Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

06 janeiro 2011

[1324] E agora, Manel?

Não suporto generalizações, muito menos em questões de carácter.
Um dos problemas de Portugal, talvez o principal, é esta mediocridade que impõe que todos tenhamos de ser mais ou menos. Não pode haver muito ricos, nem muito inteligentes, nem sérios, nem honrados, nem nobres, nada. Senão, desconfia-se.
Tem de ser tudo pobrezinho, desenrascadinho, mediozinho.
O que estão a tentar fazer ao PR diz bem do nível moral e ético de parte deste povo, que mede os outros pela sua imagem.
Não sei se CS governou muito bem, assim-assim ou mal. Sei que ganhou três eleições legislativas e que os seus governos já foram democraticamente julgados há duas décadas.
Não sei se CS ganhou dinheiro ilícito. Se o ganhou, não sei onde possa estar. Sei que ainda hoje vive na mesma casa de sempre, tem o estilo de vida de sempre, a família de sempre e não ostenta nada que a sua vida académica e política não possa justificar.
CS, siga-se ou não a sua cartilha ideológica ou partidária, é daqueles servidores públicos que dedicou a vida inteira ao país: seja na universidade, no Parlamento, no Governo, no Banco de Portugal ou na Presidência.
Não se lhe conhece comportamento censurável ou duvidoso, do ponto de vista ético.
Mesmo aquilo de que é, estranhamente agora (sete anos depois da venda), acusado não tem qualquer fundamento: um cidadão que compra e vende acções e obtém lucros com essa venda.
A inveja e a desonestidade intelectual são muito feias. E minam qualquer Estado de Direito democrático.
(Núncio, comentário a "Cavaco recusa novas respostas sobre acções do BPN", Expresso on line, 5-1-2011)

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