Ao longo da transmissão do jogo Portugal-Bélgica de ontem (e não sei se de outras emissões porque não tenho visto televisão), a RTP 1 passou, de cinco em cinco minutos, em rodapé, um (quase) desesperante apelo ao voto em D. Afonso Henriques para a eleição d' "O Grande Português".
Este programa tem sido uma sucessão de atrasos, embaraços e rumores.
Atrasos porque a divulgação do resultado esteve prevista para o dia do aniversário da RTP.
Rumores alimentados por permanentes fugas de informação (o que e a quem servem?) sobre a provável vitória de Salazar, numa votação que já não escapará à suspeita de fraude.
Vota quem quer no candidato que quer, sem drama nem histeria. Afinal, há resultados para todos os gostos, como demonstra a sondagem de ontem do DN/Marktest.
Embaraços porque, aparentemente, Maria Elisa e a Administração da RTP não saberiam como explicar a vitória do ditador. Mas não há nada para explicar.
Se há alguém que deve ficar embaraçado e reter bem o significado sociológico dessa eventual vitória são os ministros da Educação e da Cultura, os pedagogos, os académicos, os mecenas, os pais e encarregados de educação.
A democracia nunca está consolidada e não é com a desqualificação do Parlamento e a paternalização da cidadania que ela se aperfeiçoa e se afastam os saudosismos, à esquerda e à direita.
[Declaração de interesses - os meus "eleitos": Infante D. Henrique, o visionário, e Aristides Sousa Mendes, o humanista]
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