Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.
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08 fevereiro 2009

[776] Poesia do mundo: liberdade, esse bem raro...

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
*
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...
*
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
*
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...
(Fernando Pessoa, "Liberdade", 1935)

17 setembro 2008

[675] Um livro por um sonho...

A Livraria Buchholz, lugar de referência do nosso (pequeno) universo cultural, encontra-se em situação de pré-falência.
A Buchholz é uma livraria com história. Foi fundada em 1943 pelo livreiro alemão Karl Buchholz,que deixou Berlim depois da sua galeria de arte e livraria terem sido destruídas pelos bombardeamentos. A actividade de Buchholz era incompatível com o regime de Berlim, nomeadamente a venda de autores considerados proscritos, como Thomas Mann. No entanto, a relação de Buchholz com o regime era algo dúbia pois tanto compactuava em manobras de propaganda alemã como salvava da fogueira obras de Picasso e Braque, condenadas pela fúria nazi.
No início, a livraria estava situada na Av. da Liberdade e só em 1965 se instalou na R. Duque de Palmela. O interior foi projectado pelo próprio livreiro ao estilo das livrarias da sua terra natal. O espaço estende-se por três andares unidos por uma escada de caracol, com recantos e sofás que proporcionam uma intimidade dos leitores com os livros. A madeira das escadas, chão e estantes torna o espaço acolhedor e agradável.
Durante os anos 60, a tertúlia artística lisboeta - entre eles, Escada, Noronha da Costa, Eduardo Nery e Malangatana - passou pela cave da Buchholz, que funcionou como galeria até 1974. Hoje, a galeria continua a ser uma referência cultural com um público fiel que preza o espaço de convívio que a livraria sugere.
A selecção dos títulos é vasta e inclui várias áreas: artes, ciência, humanidades, literatura portuguesa e estrangeira, livros técnicos e infantis; na cave funciona uma secção de música clássica e etnográfica. Apesar de não ser especializada em nenhuma área, a secção dedicada à ciência política é frequentada por muitos políticos da nossa praça. A Buchholz acolhe ainda eventos especiais como lançamentos de livros, sessões de leitura, e o 'Domingo Especial' que são os saldos anuais da livraria, uma vez por ano, no último domingo de Novembro. Na Buchholz on-line pode percorrer as estantes da livraria sem sair de casa e ainda encomendar livros nacionais e alguns estrangeiros.
Agradece-se a todos quantos a frequentaram que a voltem a visitar, de vez em quando.
Morada: Lisboa, R. Duque de Palmela, 4. Tlf: 213170580. Sítio electrónico: http://www.buchholz.pt
(apelo que circula por email: cortesia do leitor gouveia)

25 maio 2006

[309] Traços de cultura e de memória (II)

Decorreu nesta quinta-feira, dia 24, a sessão solene de entrega dos prémios relativos à 30.ª Edição do Prémio Nacional de Literatura Juvenil Ferreira de Castro, de que já havíamos dado conta anteriormente (v. [210] Late evening: traços de cultura e de memória, em 1-4-2006).
É devido um forte aplauso a todos aqueles, liderados pelo Prof. Vítor Amorim, que - com esforço, dedicação e amor à literatura, à cultura e à juventude - mantêm viçosos a APNLJFC e o PNLJFC.
As fotografias da cerimónia já podem ser apreciadas em http://www.prof2000.pt/users/lmop/apnljfc/home/home.html.

08 maio 2006

[276] "Fast-literature"

Todo este episódio protagonizado pela "rosa" Margarida, cujo epílogo irá ocorrer, lamentavelmente, na sala de audiências de um tribunal judicial, não é mais do que um sintoma da cultura "fast". "Drive fast, live fast".
Se há comida rápida ("fast food"), cursos rápidos (intensivos), relações rápidas (o contrário das "LTR: long-term relationship"), comunicações rápidas ("instant message"), etc., porque não haveria de se criar a "fast-literature"?
É o tempo da natureza biodegradável, do produto descartável, da relativização de valores e sentimentos, da fungibilidade das coisas e, pelos vistos, das pessoas. Tudo é muito "clean" e despojado, simples e directo. Pouco elaborado e muito apimentado!
Nesta era, só mesmo a literatura da Margarida para acompanhar os tempos, que esta vida é uma canseira e não há um minuto a perder com leituras, gastando os neurónios que tanta falta fazem para o ginásio e as saunas, as passagens de moda e as festas em discotecas "übersexual"...

30 abril 2006

[256] Espiões, códigos e conspirações: o novo ópio?

Agora que andam todos às voltas com Dan Brown e quejandos, que tal começar a ler Daniel Silva, já considerado "o Graham Greene ou o John Le Carré do século XXI", quanto mais não seja pela ascendência adoptiva açoriana e pela educação dada pela comunidade lusa de Massachusetts (EUA)?
Eu confesso que ando a ler "O Confessor"...

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