutos gestores dos magros haveres, com uma lucidez e imaginação que ultrapassa a dos grandes empresários».
(João César das Neves, DN, 2-1-2006)

01 janeiro 2006

[129] Late evening: interlúdios

«A menos que se tenha muito dinheiro, não vale a pena ser uma pessoa encantadora. O sentimentalismo é privilégio dos ricos, não é profissão para desempregados. Os pobres devem ser práticos e prosaicos. Antes ter um bom rendimento do que ser insinuante.»
(Oscar Wilde, O fantasma de Canterville)

[128] A raia do medo

"Em S. Bento, o candidato [Mário Soares] berrava como um possesso. Numa tarde qualquer de Maio, recebi um recado para comparecer urgentemente no futuro «espaço Valbom», um prédio em carcaça com meia dúzia de quartos alcatifados. Lá dentro, rodeado por uma corte fúnebre, Soares tentava não aliviar a raiva, partindo cadeiras na cabeça dos dignitários. Logo que entrei mandou calar a canzoada. Precisava de me fazer uma pergunta, uma pergunta fatídica: «Quem é esse Cavaco?»."
(Vasco Pulido Valente, Uma aventura com o Dr. Mário Soares, in http://kapa.blogspot.com, via http://minharicacasinha.blogspot.com)

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